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sexta-feira, 8 de julho de 2022

Invasão de peixes transgênicos em rios do Brasil preocupa pesquisadores

Invasão de peixes transgênicos em rios do Brasil preocupa pesquisadores

Reprodução descontrolada desses animais que brilham poderia causar desequilíbrio ambiental.

sábado, 12 de janeiro de 2019

De onde veio a palavra “bárbaro” ?

De onde veio a palavra “bárbaro” ?


A palavra “bárbaro” tem suas origens na Grécia Antiga e era inicialmente usada para descrever todos os povos que não falavam grego, incluindo os persas, egípcios, medos e fenícios. 

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Fim de jogo - O Dia D - 6 de Junho de 1944


Fim de jogo - O Dia D - 6 de Junho de 1944


Douglas A-20, avião de bombardeio usado no Dia D Foto:Shutterstock


Há 74 anos, a invasão da França selava o destino da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Hawking alerta que alienígenas poderão acabar com a nossa civilização


Hawking alerta que alienígenas poderão acabar com a nossa civilização


Depois de anunciar, recentemente, que investiria US$ 100 milhões em pesquisas na busca por vida extraterrestres, o renomado cientista inglês Stephen Hawking afirmou que caso seja encontrada vida extraterrestre avançada, as consequências poderão ser muito ruins para nossa civilização. 

sábado, 7 de fevereiro de 2015

O que está por trás do projeto que trouxe mentes brilhantes nazistas para os EUA?


O que está por trás do projeto que trouxe mentes brilhantes nazistas para os EUA?


Uma operação da inteligência norte-americana estaria por trás de alguns dos maiores feitos dos Estados Unidos depois do término da Segunda Guerra Mundial. Conhecida como "Paperclip" ou “Clipe de Papel”, mas que até hoje cercada por muitos mistérios e teorias da conspiração, que envolve até a presença de alienígenas, esta operação consistiu em uma extradição secreta das mentes brilhantes do regime nazista de Hitler que foram repatriadas pelos Estados Unidos. 

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Desafio dos Bandeirantes - o resgate do RPG brasileiro


Desafio dos Bandeirantes - o resgate do RPG brasileiro


Nunca é tarde para se esclarecer um assunto.
Mais ainda, tenho convicção de que nunca é tarde para reparar um engano. Ou, uma injustiça.

A temática nacional, fora dos meios acadêmicos, nunca teve preferência, muito menos admiração. Falar em “heróis nacionais”, “quadrinhos nacionais”, “romances nacionais” etc. dificilmente empolga ou desperta interesse, com exceção de alguns poucos ufanistas ou brasileiros menos odiosos de si mesmos. Muito embora o cinema nacional tenha ressuscitado nos últimos dez a quinze anos, de forma geral filmes, séries ou quadrinhos cuja temática gire em torno da cultura brasileira são quase sempre ignorados (se não, alvo de escárnio) a não ser que se trate de comédia, novela ou obras de crítica social.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Os defensores do corpo humano - Imunologia

OS DEFENSORES DO CORPO HUMANO



Milhões de células vivem para matar qualquer invasor que ameace a saúde do ser humano. Em caso de perigo iminente, esse exército se lança a uma guerra sem quartel, em que ninguém faz prisioneiros. O nome dessa tropa de elite é sistema imunológico.

Um leve corte no dedo, tão superficial que mal assustaria uma criança. Indigno de merecer mais do que um "ai" ou, quem sabe, um palavrão. Afinal, ninguém morre por causa de um corte no dedo-pelo menos em 99,9 por cento dos casos. Não que um corte não possa matar, se mais não mata é graças a uma tropa de elite, em permanente prontidão para ir à luta pela vida. É uma guerra secreta: enquanto uma dorzinha no lugar é praticamente tudo o que a pessoa retém do acidente, dentro do organismo reina grande agitação e todas as atenções se voltam para a vizinhança do pequeno corte; ali a batalha poderá começar a qualquer momento. A tropa de elite-o sistema imunológico-está preparada para o que der e vier.
A mesma dor que avisa a pessoa que ela se machucou fez soar um outro alarme, destinado às células de defesa. Dai começou o corre-corre. A circulação sangüínea transporta rapidamente batalhões inteiros dessas células ao local atingido, onde passam a ocupar posições estratégicas, entrincheiradas entre os tecidos. Toda a movimentação é apenas uma medida de segurança. Pode ser que o pequeno corte seja apenas um machucado sem conseqüências e que as células de defesa logo possam se dispersar sem ter disparado um tiro. Aliás, essa tropa é tão precavida que pega em armas diante de qualquer ameaça: por menor que seja uma lesão física, desencadeia o alerta. Até mesmo quando se leva um tapa, o sistema imunológico fica a postos.
As células de defesa já estão se dispersando quando soa de novo o alarme-na verdade, trata-se da liberação das substâncias químicas produzidas pela pele ferida e também pelos invasores. Isso porque até um pequeno arranhão abre uma grande brecha para a ação de micróbios solertes, toxinas perversas, partículas exóticas. Ao segundo alarme, os soldados da infantaria-que os cientistas chamam granulócitos-se lançam à batalha, sem perda de tempo, valendo-se do alto grau de preparo que os tornam ágeis e dinâmicos. Muitos deles vão tombar em combate. Junto com os restos mortais do inimigo derrotado, formarão o pus que aparece nas feridas.
Então se aproxima a artilharia dos macrófagos, células mais fortes, cujos canhonaços pulverizam não só os invasores-vivos ou mortos-como os próprios granulócitos eliminados no começo da batalha. Tamanha é a quantidade de macrófagos, comprimidos nos espaços entre as células, que são uma das causas do inchaço no local machucado. Granulócitos e macrófagos usam armas fabricadas há muito tempo-tanto que foram encontradas nos arsenais de espécies primitivas, como as esponjas. Graças a esse material bélico de comprovada eficiência-as enzimas existentes em seu interior -, eles engolem, trituram e digerem os inimigos. Outras enzimas, produzidas por diversos órgãos, como o estômago, podem ajudar, perfurando a membrana de micróbios e parasitas feito balas de canhão.
Chamadas de fagocitárias, essas células reconhecem os invasores (conhecidos antígenos) por meio das substâncias químicas que Ihes são comuns. Não é difícil a identificação -tais substâncias inexistem no organismo. Ou seja, o uniforme do inimigo é inconfundível. Certas bactérias, como as pneumococci da pneumonia, ao longo da evolução aprenderam porém a se camuflar e a passar desapercebidas. Contra isso os vertebrados inventaram há 400 milhões de anos uma resposta formidável-as células linfócitos B. Assim que uma bactéria da pneumonia tenta invadir o corpo pelo pequeno corte, os linfócitos B disparam seus mísseis teleguiados que se encaixam na molécula da bactéria, ou de qualquer outro invasor infeccioso, bloqueando-a para que não contamine outras células do organismo.
Essas proteínas são os tão falados anticorpos. Sua função principal, porém, é típica dos serviços de contra-espionagem: desmarcar os inimigos camuflados. A técnica funciona às mil maravilhas. Ao combinar-se com o odiado antígeno, o anticorpo chama a atenção do macrófago para a presença do estranho. O inimigo, então, fica encurralado. "Além de tornar o antígeno reconhecível, os anticorpos ajudam os macrófagos a ingeri-los", explica o professor de Imunologia Momtchillo Russo, da USP.
Os linfócitos B, em geral, são os soldados mais especializados do exército de defesa. Nas aves, são treinados para o ataque na Bursa de Fabricius (daí a letra B), que fica na cloaca, a ponta do canal intestinal. Já no homem, que não tem bursa, essas células nascidas na medula óssea são treinadas em tecidos como os do baço, intestino, amídalas, fígado. Dali vão navegar na corrente sangüínea, prontas para a luta, onde quer que se localize o teatro de operações. Se todas as células da pele humana são idênticas, o mesmo não acontece com os linfócitos B. Faz sentido: afinal, precisam especializar-se na produção de anticorpos de tamanhos e formatos diversos, para se encaixar como peças de quebra-cabeça numa infinidade de inimigos. Calcula-se que entre o trilhão de linfócitos B do organismo, haja cerca de 1 milhão de tipos diferentes.
No curso de uma infecção, algumas células B adquirem o que os cientistas chamam memória: a propriedade que Ihes permite estudar detalhadamente as táticas do invasor, de maneira que, se ele infectar o corpo uma segunda vez, haverá células B especializadas no seu combate e capazes de agir mais rapidamente do que no ataque anterior. Quando um linfócito B se encontra porém face a face com o seu antígeno, não se põe a disparar anticorpos imediatamente, como um amador. Espera a ordem de atacar dada por uma substância, a interleucina enviada pela célula T auxiliar. A T auxiliar é um dos três tipos de células que rumam da medula óssea para o timo (daí a letra T), uma glândula atrás das costelas, na altura do coração. Sua função é controlar todo o sistema imunológico.
Como não produz anticorpos, embora seja especializada num único invasor, não se sabe até hoje quais são seus receptores, isto é, como ela e encaixa e percebe o inimigo, ativando a partir dai tanto as células B como os macrófagos. Além das interleucinas, a T auxiliar tem uma segunda arma: a interferona, que funciona como um gás paralisante nas células infectadas e dificulta a propagação do antígeno.
Quem nasce sem timo não sobrevir, por falta de células T para organizar suas defesas. Quando tais células são destruídas pelo vírus da AIDS por exemplo, o mesmo acontece. Não seria então o caso de simplesmente injetar interleucina no organismo dos pacientes para suprir a produção natural prejudicada? A resposta infelizmente é negativa. "Lançada na circulação, a interleucina ativaria todo o sistema imunológico em vez de estimular apenas o lifócito B necessário", esclarece o professor Russo, da USP. "O sistema muito ativado é tão nefasto quanto o deficiente, causando febres, dores, coagulação do sangue. Enfim, pode levar à morte".
Quem corrige os lamentáveis mas nem sempre evitáveis excessos da repressão e ao mesmo tempo dá a ordem para o recuo é um segundo tipo de célula T, a supressora. Ela envia uma substância que inibe a ação da célula T auxiliar e, por tabela, de todas as outras células. Na verdade, cientistas desconhecem como essas duas células, a auxiliar e a supressora, mantêm o equilíbrio do sistema imunológico. Como será que sabem quando é hora de parar? Essa é a grande questão que a Imunologia busca responder. O terceiro e último tipo de célula T, ao contrário de suas irmãs, não dá ordens- nem por isso é menos importante. Trata-se da célula citotóxica, uma espécie de assassino profissional. Daí a sua alcunha em inglês: killer, assassina. Enquanto as demais células do sistema reconhecem apenas os antígenos (substâncias estranhas), a killer perscruta os tecidos do próprio organismo, os quais vive espionando: se estiver faltando algo, como nas células cancerosas que degeneram, ou se houver algo a mais, como nas células infectadas que retiveram em suas membranas partículas de um vírus invasor, ela se ativará. Então, aproxima-se da célula doente e, como se Ihe desse o beijo da morte, transmite-lhe uma substância tóxica destruidora. Se a killer destrói as células defeituosas, por que então se morre de câncer? Quando se tem trilhões de células como no organismo humano é normal que no decorrer da vida um certo número delas comece a apresentar defeitos. Portanto, a pergunta correta deveria ser: por que se pode viver sem câncer? E a resposta é: graças ao controle exercido pela killer. O problema aparece quando ela se ausenta -como na AIDS, em que o doente logo padece de tipos raros da enfermidade, ou quando já não existem killers em número suficiente, como em pessoas idosas. "Com o passar dos anos, o sistema imunológico se enfraquece", esclarece o imunologista Antonio Lauro Coscina, do Hospital Albert Einstein.
Apesar das vastas zonas de sombra que ainda desafiam os imunologistas, avanços importantes têm ocorrido. Nos Estados Unidos, pesquisadores conseguiram isolar em laboratório as interleucinas específicas para ativar as células T que combatem determinado tipo de câncer. Também se descobriu que, em alguns casos, quando a célula cancerosa é contaminada por bactérias, as células killer vão ao ataque mais rapidamente. Por isso, os cientistas estão inoculando essas bactérias em tumores de pele, com resultados positivos. Sem dúvida, porém, uma das descobertas mais significativas foi a dos anticorpos monoclonais, no inicio dos anos 80: são anticorpos específicos, desenvolvidos em laboratório, marcados com substâncias radioativas.
Eles não só identificam células cancerosas, mas também o tipo de câncer, permitindo o diagnóstico precoce da doença. As vezes, ao invés de estimular o sistema de defesa, a ciência deve colocar-lhe freios. É o que ocorre nas doenças auto-imunes, quando algo faz com que as células de defesa passem a tratar as células do próprio corpo como inimigas. Suspeita-se que algumas doenças, como úlceras estomacais e intestinais, artrite reumatóide, problemas de tireóide e esclerose múltipla, sejam auto-imunes. O conceito existe desde a década de 50, mas até hoje pouco se sabe sobre os seus mecanismos. Há três hipóteses que não se excluem necessariamente: 1) As doenças auto-imunes são provocadas em tecidos de cuja existência o sistema de defesa não teve conhecimento prévio e por isso não estaria capacitado a reconhecer. Há casos de esterilidade masculina produzida por anticorpos que aniquilam os espermatozóides. 2) Determinada infecção poderia alterar a aparência das membranas celulares de um órgão qualquer, tornando suas células estranhas para o sistema de defesa. 3) Desequilíbrio nas funções das células T supressoras e auxiliares que controlam o sistema inteiro. Cientistas americanos, que testaram o sangue de portadores de doenças auto-imunes, constataram que nele havia menos células T supressoras do que normal.
Atualmente, essas doenças têm sido tratadas com drogas chamadas imunossupressoras. que inibem o sistema imunológico. São os mesmos medicamentos usados em casos de transplante, para evitar a rejeição do órgão. Mas evidentemente essas drogas têm a grande desvantagem de diminuir a eficiência do sistema como um todo. As pesquisas mais recentes voltam-se para a produção de anticorpos, ou seja, anticorpos que anulem os anticorpos fabricados pelo organismo contra si próprio. O professor Coscina acredita que no futuro a solução será ainda melhor: "A Imunologia daqui a alguns anos será a Imunogenética", diz. "Manipulando os genes se poderá ter sistemas de defesa mais eficientes e sanar os problemas das doenças auto-imunes."



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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Jogos de Paz - Computadores

JOGOS DE PAZ - Computadores



Eles são jovens, amam a paz e seus computadores e fazem prodígios com eles - como penetrar os segredos de governos e grandes organizações. São os hackers, que querem livre acesso às informações.

Na noite de 28 de setembro passado aconteceu algo estranho na cidade alemã de Hamburgo: agentes do serviço secreto da polícia francesa invadiram o número 85 da Schenckerstrasse e de lá saíram carregando caixas com equipamentos eletrônicos e mais de quatrocentas folhas de formulário contínuo (o papel utilizado em computadores). Dez dias antes, em Washington, um porta-voz do governo americano reconheceu, encabulado que um grupo de garotos alemães conseguira, com seus microcomputadores, penetrar nos sistemas de segurança da NASA - Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço.
Apesar de acontecerem tão longe, os dois fatos têm estreita ligação. Um dia antes da entrevista do porta-voz alguns membros do Clube de Computador Caos, de Hamburgo, haviam denunciado publicamente o envolvimento da NASA - entidade criada para fins pacíficos de exploração espacial - no desenvolvimento de armas para o programa "Guerra nas estrelas" do governo americano. Eles haviam obtido essas informações diretamente dos computadores da NASA, cujos sistemas de segurança conseguiram penetrar, como reconheceu o porta-voz. O prédio invadido era a sede do clube, cujos membros haviam violado, também, os computadores da polícia francesa.
Se não fosse verdade, daria o enredo para um bom filme de ficção científica - que, por sinal já foi feito. Quem não se lembra de Jogos de guerra, uma envolvente história em que um menino habilidoso invade o computador de uma agência do governo americano e quase leva o mundo à guerra nuclear? Os membros do Caos são assim também - garotos habilidosos no uso do computador. São uma espécie diferente de jovens, espalhados por todo o mundo (inclusive no Brasil) que se apelidam hackers.
Em português, seria algo como "fuçadores". Pois fuçar é o que eles mais adoram fazer especialmente no campo da informática. Os primeiros hackers apareceram em 1959, quando ainda não havia computadores pessoais. Moravam perto do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e ficavam andando pelos corredores da famosa instituição, de madrugada, vendo tudo e mexendo no que fosse possível. Gostavam sobretudo do prédio 26 da universidade, onde estavam instalados os primeiros computadores eletrônicos, máquinas gigantescas. De lá para cá, várias gerações das melhores cabeças da técnica da informática foram influenciadas pelo que se costuma chamar filosofia hacking, essa mania de procurar saber tudo.
Vamos acompanhar a história dos meninos do Caos. Eles são noventa, espalhados pela Alemanha. A sede do clube que a polícia invadiu é a casa do seu líder, Wau Holland. Lá eles tinham vários computadores com seus periféricos como impressoras, modems (que convertem a linguagem binária dos computadores em sinais eletrônicos modulados que podem ser enviados pelo telefone), drives (que gravam e reproduzem as informações da memória dos computadores em disquetes). Uma parafernália eletrônica que justifica o lema do clube: "Salada de fios é saudável".
O objetivo do Caos é entrar nos segredos dos grandes computadores do mundo inteiro, que trabalham para complexas instituições como a NASA ou a polícia francesa. Esses segredos são protegidos por códigos formados por letras e números. Há códigos específicos para cada arquivo, e um que dá acesso ao sistema operacional da máquina - uma espécie de chave que põe o computador em funcionamento. É por aí que os hackers começam.
Eles põem o computador a funcionar, mas não sabem como abrir as portas que guardam os segredos. Usam, então, o truque chamado "cavalo de Tróia": põem na memória do computador um programa simples que eles mesmos preparam. Esse programa manda o computador responder a qualquer chamada com os procedimentos de rotina: o nome da instituição, uma saudação ao usuário e o pedido da senha para o arquivo que quer utilizar. Quando o usuário fornece a senha, o programa não abre a porta, que os hackers nem sabem qual é - mas registra o código na memória.
O computador então passa a operar com seu programa normal, dá o nome da instituição outra vez, saúda o usuário e pede a senha. Este pensa que houve algum problema com a ligação telefônica e repete tudo. Depois de introduzir esse programa na memória do computador, os hackers esperam alguns dias, e voltam a fazer contato. Chamam o seu programa e fatalmente vão encontrar nele uma coleção de senhas que o computador guardou para eles. Os garotos do Caos fizeram isso com 135 computadores de vários países, descobriram um monte de segredos, como as armas da NASA - sem gastar um tostão com ligações internacionais. Pois outra especialidade dos hackers é descobrir números telefônicos desativados nas centrais e mandar a conta para eles.
Os hackers gostam dos computadores, acreditam que eles existem para tornar a vida das pessoas melhor. Por isso os sócios do Caos, que são pacifistas, denunciaram o envolvimento da NASA com armas. Não há dúvida de que essa atividade de furar os segredos alheios é ilícita e com as provas materiais recolhidas pela polícia francesa os hackers alemães correm sério risco de acabarem na cadeia. Mas isso não acabará com a preocupação de governantes e dirigentes de grandes organizações: se garotos utilizando computadores comuns conseguem tais façanhas, qual a garantia de que seus segredos podem ser mantidos realmente secretos?

Ilustres Pioneiros

A galeria dos hackers ilustres inclui esses nomes:Stephen "Woz" Wozniak - Nasceu em San José, perto de São Francisco, nos Estados Unidos. Prodígio da eletrônica, construiu o primeiro microcomputador Apple para se divertir. Acabou sendo um dos fundadores da Apple Computer.Steven Jobs - Colega de Woz na fundação da Apple, seu amigo desde a infância. Na adolescência, especializaram-se em fazer ligações telefônicas internacionais sem pagar - e chegaram a ligar para o Vaticano, para falar com o papa em nome do então secretário de Estado Henry Kissinger.Bill Gates - Outro garoto prodígio que largou no meio do curso a Universidade de Harvard para escrever o primeiro programa Basic para o primeiro computador pessoal, o Altair. Hoje é um jovem empresário riquíssimo, proprietário da Microsoft, que anda brigando com a empresa brasileira Scopus, que acusa de copiar um dos seus programas.Adam Osborne - Nasceu em Bangkok, na Tailândia, mas fez carreira como hacker nos Estados Unidos. Diz-se um filósofo, mas encontrou tempo para criar a Osborne Computer.Peter Samson - Pode ser considerado um pioneiro hacker: gostava de sistemas eletrônicos, trens em miniatura, música. Fundou o primeiro clube de hackers, o Clube Técnico de Ferromodelismo, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts.Steve Russel - Escreveu o primeiro programa de vídeo game, o Spacewar, num velho computador gigante POP-1. Ao contrário da maioria dos outros hackers, não ganhou dinheiro com suas habilidades.Roberta Williams - A única mulher da lista dos hackers notáveis. Manifestou sua criatividade produzindo videogames juntamente com o marido, Ken Russel. Eles criaram uma empresa de video games, a On-Line.Os hackers brasileiros se reúnem em clubes CBBS - sigla americana de Computer Bulletim Board System, uma espécie de sistema de recados por computador. O primeiro foi fundado em 1983 por Paulo Sérgio Pinto, no Rio de Janeiro. A moda pegou rápido. Eles preferem ser chamados de micromaníacos, pois vivem trocando recados e informações através de seus microcomputadores. Os maiores CBBS estão em São Paulo: o Sampa, com cerca de 800 usuários, e o Sampinha, com 250. Quem tiver um micro e quiser contatar com eles, ligue para (011) 37-4107 (Sampa) e (011) 64-7199 (Sampinha).

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Onde tudo começou - George Wells

ONDE TUDO COMEÇOU - George Wells



Com a estréia nos cinemas de Guerra dos Mundos, do diretor Steven Spielberg, a mais importante obra de ficção científica dos nossos tempos volta a ser comentada em todo o planeta. Lançado em 1898, o romance homônimo do inglês Herbert George Wells tem versões em dez línguas, foi adaptado para o cinema três vezes, rendeu uma polêmica esquete de rádio de Orson Welles (veja na página 72) e ganhou diversas releituras em quadrinhos. Por que um livro exerce tanto fascínio mais de um século depois de publicado? Porque H. G. Wells foi o primeiro escritor a usar a ficção científica para criticar a sociedade de sua época. Quem decifrou a metáfora entendeu que tinha em mãos muito mais do que uma aventura de alienígenas e naves espaciais. A Guerra dos Mundos tornou-se um arrepiante relato da nossa fragilidade no Universo. Se hoje existe a ufologia, a largada foi dada por Wells.

Naquele final de século 19, a Inglaterra era a grande potência mundial. A rainha Victória enviava seus exércitos para a África e garantia a expansão do Império Britânico. Os marcianos que invadem a Terra, passando por cima de homens e mulheres, são os próprios ingleses tomando posse das terras dos africanos. Os humanos não compreendem tamanha brutalidade dos ETs. Eis o que diz Wells, já no primeiro capítulo de seu livro: "Antes de julgá-los com demasiada severidade, devemos nos lembrar das destruições totais e implacáveis que nossa própria espécie empreendeu, não apenas contra os animais, como os extintos bisões e dodôs, mas contra as raças humanas inferiores. Os tasmanianos, apesar de sua configuração humana, foram totalmente varridos da existência, num período de 50 anos, numa guerra de extermínio empreendida pelos imigrantes europeus. Somos por acaso tamanhos apóstolos da misericórdia para podermos nos queixar de que os marcianos tenham feito a guerra no mesmo espírito?". Uma senhora patada no orgulho britânico.
A Guerra dos Mundos estreou como folhetim, publicado em nove partes entre abril e dezembro de 1897 na revista inglesa Pearson’s Magazine. Em maio do mesmo ano, a revista americana Cosmopolitan lançou o texto nos Estados Unidos. A história foi um sucesso de público e ganhou versão em livro em fevereiro do ano seguinte. O impacto foi tremendo. Numa época em que aviões, raio laser e viagens espaciais eram só promessas de cientistas sonhadores, os leitores ficaram arrepiados com a possibilidade de seres de outros mundos estarem mesmo de olho na Terra. A humanidade preparava-se para a virada do século, período em que costumam aparecer profetas do apocalipse. Embora não fosse essa a intenção de Wells, a destruição de A Guerra dos Mundos foi interpretada pelas pessoas mais assustadas como um relato perfeito do juízo final.
Os jornais dos Estados Unidos ficaram doidos com a história. Em janeiro de 1898, o New York Evening Journal publicou uma pretensa continuação da aventura de Wells, chamada Edison’s Conquest of Mars (A Conquista de Marte de Edison), escrita por Garrett P. Serviss. Nesse plágio escancarado de A Guerra dos Mundos, Thomas Edison - o mesmo que inventou a lâmpada elétrica - embarca numa nave espacial para se vingar dos marcianos que invadiram a Terra e foram mortos por nossas bactérias. Os terráqueos não falham e exterminam a raça alienígena do planeta vermelho.

TRAÇOS BRASILEIROS
A primeira edição de A Guerra dos Mundos foi ilustrada pelo inglês Warwick Goble, mas os desenhos preferidos de Wells foram de autoria de um brasileiro que morava na Bélgica, o carioca Henrique Alvim Corrêa. O artista viajou para Londres, em 1903, para apresentar rascunhos que fizera após ler a versão francesa do livro. Wells gostou tanto do trabalho que convidou Corrêa para ilustrar a edição de luxo lançada em 1906 pela editora belga L. Vandamme. São 31 gravuras que pertencem ao antiquário fluminense Sebo Fino e estão expostas temporariamente no Museu e Hall da Fama da Ficção Científica, nos Estados Unidos.
O cinema não ficaria indiferente à história de Wells. O primeiro filme, dirigido por Byron Haskin, é considerado uma das melhores películas de ficção científica. Nessa versão de 1953, a produção ignorou boa parte das lições morais de Wells e transformou a história numa aventura tecnológica. O brilhante e charmoso doutor Clayton Forrester (vivido pelo ator Gene Barry) engata um discreto romance com a lindona Sylvia Van Buren (Ann Robinson). Fora a chegada dos marcianos e a vitória das bactérias, pouca coisa sobrou do texto original.
A versão de Steven Spielberg para A Guerra dos Mundos, lançada no final de junho, tem pelo menos um ponto em comum com o livro: trata-se da invasão da Terra sob o ponto de vista dos refugiados, particularmente do personagem de Tom Cruise. Com as novas invenções e as descobertas da ciência, o mundo mudou radicalmente nos últimos cem anos e o que assustava em 1898 não cola mais no século 21. Por isso, os alienígenas não são do inabitado planeta Marte, o poder de destruição extraterrestre cresceu e há muito mais gente correndo de um lado para o outro nas ruas. O cenário é contemporâneo.
O charme da história de Wells, pelo menos, está garantido em uma produção paralela do diretor Timothy Hines. A versão de Hines, a ser lançada também neste ano, é uma reprodução fiel do livro: a ação ocorre na Inglaterra vitoriana, os vilões vêm de Marte e eles acabam sendo aniquilados pelas bactérias terrestres.
Com tanta adrenalina que vem por aí, vai ser difícil ficar indiferente à Guerra dos Mundos em 2005. Leia o livro e assista aos filmes. É uma boa oportunidade para tentar entender como surgiu essa curiosidade humana pelo extraterreno. Se alguém merece culpa por enriquecer o imaginário popular, esta pessoa é H. G. Wells.

"Antes de julgá-los com demasiada severidade, devemos nos lembrar das destruições totais e implacáveis que nossa própria espécie empreendeu, não apenas contra os animais, como os extintos bisões e dodôs, mas contra as raças humanas inferiores"
trecho de a guerra dos mundos, de H. G. Wells

Ficção e realidade

Marte é um planeta árido, cheio de crateras e nunca esteve a menos de 56 milhões de quilômetros da Terra. Como é que um lugar sem graça desses inspirou tantas histórias de ficção científica? A explicação talvez remonte a 1877, quando o astrônomo italiano Giovanni Schiaparelli observou uma rede de canais na superfície marciana, que foi interpretada por alguns cientistas como estruturas artificiais de irrigação. Com teorias desse tipo, que outro lugar poderia alimentar tanto a imaginação dos escritores? H. G. Wells não ficou indiferente e também brincou com os marcianos. Em 1897, quando publicou A Guerra dos Mundos na forma de folhetim, o planeta fervia com as recentes invenções do homem: o telefone (1876), a lâmpada elétrica (1879), o automóvel (1885), o rádio (1896). Wells era um sujeito antenado. Tudo o que os marcianos do seu livro possuíam na fictícia invasão da Terra seria inventado pelo homem nos anos seguintes: o segredo de voar (avião, em 1906), o raio de calor (raio laser, em 1960) e a máquina de manipular (robôs, em 1961). Mas Wells temia o uso destrutivo das novas invenções e viveu o suficiente para descobrir que tinha razão. Em 1915, a Alemanha usou armas químicas contra os franceses na Primeira Guerra Mundial. Em 1945, os Estados Unidos jogaram duas bombas atômicas sobre o Japão, no lance final da Segunda Guerra. A primeira frase do capítulo 6 do livro de Wells soa profética: "Ainda é motivo de espanto o modo como os marcianos são capazes de matar gente tão rápida e silenciosamente". Quando morreu, em 1946, Wells já tinha perdido a confiança no ser humano.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Seitas Ufológicas - OVNI

SEITAS UFOLÓGICAS - OVNI



No dia 27 de março de 1997, nada menos do que 39 pessoas foram encontradas mortas numa mansão ao norte de San Diego, na Califórnia, Estados Unidos. Elas haviam cometido suicídio coletivo, levadas pela crença cega em Marshall Applewhite, líder de uma seita denominada Heaven’s Gate (literalmente, "Portal do Paraíso"). Applewhite fez seus seguidores acreditarem que alcançariam a vida eterna se morressem no momento da passagem do cometa Halle-Bopp pela Terra, pois o astro abrigaria em sua cauda uma nave espacial.
Fundada em 1970, a Heaven’s Gate é só uma das muitas seitas que se espalharam pelo mundo ancoradas em elementos ufológicos. Na maior parte das vezes, seus líderes se dizem pessoas eleitas por "forças extraterrestres" para cumprir alguma missão na Terra. O ufólogo Vanderlei D’Agostino diz que existem três tipos de líderes de seitas: os bem-intencionados, os que têm algum desvio de conduta (eventualmente patológico) e os literalmente charlatães. Ou seja, não dá para generalizar. Nem todos, é claro, levam a um final trágico quanto o do Heaven’s Gate. A seguir, conheça mais algumas seitas que arrebanharam seguidores com base em crenças e dogmas ligados à ufologia.

Movimento Raeliano
Fundado em 1975 pelo jornalista francês Claude Vorilhon, que se autodenomina Rael, prega que o ser humano foi criado em laboratório por extraterrestres. Rael, hoje com 59 anos, afirma ter sido contatado e abduzido em 1973 por um ET, que lhe pediu para construir uma "embaixada" na Terra, para receber de volta os alienígenas. O francês teria sido escolhido como o "messias", destinado a conscientizar a humanidade sobre a necessidade de evolução. A seita tem 70 mil seguidores no mundo. Nos últimos anos, tem chamado a atenção por sua defesa da clonagem humana - tida como um meio de atingir a imortalidade. Há rumores de que a Clonaid, empresa criada por Rael em 1997, já teria conseguido gerar uma menina, clone de uma mulher de 31 anos.

Comando Ashtar
Baseia-se em supostos contatos realizados entre humanos e um extraterrestre chamado Ashtar Sheran, que seria o grande "comandante intergaláctico", incumbido de promover a regeneração da Terra. É um movimento forte na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil. A figura de Ashtar estaria ligada a mensagens de alerta à humanidade. Nos anos 50, segundo seus seguidores, Ashtar teria entrado em contato com a Terra para evitar que bombas atômicas destruíssem nosso planeta e colocassem em risco o equilíbrio intergaláctico.

Projeto Portal
A seita foi fundada há dez anos em Corguinho (MS) por Urandir Fernandes de Oliveira, que se considera um representante dos ETs na Terra. "Tem causado grandes estragos na vida de inúmeras pessoas que o procuram na busca de curas e contatos com ETs", diz Rafael Cury, presidente da Associação Nacional dos Ufólogos do Brasil. Urandir chegou a ser preso, sob acusação de participar de um esquema de venda ilegal de lotes de terra em Corguinho. Segundo Urandir, o mundo será castigado por uma grande inundação, mas o lugar que ele chama de "A Cidade dos ETs" - onde ficam os tais lotes de terra - estaria imune à tragédia.

Lineamento Universal Superior (LUS)
Criado pela vidente brasileira Valentina Andrade e por seu marido, o argentino José Teruggi, em Buenos Aires. Segundo eles, só os seguidores da seita seriam salvos do apocalipse, resgatados por naves espaciais. Nos anos 80, Valentina e outros membros do grupo foram acusados de castrar nove meninos de 8 a 14 anos e assassinar seis deles, em rituais satânicos, entre 1989 e 1993, em Altamira, no Pará. "Quando invadiram sua residência em Londrina, no Paraná, encontraram várias fitas de vídeo em que ela, em transe, dizia: ‘Matem criancinhas’", conta Rafael Cury. Presa em 2003, Valentina foi julgada e absolvida por falta de provas. Outros quatro acusados foram condenados a penas de 35 a 77 anos de prisão.

Grupo Rama
Começou no Peru, com os irmãos Sixto e Carlos Paz. Após se desentender com o irmão, Carlos mudou-se para o Brasil e criou um braço da seita, o Grupo Amar (Rama ao contrário). Os irmãos organizavam vigílias para aguardar a chegada de naves alienígenas. Afirmavam viajar com freqüência à Constelação de Órion, onde eram recebidos por ETs. Após denúncias sobre a falsidade desses contatos, a seita caiu no ostracismo. Carlos acabou mudando de sexo e Sixto perdeu credibilidade depois de participar de um programa de TV e ser reprovado por um detector de mentiras. As duas vertentes da seita deixaram de existir no início dos anos 90.

Cultura Racional
Foi criada por Manoel Jacinto Coelho em 1935, no Rio de Janeiro, num centro espírita no bairro do Méier. Nos meios usados para sua divulgação, a Cultura Racional cita com freqüência discos voadores e seres extraterrestres. Considera-se um movimento cultural, não uma seita. Nos anos 70 e 80, atraiu milhares de seguidores, entre eles o cantor Tim Maia, que acabou deixando o movimento. Seus princípios se baseavam em um conjunto de livros denominado Universo em Desencanto, considerado por muitos um instrumento de lavagem cerebral.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Os Ets que caíram no samba

OS ETS QUE CAÍRAM NO SAMBA



A polêmica em torno da suposta visita de seres extraterrestres ao Brasil não é diferente da que se observa em outros países. Enquanto os céticos torcem o nariz para o tema, dezenas de pesquisadores se debruçam sobre as evidências em busca de explicações consistentes para os fenômenos relatados. Claro que há truques, fantasias e muita mentira. Mas que há também um fundo de verdade, há, afirmam os ufólogos. "Se vamos à Lua, a Marte, por que não receberíamos a visita de seres de outros planetas?", diz Ademar Gevaerd, presidente do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV), entidade que mantém um arquivo com mais de 10 mil relatos de observações de óvnis e contatos com ETs. O acervo reúne todos os tipos de incidentes: da abordagem amigável à ameaça iminente, de observações, filmagens e fotos de óvnis a casos de abduções. São tantas as histórias que pedimos para os especialistas apontarem os dez casos mais significativos já registrados em terras brasileiras. Veja a seguir um resumo dessas dez histórias, em ordem cronológica. A seleção foi feita a partir das indicações de Ademar Gevaerd, do ufólogo Vanderlei D’Agostino e de Rafael Cury, presidente da Associação Nacional dos Ufólogos do Brasil.

1947
Nesse ano teria ocorrido um dos primeiros contatos com ETs no Brasil. O agrônomo José Higgins trabalhava nos campos da Colônia Goio-Bang, em Pitanga (PR), quando teria visto um objeto pousar a cerca de 50 metros. Dali saíram três seres muito altos e idênticos. Segundo Higgins, eles vestiam macacões transparentes, eram calvos, tinham olhos grandes e redondos. Emitiam um som incompreensível. Por meio de gestos e desenhos, mostraram que pretendiam levar Higgins para "o sétimo círculo depois do Sol". Bom de prosa, o agrônomo disse que precisava buscar a mulher - e assim conseguiu escapar ileso, segundo declarou.

1957
Enquanto trabalhava no turno da noite na fazenda da família, o mineiro Antonio Villas Boas teria sido seqüestrado por ETs e obrigado a manter um contato mais do que "imediato" com uma das tripulantes da nave. Ele afirmou ter mantido relações sexuais com uma ET, que, ao se despedir, apontou para ele e para o ventre dela, indicando que sua intenção era gerar uma criança híbrida (leia mais sobre este caso na página 50).

1958
Dezenas de pessoas, a bordo do navio Almirante Saldanha, da Marinha brasileira, teriam testemunhado um óvni sobrevoar a ilha de Trindade, no litoral do Espírito Santo. O fotógrafo Almiro Baraúna tirou quatro fotos do objeto, que tinha a forma do planeta Saturno e era silencioso. Teria vindo do mar, sobrevoado a ilha e sumido atrás de um morro. Reapareceu do outro lado, voltou para o mar e desapareceu de novo. O fenômeno durou exatos 14 segundos.

1963
Os garotos Fernando, Ronaldo e José Marcos Gomes Vidal afirmam ter visto um objeto esférico flutuando sobre o abacateiro no quintal de sua casa em Belo Horizonte (MG). Do seu interior teria saído um alienígena, parecido com humanos, só que com um único olho. Os garotos teriam partido para o ataque, mas foram contidos por um raio de luz. O ET se pôs a falar, mas eles nada entenderam. O ser voltou para a nave, que se afastou rapidamente.

1966
Os radiotécnicos Miguel José Viana, 34 anos, e Manoel Pereira da Cruz, 32, subiram o morro do Vintém, em Campos dos Goitacazes (RJ), para realizar uma experiência. Dias depois apareceram mortos, usando máscaras de chumbo. Testemunhas afirmam ter visto um óvni no alto do morro. Mas são muitas as hipóteses para o mistério - de encontro fatal com um disco voador a um simples caso de latrocínio. O fato é que, ao investigar a história, em 1980, o ufólogo francês Jacques Vallée verificou que o local onde os corpos tinham sido encontrados chamava a atenção pela ausência de vegetação e pelo solo aparentemente calcinado.

1977
Uma onda de aparições de óvnis colocou em polvorosa a população do Pará e do Maranhão. Brasília decidiu formar uma comissão para investigar os acontecimentos, numa iniciativa batizada com o código Operação Prato, segundo relato feito pelo coronel Uyrangê Hollanda. Comandados por ele, vários oficiais teriam confirmado as aparições de óvnis a curta distância. Autoridades negam que a iniciativa tenha sido oficial.

1979
O agricultor Arlindo Gabriel dos Santos teria saído para caçar com amigos, na cidade de Baependi (MG), levando uma câmera fotográfica e uma bola a tiracolo. Depois de se separar dos companheiros, viu três objetos, de formatos diferentes, pousarem e levantar vôo alternadamente. Quando o quarto objeto pousou e ele tentou fotografar, teria sido atingido por um feixe de luz e capturado por seres humanóides, que conseguiram lhe dizer que eram "do bem". Segundo ele, no interior da nave, os ETs lhe contaram sobre sua civilização e o deixaram sair. O agricultor afirma ter encontrado depois sua bolsa, com estranhas pinturas, supostamente mensagens de ETs.

1986
Em um episódio que ficaria conhecido como a "Noite Oficial dos Ufos no Brasil", radares captaram mais de 20 óvnis sobrevoando a região do Vale do Paraíba, no estado de São Paulo. O caso foi testemunhado por inúmeros oficiais. A única explicação dada pelo governo é que pode ter havido uma falha nos radares.

1996
No dia 20 de janeiro, a cidade de Varginha (MG) foi cenário do caso mais discutido da ufologia nacional. Três garotas afirmaram ter visto um ser com cerca de 1,60 metro de altura, três protuberâncias na cabeça enorme, olhos grandes e vermelhos e pele marrom-escura brilhante. Outras testemunhas descreveram o pouso de uma nave avariada e estranhos seres correndo em várias direções. Dois deles teriam sido capturados pela PM e pelo Corpo de Bombeiros. Um teria morrido e o outro estaria até hoje na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). O legista Badan Palhares teria até feito a autópsia de um dos ETs - o que ele nega com veemência. "Nenhum ufólogo sério admitiu que se tratava de um ET. Está claro, no entanto, que houve algum tipo de acobertamento", diz o ufólogo Vanderlei D’Agostino.

1998
O garoto Allan Bruno de Oliveira, de 10 anos, e seus familiares teriam observado um óvni no céu do bairro de Capão Redondo, em São Paulo. Durante 30 minutos, eles se encantaram com os movimentos de um objeto esférico parecido com uma sonda, de luminosidade intensa. Só se lembraram de filmar bem depois e registraram os últimos quatro minutos e meio do espetáculo. A fita mostra o óvni fazendo incríveis manobras.

20 mil pessoas. É o número de simpatizantes que, até o final de abril, tinham subscrito um abaixo-assinado da campanha "Liberdade de Informação Já", promovida pela Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU). Os organizadores do movimento exigem a liberação de "dados sigilosos" sobre três episódios específicos: a Operação Prato (1977), a Noite Oficial dos Ufos no Brasil (1986) e o Caso Varginha (1996)



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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Qual é a deles ? OVNI's

QUAL É A DELES? OVNI's



Supondo que os alienígenas têm mesmo visitado regularmente a Terra, cabe a pergunta: o que, afinal de contas, eles querem de nós? O objetivo seria apenas conhecer os terráqueos ou eles pretendem dominar o planeta? Os discos voadores vêm todos do mesmo lugar? Quando o contato acontecer, será amigável? A humanidade está pronta para descobrir que não está só? Saiba quais são as principais teorias que tentam explicar o suposto interesse dos ETs por este pequeno planeta azul perdido na imensidão do Universo.

1. ETS CIENTISTAS
De acordo com essa hipótese, a motivação principal dos extraterrestres seria entender uma cultura considerada exótica e inferior. Eles estariam estudando os humanos da mesma forma que os antropólogos fizeram com tribos indígenas que nunca haviam tido contato com o homem branco. Talvez os ETs, também atormentados pela pergunta "de onde viemos e para onde vamos?", estejam à procura de conhecimentos que os ajudem a compreender melhor o próprio passado.
Assim, a missão dos tripulantes dos óvnis nas longas viagens até a Terra seria recolher informações e material genético para análise. Isso explicaria as abduções, realizadas quase sempre em lugares isolados, sem testemunhas. Os alienígenas teriam a preocupação de interferir o mínimo possível no cotidiano do planeta, para que a civilização humana evolua de forma natural e os estudos possam prosseguir sem nenhum tipo de "contaminação", para recorrer a um termo da antropologia.
Por não desejarem que os terráqueos tenham certeza de que existe vida fora da Terra - ao menos neste momento -, os ETs que nos visitam não se deixam fotografar nem permitem que os abduzidos levem "lembrancinhas" da nave ou dos passeios pelo espaço. E mais: tratam de apagar a memória de quem passa por uma experiência dessas. Só não conseguem evitar que algumas cenas venham à tona durante sessões de hipnose.
E foi recorrendo à hipnose que o psiquiatra norte-americano John Mack obteve muitos relatos de abduções, o que colocou em risco a sua reputação de professor em Harvard. Depois de anos de análise de casos do gênero, ele passou a defender a tese de que os alienígenas estão criando uma raça híbrida com os terráqueos, uma estratégia para assumir o comando do planeta gradualmente. As circunstâncias da morte de Mack, em setembro do ano passado, aos 74 anos, é um prato cheio para conspirólogos: ele foi atropelado quando caminhava calmamente pela calçada de uma rua tranqüila de Londres.

2. GUARDIÕES DA TERRA
Há quem acredite que as visitas dos ETs teriam o objetivo de monitorar a humanidade para evitar que a Terra seja destruída. Eles seriam como anjos da guarda da nossa civilização, prontos para intervir caso a situação se torne insustentável. Isso explicaria a maior incidência de aparições de discos voadores a partir da Segunda Guerra Mundial e durante a Guerra Fria entre Estados Unidos e a antiga União Soviética, período em que havia a ameaça constante de uma hecatombe nuclear. Outro dado que reforçaria essa hipótese é que, depois do desastre radioativo de Chernobyl, na atual Ucrânia, em 1986, a região teria registrado uma onda de aparições de óvnis.
Para influenciar os terráqueos a fazer a coisa certa, os ETs transmitiriam mensagens de cunho moral e espiritual a porta-vozes escolhidos. Muitas pessoas passam a divulgar textos do gênero depois de terem sido supostamente abduzidas. Um dos mais célebres documentos atribuídos a alienígenas é o Livro de Urântia, com quase 200 capítulos que teriam sido telepaticamente ditados na década de 30 a um grupo de destinatários escolhidos. O livro diz que o Universo está repleto de outros planetas habitados - somente os semelhantes à Terra (ou Urântia, nome adotado por eles) seriam 61. E o primeiro casal não teria se chamado Adão e Eva, mas sim Andon e Fonta, que não teriam sido criados, mas sim se destacado, pela descoberta da inteligência, dos demais símios que habitavam o planeta.
E de onde viriam esses ETs tão preocupados com o futuro da Terra? Uma das hipóteses, digna de um bom roteiro de ficção científica, é que eles seriam descendentes de terráqueos que vivem no futuro e que estão voltando ao passado para tentar evitar os erros que levaram à destruição do planeta - o que obrigou seus antepassados a buscar abrigo em outras partes do Universo. Fala-se também em uma "confederação" composta por diferentes povos do espaço, uma ONU interplanetária que monitora todas as civilizações.

3. PREPARANDO O CONTATO
Os casos de avistamentos e abduções seriam parte de um plano para acostumar gradualmente a humanidade com a idéia de que há vida fora do planeta. O cuidado se justificaria pelo fato de que nenhuma outra notícia tem tamanho potencial para mudar o mundo. Muitas crenças religiosas perderiam o apelo e os países mais poderosos se veriam, de uma hora para outra, à mercê de um poder maior, contra o qual pouco ou nada poderiam fazer. O pânico poderia se alastrar em proporções muito maiores do que o causado por Orson Welles e sua Guerra dos Mundos, a fictícia invasão alienígena transmitida por rádio que, em 1938, assombrou os americanos (veja na página 72).
Adeptos de teorias conspiratórias afirmam que os Estados Unidos já sabem há muito tempo da existência de vida extraterrestre - pelo menos desde o incidente de Roswell, em 1947 - e fazem de tudo para impedir que o fato não seja conhecido pela população mundial. Não só porque os outros países poderiam se tornar menos submissos a eles, mas também porque os americanos estariam há décadas se aproveitando das pesquisas sobre a tecnologia alienígena.
Resta saber quais seriam as razões de os ETs demonstrarem tanta consideração com os terráqueos. Só valores morais muito elevados explicariam tamanha preocupação com os sentimentos alheios. Há quem diga, no entanto, que os alienígenas só não fizeram contato até agora porque ainda não estão em condições numéricas de dominar a Terra. Afinal, não é nada fácil transportar um poderoso exército pelas galáxias.
Suspeita-se, porém, que o contato com os terráqueos já tenha sido feito no passado. Reforçam essa hipótese a existência, em várias partes do mundo, de inscrições rupestres que parecem reproduzir viajantes do espaço, e também as construções fantásticas, como as pirâmides do Egito e as estátuas gigantes da Ilha de Páscoa, inexplicáveis até para o homem de hoje.

4. ETS BRINCALHÕES
E se os ETs vieram para confundir, não para explicar? Há quem acredite que eles são responsáveis por muitos episódios inexplicáveis que acompanham a humanidade há séculos - desde gnomos, elfos e fadas até fenômenos paranormais em geral. E por que os alienígenas fariam isso? Por pura diversão, ora! Imagine um Universo cheio de planetas que não fazem nada além de cumprir suas órbitas... Monótono, não? Por isso os ETs vivem pensando em novas "pegadinhas" contra os terráqueos, como se fossem produtores de uma câmera escondida interplanetária.
A hipótese de que os visitantes fazem tudo isso apenas em troca de boas risadas, no entanto, não convence ufólogos como o americano John Keel. Ele acha que os fenômenos que os terráqueos não conseguem explicar fazem parte de um sistema controlado de fora do planeta ou de outras dimensões, mas suspeita que o principal objetivo seja o de disfarçar a presença dos extraterrestres entre nós.
Dessa forma, os discos voadores avistados nos céus seriam apenas uma ilusão que parece convincente para a nossa época, assim como elfos ou vampiros o foram para a mentalidade e o estágio de desenvolvimento da tecnologia de suas épocas. Enquanto a humanidade se espanta com esses fenômenos e se propõe a investigá-los, os ETs estariam tranqüilamente assumindo formas humanas e ocupando posições-chave para dominar a Terra. Cuidado: seria George W. Bush do outro mundo?



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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Intimidade Escancarada - Monitoramento digital

INTIMIDADE ESCANCARADA - Monitoramento digital



Se você acha que sua privacidade já tem sido suficientemente desrespeitada pelas câmeras espalhadas por todos os cantos, pelos programas-espiões de computador, pelos telefonemas invasivos de telemarketing e por tantas outras pragas do mundo moderno, prepare-se: o futuro promete ser bem pior. O barateamento e a conseqüente difusão de determinadas tecnologias fará com que nenhum de nós consiga dar dois passos sem que alguém, em algum lugar, seja capaz de dizer por onde andamos.

Uma idéia do que vem por aí foi dada recentemente pela revista americana Reason. Em sua edição de junho de 2004, ela apresentou o que considera alguns aspectos positivos de uma sociedade com "privacidade zero". A capa da revista foi personalizada para cada um dos assinantes - são mais de 40 000 -, com o nome da pessoa, a foto aérea da casa de cada uma e a manchete: "Eles sabem onde você está!". O anúncio na contracapa foi também personalizado para cada assinante e sua vizinhança. A intenção da revista foi mostrar que, no futuro, será possível fazer uma publicação hiperindividualizada para cada leitor - com notícias, análises, comentários e anúncios preparados sob medida. E isso só será possível graças à "databasificação" da sociedade, ou seja, ao enorme e crescente volume de informações pessoais disponíveis nos mais diversos bancos de dados, ao alcance de quem quiser.

De acordo com o artigo da Reason, a perda da privacidade pode tirar o sono de muita gente, mas também tem suas vantagens: impulsiona a economia e torna a vida mais conveniente. Por exemplo, com informações que coletam sobre seus potenciais clientes, as empresas financeiras conseguem identificar quem são bons ou maus pagadores. Assim, podem barrar os caloteiros e conceder crédito mais barato aos que têm boa reputação na praça.



CAMINHO SEM VOLTA

No livro The Transparent Society (A Sociedade Transparente), de 1998, o físico americano David Brin defende a idéia de que já não adianta lutar contra a perda da privacidade. Agora, o jeito é brigar pela democratização e padronização das informações obtidas pelos métodos de controle da sociedade. Brin alerta para o fato de que, se as regras nesse sentido não forem estabelecidas desde já, a privacidade poderá se transformar em um privilégio reservado à elite.

Sob muitos aspectos, a perda da privacidade deve contribuir para realçar as diferenças sociais. Se hoje os vendedores de uma loja avaliam o potencial de um cliente com base apenas na aparência, no futuro eles terão embasamento instantâneo para definir quem deve receber um tratamento vip. A previsão é que, por volta de 2050, um grande banco de dados com informações sobre toda a população deve transformar a vida de cada um em um verdadeiro "livro aberto". Quem entrar em qualquer loja será imediatamente identificado não apenas pelo nome, mas também por outras informações pessoais, como a idade, o estado civil e os hábitos de compra.

Em 2030, o sistema atual de identificação com RG e CPF soará como pré-histórico graças aos avanços da biometria, a ciência que estuda características únicas dos indivíduos, capazes de diferenciá-los dos demais integrantes da população. O método de biometria mais cotado para se tornar o predominante daqui a alguns anos é o da identificação pela íris. Equipamentos ligados ao sistema de identificação estarão espalhados por todos os lugares, controlando o acesso a espaços públicos como empresas, lojas, estádios, condomínios, universidades e aeroportos. O sistema será acionado também nas movimentações financeiras. Assim, todos os passos de um cidadão ficarão registrados eletronicamente. Na verdade, nem precisamos ir tão longe no futuro. Hoje, ferramentas de busca como Google e Yahoo! conseguem manter um histórico de todas as pesquisas que você faz na internet.



OLHO NO CELULAR

Por volta de 2010, o telefone celular deverá ter-se consolidado como objeto não apenas de comunicação, mas de vigilância coletiva. Em 2004, foram vendidos em todo o mundo quase 200 milhões de celulares com câmeras embutidas. Já há casos nos Estados Unidos de assaltantes presos graças a fotos tiradas por aparelhos de celular e fornecidas à polícia. A possibilidade de que situações assim - para o bem ou para o mal - se tornem mais comuns aumenta à medida que a tecnologia gera produtos cada vez mais compactos e fáceis de ocultar. Em 2020, as indiscretas câmeras estarão nos óculos, nas canetas e nos anéis, exatamente como imaginado nos filmes de James Bond.

O potencial de vigilância dos celulares não se limitará às câmeras. Em mais alguns anos, os aparelhos terão incorporado a localização pela tecnologia GPS, recurso que, em função do alto custo causado pela utilização de satélites, esteve inicialmente reservado a situações como expedições a lugares inóspitos ou monitoramento de caminhões. O GPS será também aplicado a automóveis de passeio e até mesmo a roupas sofisticadas, tudo para facilitar a localização de pessoas em caso de seqüestro.

Com a mesma intenção de rastrear crianças desaparecidas ou seqüestradas, muitos pais decidirão implantar microchips de localização em seus filhos. As crianças, aliás, serão umas das maiores vítimas da invasão de privacidade nas próximas décadas. Muitas escolas já têm câmeras instaladas nas salas de aula e conectadas em tempo real à internet, tendência que tende a se tornar regra diante de pais cada vez mais ansiosos com o desempenho escolar dos filhos.

A presença dos "olhos artificiais" também tem sido cada vez mais percebida pelos funcionários das grandes corporações. Muita gente já se habituou a trabalhar o tempo todo sob a mira de uma câmera de vigilância. Nas próximas décadas, entretanto, a privacidade será ameaçada não apenas pelas ações do governo ou das empresas, mas também pelo cidadão comum. A democratização do acesso a recursos de vigilância deve despertar uma onda de voyeurismo. Quem garantirá que o simpático organizador daquele churrasco no salão de festas não terá instalado uma microcâmera nos banheiros?
Os legisladores já começam a se preocupar seriamente com essas possibilidades. Em setembro de 2004, o Congresso dos Estados Unidos aprovou uma lei que ficou conhecida como "antivoyeurismo". Ela prevê até um ano de prisão para quem fotografar genitais, nádegas e seios em lugares públicos sem consentimento. A lei foi criada a partir da proliferação de casos de câmeras escondidas em chuveiros, piscinas, quartos de hotel, banheiros e provadores de roupas em lojas.


Tendências




- RASTREAMENTO

Dentro de mais alguns anos, a popularização de tecnologias como o GPS vai permitir a localização de pessoas em qualquer parte do mundo.



- OLHOS ARTIFICIAIS

Em 2020, microcâmeras deverão ser instaladas nos lugares mais improváveis, como em óculos e anéis.



- IDENTIFICAÇÃO

Em 2030, equipamentos de identificação estarão espalhados por toda a parte, controlando o acesso a lugares como empresas, condomínios e universidades. Todos os passos de uma pessoa ficarão registrados.



- CRIANÇAS
As crianças serão umas das maiores vítimas da invasão de privacidade nas próximas décadas. Alguns pais vão implantar microchips nos filhos para poder monitorar seu paradeiro.


Seqüestro de e-mail




Imagine receber o seguinte e-mail: "Interceptamos a mensagem enviada por você no último dia 12, às 10h47, e a julgamos sigilosa o suficiente para que você não queira torná-la pública. Para evitar que isso aconteça, esteja às 14 h de amanhã na floricultura da praça em frente ao seu escritório, com 5 mil reais em dinheiro dentro de uma pasta. Qualquer tentativa de inviabilizar o negócio trará péssimas conseqüências para você e sua família".

Pode parecer ficção científica, mas o seqüestro de e-mails ou de qualquer outra informação importante que esteja na memória de um computador é mais uma modalidade criminosa que deve se espalhar em breve. Especialistas prevêem que todo tipo de crime praticado na "vida real" acabará, de alguma forma, transferido para o universo virtual.
O correio eletrônico é um sistema vulnerável, especialmente no período em que a mensagem fica armazenada no servidor, antes de ser distribuída. Fazendo uma analogia com o correio convencional, os especialistas em informática dizem que os e-mails são como aqueles cartões-postais sem envelope: qualquer um pode ler antes da entrega ao destinatário.


São Paulo, 15 de janeiro de 2035




Colocou o dedão no identificador. Aí veio o desastre previsível: além de borrar o esmalte, o bicho fez o favor de avisar que ela deveria remarcar seu papanicolau. O porteiro não precisava saber disso, mas ela confiou que ele também não soubesse o que era um papanicolau. Subiu no elevador tentando esconder a falha de esmalte com cuspe. Não conseguiu, mas pelo menos os vigilantes do prédio tiveram um momento de diversão com o vídeo. Quando se sentou em frente ao computador, desistiu de se lamentar pela unha da mão e resolveu apreciar seu pé, pela primeira vez esmaltado de vermelho. Tirou uma foto das unhas e subiu no fotolog. Aproveitou o momento, apontou a webcam para os pés e mostrou aos amigos do Messenger seu ato de ousadia. Isso rendeu uma hora de conversa, dez posts em blogs e um saudável adiamento do trabalho. Às 16h30, foi chamada para uma videoconferência com Miami.

Lá soube que sua meta de vendas deveria aumentar e que o gerente de Miami não usava fio dental. Saiu da reunião, voltou ao computador e enviou seu currículo para a concorrência, onde ela não seria tão exigida nem precisaria ver brócolis entre os dentes de seu chefe. Fim do expediente: apagou a pasta com 4 178 spams. No carro, a balança do automóvel avisou que ela havia engordado um quilo. Chegou em casa e ouviu a mãe na secretária eletrônica pedindo notícias. Não retornou. A última coisa que precisava era de alguém se metendo em sua vida.


Daniela Abade é escritora, criadora do site www.mundoperfeito.com.br e autora de Depois que Acabou (Gênese, 2003) e Crônicos (Agir, 2004)



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quinta-feira, 28 de julho de 2011

O Papa e a História - Teologia

O PAPA E A HISTÓRIA - Teologia



No dia 4 de junho de 1989, houve eleições para o senado na Polônia. Não era uma eleição qualquer: pela primeira vez os poloneses tinham alguma chance de escolher depois de quase meio século de ditadura comunista. O resultado das urnas foi devastador. Das 262 cadeiras do senado, 261 ficaram para o partido de oposição, o Solidariedade.

O governo comunista cairia dois meses depois. Era o fim do comunismo na Polônia. E não só lá. Um a um os governos do Leste Europeu desmoronaram. No fim de 1989 o que fora um poderoso bloco tinha virado pó. A Polônia foi o primeiro dominó. E ninguém lá teve dúvidas sobre quem empurrou esse dominó. "A culpa é da Igreja", disse o ditador derrotado, general Wojciech Jaruzelski. O primeiro ato do vitorioso líder do Solidariedade, Lech Walesa, foi pegar um avião para Roma. Ele queria agradecer a João Paulo II. A Igreja Católica estava no centro do mundo. E o papa era "o pivô em torno do qual a história girou", nas palavras de Marco Politi e Carl Bernstein, autores de Sua Santidade, uma excelente biografia do papa.

João Paulo II fez história. Quem olha para seu corpo curvado, 15 anos depois, talvez tenha dificuldade para enxergar o homem forte, obstinado e astuto que ele foi. Não dá mais para negar que seu papado está perto do fim. É hora de olhar para trás para entender seu legado. E de olhar para frente para descobrir para onde a Igreja vai depois dele. Mas antes é preciso responder duas perguntas.

Quem é ele?

João Paulo II nasceu em 18 de maio de 1920 na cidadezinha polonesa de Vadovice - e recebeu o nome de Karol Wojtyla. Para entender o destino desse menino é preciso antes compreender que país era aquele no qual ele veio ao mundo.

A Polônia não teve um século 19 fácil. Encurralada entre três nações francamente imperialistas - Alemanha, Rússia e Áustria - esse país imenso, agrário e pobre estava sempre sob ameaça de ser varrido do mapa. Foi o que aconteceu em 1865. O Reino da Polônia foi abolido, engolido pelos vizinhos. Até a Primeira Guerra Mundial, a Polônia simplesmente não existiu. Falar polonês era punido como crime. Demonstrar orgulho nacional era proibido.

Mas a identidade polonesa sobreviveu na clandestinidade. Uma forma de preservá-la era ler a literatura épica de autores nacionalistas. Outro ato de amor à pátria era ser católico. A Polônia é um país majoritariamente católico há mil anos e está cercada por vizinhos protestantes e ortodoxos. Ser católico sempre foi sinônimo de ser patriota. Uma oração solitária dentro de casa era uma forma de resistir.

Com o fim da Primeira Guerra, a Polônia finalmente voltou a existir como nação. Mas continuou cercada de inimigos - Karol nasceu bem no meio de uma guerra contra os soviéticos. Desde criança, em Vadovice, Karol foi um católico fervoroso, capaz de entrar numa espécie de transe enquanto passava horas rezando. Mas, antes de ser católico, Karol era um nacionalista.

Em 1939, Hitler invadiu a Polônia, iniciando a Segunda Guerra Mundial. Naquela época, Karol queria ser ator e, segundo relatos, tinha muito talento para isso. Interpretava com paixão textos épicos de autores poloneses. O jovem de 19 anos era forte e atlético, mas nunca teve vocação para a violência. Ele queria ajudar a Polônia a vencer a guerra, mas estava decidido a fazer isso "ganhando os espíritos". O teatro nacionalista seria sua arma.

Foi uma surpresa para todos os seus amigos quando ele anunciou, em 1942, que queria virar padre. Karol mudava de carreira, mas não de objetivo. Sua intenção continuava sendo a mesma: "ganhar espíritos", manter viva a identidade polonesa. Os invasores nazistas tinham proibido as missas e fechado todos os seminários, numa afronta à religiosidade polonesa. Portanto, estudar para ser padre era um ato subversivo.

Com o fim da guerra, os soviéticos expulsaram os nazistas, mas a vida dos padres continuou difícil. Afinal, os comunistas rejeitavam a religião. Karol manteve a mesma postura: de resistência firme e tranqüila. Sua forma de combater o comunismo era ensinar os valores católicos, ajudar as pessoas a levar uma vida guiada por Cristo. Sua fé profunda, seus princípios firmes, seu carisma e seu talento diplomático - que o fez ser tolerado pelo governo comunista - garantiram uma subida rápida na hierarquia da Igreja.

Quando chegaram os anos 1960, na Polônia comunista, a Igreja era respeitada e admirada e atraía muita gente. Enquanto isso, no Ocidente, a Igreja ia mal. Era a década da liberação sexual e os fiéis estavam desaparecendo. Em 1962, o papa João XXIII chamou todos os bispos do mundo a Roma. Seu objetivo: modernizar o catolicismo para atrair os cristãos de volta. Começava o Concílio Vaticano Segundo. Karol Wojtila, recém-promovido a bispo, foi um dos convidados. No concílio, ele esteve quase sempre do lado derrotado, defendendo o estilo austero e tradicionalista da igreja polonesa. Sua participação foi discreta, mas segura. E chamou a atenção de Paulo VI, sucessor de João XXIII (que morreu em 1963).

O novo papa passou a ouvir Karol com atenção. O polonês teve grande influência no documento papal de 1968 que condenava os anticoncepcionais artificiais. Ele já era um cardeal respeitado por toda parte quando Paulo VI morreu, em agosto de 1978. João Paulo I, seu sucessor, durou só 33 dias no cargo e morreu também. Chegava a hora de Karol Wojtila. Com 99 dos 108 votos do cardeais, ele se elegeu e homenageou seus três antecessores (João XXIII, Paulo VI e João Paulo I) escolhendo o nome de João Paulo II.

Antes de contar a história de seu papado, vale a pena entender que cargo é esse que Karol assumiu.

O que é um papa?

A resposta tradicional a essa pergunta é simples: papa é o sucessor direto do apóstolo Pedro, que recebeu de Jesus em pessoa a incumbência de comandar sua Igreja, em Roma. João Paulo II tem a mesma tarefa que já foi de São Pedro.

Mas o estudo de documentos antigos mostra que, no início, a Igreja não era centralizada como hoje. Havia comunidades cristãs em várias cidades, cada uma com seu bispo, e cada bispo cuidava dos assuntos locais. O de Roma não estava acima dos outros. Pedro "estava longe de ser um monarca espiritual, ou mesmo um governante único", escreveu o teólogo alemão Hans Küng, em A Igreja Católica. Não havia um papa - e por muitos séculos foi assim.

Os cristãos estavam espalhados pelo Império Romano, em condições de pobreza, enfrentando perseguições cruéis. Essa situação mudou radicalmente graças a uma visão. Foi em 312: uma cruz apareceu no céu para o imperador Constantino, dias antes de uma batalha decisiva, que ele acabou vencendo. Em 313 os cristãos receberam liberdade de religião, em 315 o castigo da crucificação foi abolido, em 321 o domingo virou oficialmente feriado. Em 337, Constantino morreu. Seu filho Teodósio começou a perseguir as outras religiões. O cristianismo, nascido entre pobres numa periferia rural, virava de repente a religião do Estado.

No século 5, o Império Romano caiu. A Europa caiu nas mãos dos bárbaros, incultos e analfabetos, e aí sobrou um só vestígio do esplendor imperial: o bispo de Roma, já então chamado de papa. Ele era para o povo um resto de ordem e autoridade numa época tomada pelo caos. Naquele mundo, só o clero sabia ler - e os bispos, além de autoridade religiosa, começaram a acumular o poder civil. Começava a Idade Média.

No século 12, o papa tornou-se o homem mais poderoso do Ocidente - ele tinha terra e ouro, resolvia disputas entre nobres, abençoava reis para que sua autoridade fosse reconhecida. Nessa época, a Igreja e a religião estavam no centro da vida. O cristianismo não era para ser lembrado só no apuro ou na missa de domingo - era uma presença constante, guiando cada ação de pessoas ou de governos. O papa era coroado como um rei e sua autoridade agora se aplicava sobre toda a Igreja. É claro que tanto poder atraiu aventureiros e o trono papal foi ocupado por homens que podiam ser tudo, menos santos. No final da Idade Média, ladrões, assassinos e depravados viraram papas.

A insatisfação com a corrupção em Roma era grande e, no século 16, Lutero iniciou a Reforma Protestante, que tirou do papa o poder sobre o norte da Europa. Mas o maior golpe foi um modo de pensar que surgiu na mesma época - a história chama-o de iluminismo. Para resumir, iluminismo é a idéia de que a a vida deve ser guiada pela razão, e não pela vontade divina. Esse movimento se espalhou pela Europa como um incêndio. E, com o domínio da razão, veio a decadência da Igreja.

Desde então, Roma tem passado muito tempo na defensiva, lutando contra tudo de novo. Primeiro, o inimigo era a ciência - pensadores foram queimados pela Inquisição ou forçados a abandonar suas idéias. Com isso, o conhecimento científico nos países católicos passou a andar bem mais devagar que nos protestantes. Depois, no século 18, o papa Pio VI esbravejava contra "a abominável filosofia dos direitos humanos", defendida pela Revolução Francesa (que matou padres na guilhotina e confiscou terrenos da Igreja). No século 19, Roma voltou-se contra a industrialização: os papas atacavam as ferrovias, o gás, a iluminação.

A Igreja, deposta do papel de dona do mundo, virou inimiga declarada da modernidade. E, como a modernidade é uma inimiga poderosa, o papa foi ficando mais e mais irrelevante. A Igreja chegou à metade do século 20 sem poder político, com fiéis abandonando as missas e cada vez menos padres.

Nos anos 60, surgiu a idéia de que era preciso fazer as pazes com a modernidade. Foi aí que João XXIII convocou o Concílio Vaticano Segundo e que a história de Karol se cruzou com esta história aqui. O concílio acabou com missas em latim e acrescentou pitadas de democracia na sua própria organização. Mas manteve várias tradições. A posição dura sobre anticoncepcionais não se alterou, casamentos de padres e ordenações de mulheres nem puderam ser discutidos. E o papa continuou sendo tratado como na Idade Média: um monarca absolutista.

Em 1978, quando João Paulo I morreu, o maior problema do mundo era a guerra fria - um conflito entre protestantes americanos e ateus soviéticos. A Igreja vivia criticando o consumismo de uns e a falta de liberdade religiosa de outros, mas era quase sempre ignorada. Aí Karol virou papa. E Roma viu a chance de voltar a um lugar de onde saíra fazia séculos: o centro do mundo.

Anos de glória

João Paulo II não perdeu tempo. Eleito papa, ele rezou a missa inaugural em 22 de outubro de 1978. No dia 23, mandou uma mensagem pública aos poloneses: "quero muito estar com vocês no 900º aniversário do martírio de São Estanislau". São Estanislau é o padroeiro da Polônia e o aniversário de 900 anos de sua morte foi em 1979.

Isso não era coisa corriqueira. Nunca um papa entrara no bloco comunista. O dirigente soviético Leonid Brejnev ligou para a Polônia e ordenou que a visita fosse recusada. Mas os poloneses queriam ver o papa. Se as autoridades negassem havia chances até de revolta. Mesmo os dirigentes do país, como bons poloneses, eram católicos antes de comunistas. Não podiam impedir um papa polonês de voltar para casa.

A visita durou oito dias em junho de 1979. Cada discurso de João Paulo II foi presenciado por centenas de milhares de pessoas, às vezes mais de 1 milhão - homens e mulheres em lágrimas e aos berros, exibindo a cruz e a bandeira polonesa. O papa foi recebido pelo refrão "queremos Deus". No palanque, gritava: "vocês precisam ser fortes com a força que vem da fé" e "não é preciso ter medo, as fronteiras têm de ser abertas". O efeito psicológico foi imenso. De repente, a opressão comunista pareceu pequena diante dele. Calcula-se que, naquela semana, um de cada três poloneses viu o papa pessoalmente.

Um deles foi Lech Walesa, que, no ano seguinte, fundou o Solidariedade, na época um sindicato, a primeira organização de oposição no mundo comunista. Walesa usava um broche com uma imagem da Virgem e uma caneta com a foto do papa. É inegável que João Paulo II foi uma inspiração fortíssima.

Segundo os biógrafos do papa, uma pessoa que assistiu pela TV, com lágrimas nos olhos, os discursos na Polônia foi o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos. Ronald Reagan tinha coisas em comum com João Paulo II. Também era um ex-ator - só que, em vez de peças clássicas polonesas, estrelou filmes de faroeste. Os dois eram carismáticos e excelentes comunicadores. Outro ponto de contato é que ambos acreditavam profundamente que o comunismo é mau na essência - e, portanto, destinado à derrota. Por outro lado, o papa é um intelectual, com sólida formação em filosofia, e Reagan era um bronco. O papa é um homem espiritual, que condena o consumismo. Reagan era um materialista, que achava que o comunismo é ruim porque, naquele sistema, "se alguém resolvesse comprar um carro, teria de esperar dez anos pela entrega".

Apesar das diferenças, eles se entenderam. O papa perdoava as extravagâncias do presidente diante da convicção de que ele era um "instrumento de Deus" para uma obra maior. O secretário de Segurança Nacional de Reagan, Richard Allen, diria depois que os dois formaram "uma das maiores alianças secretas de todos os tempos". A partir de 1981, o papa recebeu gente da CIA no Vaticano pelo menos 15 vezes. Nesses encontros, os americanos contavam a João Paulo II sobre suas estratégias no mundo inteiro e passavam informações do serviço secreto, inclusive fotos de satélite da Polônia. Já o papa dava notícias de Walesa e do Solidariedade e transmitia dados coletados pela extensa rede de bispos e padres da Igreja Católica - Allen diria que o serviço de inteligência do Vaticano "é de primeira classe". O Vaticano adotou também a política de nunca criticar os americanos, mesmo se isso significasse apoiar ditaduras na América Latina.

Em 1981, a aliança esteve perto de acabar tragicamente. Em fevereiro, Reagan levou um tiro. Em maio, João Paulo II levou dois. Nos dois casos, a artéria aorta escapou por milímetros e tanto um quanto outro atribuíram a salvação a um milagre. Os mandantes por trás do atentado ao papa ainda são desconhecidos, mas a possibilidade de que algum governo comunista estivesse envolvido é uma das mais fortes.

No final de 1981, o governo polonês fechou o Solidariedade e prendeu seus líderes. Mas eles não podiam colocar o papa na cadeia. João Paulo II continuou criticando os comunistas, lá de Roma. Em 1985, na União Soviética, Mykhail Gorbachev chegou ao poder. Gorbachev surgiu dentro do Partido Comunista, dentro do sistema, mas a crise convenceu-o de que as reformas eram necessárias. Uma das primeiras coisas que ele fez como líder soviético foi conversar com o papa. Começava a perestroika, a abertura soviética. O papa diria que "a perestroika é uma continuação do Solidariedade".

Contra o comunismo, João Paulo II usava as armas que tinha: diplomacia agressiva, espionagem, encontros secretos. E, claro, fé. No dia 27 de outubro de 1986, reuniu em Assis, Itália, dezenas de líderes religiosos. Lá estavam o rabino-chefe de Roma, o Dalai Lama, bispos ortodoxos, monges budistas, líderes muçulmanos, índios americanos, todos rezando pela paz no mundo. Naquele dia, a pedido do papa, houve uma trégua mundial, respeitada em várias nações em guerra.

As pessoas próximas do papa dizem que ele acredita sinceramente que aquelas preces foram tão decisivas para colocar fim à guerra fria quanto sua aliança secreta com Reagan. Talvez mais. Assim é João Paulo II: um político frio, com mente estratégica. Mas, ao mesmo tempo, um religioso fervoroso que acredita na força da fé.

Quando o governo polonês, pressionado, reconheceu o Solidariedade, libertou Walesa e convocou eleições, o papa era uma das pessoas mais populares do mundo. Um pacifista admirado, um líder capaz de parar guerras e de juntar membros de várias religiões - mais do que qualquer antecessor seu, ele atuou para que a Igreja fizesse as pazes com outras crenças. Como na Idade Média, o cargo de papa tinha influência sobre o mundo todo.

E aí o comunismo caiu.

Anos amargos

Quando o papa voltou à Polônia, em 1991, ele estava furioso. "Vocês não devem confundir liberdade com imoralidade", discursava. Ele tinha previsto o fim do comunismo, mas não imaginava que, no seu lugar, surgiriam novidades: aborto, prostituição, pornografia, consumismo. Desde a infância, Karol tinha sonhado que a Polônia ainda seria um país guiado por Cristo. Mas os poloneses rejeitaram esse sonho. Livres do Partido Comunista, eles não queriam viver sob o domínio da Igreja. A Polônia virou mais um "país ocidental".

Não foi só na sua terra natal que ele sentiu-se desprezado. Antes da Guerra do Golfo, em 1991, ele pediu ao presidente americano George Bush, o pai, que negociasse com Saddam Hussein. Foi ignorado. Meses depois se ofereceu para as negociações entre Israel e os palestinos. O governo israelense recusou. Sem o comunismo, sua importância política já não era a mesma.

João Paulo II tentou então encontrar uma outra guerra para lutar: dessa vez contra a decadência dos costumes. Isso levou-o a assumir posições impopulares. Médicos e ativistas o acusaram de ser responsável pela morte de milhões ao condenar os preservativos mesmo em países infestados pela aids. Outro golpe na popularidade papal foi o escândalo de pedofilia na igreja norte-americana, em 2002, que deu combustível às críticas ao celibato dos padres.

Em 1994, a ONU organizou uma conferência contra a explosão demográfica. O papa criou uma verdadeira operação de guerra para evitar as recomendações de métodos anticoncepcionais e por práticas seguras de aborto. Bispos do mundo inteiro começaram a pressionar seus governos e o Vaticano fez acordos com algumas das ditaduras mais retrógradas do mundo, incluindo o Irã e a Líbia. A paquistanesa Nafis Sadik, então subsecretária da ONU para População e Desenvolvimento, diria depois: "Por que ele tem o coração tão duro? Por que é tão dogmático, tão destituído de bondade?" Num livro lançado em fevereiro de 2005 no Brasil, o papa relativiza até um dos valores mais entranhados do nosso tempo: a democracia. Ele diz que o importante é viver com Cristo - e questiona as democracias laicas, que ele considera uma nova forma de totalitarismo.

João Paulo II também lutou dentro da Igreja. Reverteu mudanças liberalizantes do Concílio Vaticano Segundo e começou a perseguir dissidentes. Sob o comando do cardeal alemão Joseph Ratzinger, a Congregação pela Doutrina da Fé, órgão do Vaticano que sucedeu à Inquisição, acusou muitos clérigos e teólogos. Qualquer um que ousou defender casamento de padres, ordenação de mulheres ou outras teses polêmicas foi obrigado a se calar. Os julgamentos não davam direito à defesa e alguns réus nem sabiam que estavam sendo investigados. Opositores do papa começaram logo a fazer comparações com os tribunais stalinistas.

Uma das regiões do mundo onde mais gente foi punida por Roma foi a América Latina. Por aqui, assim como na Polônia, o povo viveu sob ditaduras sanguinárias durante a guerra fria - só que as nossas não eram comunistas. Desde os anos 1970, bispos latino-americanos desenvolveram uma nova maneira de ver a religião: a teologia da libertação. Eles pregavam um retorno aos primeiros tempos do cristianismo, quando as comunidades viviam sob o jugo do Império Romano. Seria função da Igreja resistir à opressão e defender os pobres contra os ricos.

Os teólogos da libertação ajudaram a eleger Karol papa em 1978 porque gostavam de seu histórico de inimigo da ditadura e da opressão. Mas João Paulo II olhava para eles e via uma coisa só: comunismo. O frei brasileiro Leonardo Boff foi um dos homens expulsos da Igreja por professar esse tipo de idéia. Ele não quis dar entrevista à Super. "Este papa me perseguiu por anos. Não vou falar mais nada sobre ele enquanto ele estiver vivo", disse.

Agora, aos 84 anos, sofrendo de mal de Parkinson e com dificuldades de falar, respirar e andar, o papa parou com suas viagens antes freqüentes e quase não aparece mais em público. Roma chega a 2005 sem ter o comunismo para enfrentar, mas seus outros problemas são os mesmos de 1978: poucos fiéis, poucos padres, a religião ausente da sociedade e das decisões.

E agora?

Por mais que seja falta de educação falar da morte do papa, é óbvio que muita gente dentro da Igreja tem discutido o futuro. Afinal, depois de quase 27 anos sob o pulso firme de João Paulo II, para onde se deve seguir?

Há os que defendem que se mantenha o rumo. Ratzinger, eminência parda do pontificado de Wojtila, tem dito que não há o que reformar no cristianismo. A Igreja, para ele, não tem de se preocupar com popularidade ou com pesquisas de opinião. Os cristãos devem se preparar para "existir em grupos pequenos, aparentemente insignificantes, que, mesmo assim, vivem uma luta intensa contra o mal", escreveu. Uma Igreja menor, mas mais forte.

Ao mesmo tempo, estão pipocando idéias de mudanças. Os mais radicais falam em abolir o celibato dos padres e ordenar mulheres - para atrair mais sacerdotes - e em fazer concessões aos métodos anticoncepcionais, ao aborto e à pesquisa com células-tronco.

Um clamor mais comum é pela redução do poder papal, deixando a Igreja mais próxima do que era no século 1 e mais distante da Idade Média. A idéia é tirar do papa o papel de monarca e torná-lo uma fonte de inspiração e um árbitro para o debate democrático de idéias entre fiéis. "Talvez haja um Gorbachev católico escondido entre os cardeais", escreveu Hans Küng, um dos teólogos expulsos da Igreja por João Paulo II. Küng está entre os que acham que as condições para uma enorme reforma estão no ar. Claro que quase ninguém fala abertamente nisso. Mas, em 1989, ninguém tampouco falava que o comunismo estava prestes a acabar.



"Queremos Deus!"

Refrão gritado pela multidão quando João Paulo II visitou a Polônia comunista



"João Paulo II e Reagan formaram uma das maiores alianças secretas de todos os tempos"

Richard Allen, secretário de Segurança Nacional de Ronald Reagan



"Peço perdão, em nome de todos os católicos, por todas as injustiças contra os não-católicos no decorrer da história"

João Paulo II



"A Igreja não tem necessidade de recorrer a sistemas e ideologias"

João Paulo II, criticando a teologia da libertação



"É a sua consciência que deve decidir sobre a renúncia"
Cardeal Angelo Sodano, secretário de Estado do Vaticano, em 2005, dando a entender que João Paulo II estava doente demais para governar


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quinta-feira, 28 de abril de 2011

O Hermano Hitler - Segunda Guerra

O HERMANO HITLER - Segunda Guerra



A conhecida relação entre a Argentina e o nazismo já rendeu ótimos livros de ficção e teorias conspiratórias. Mas até há pouco tempo, limites entre real e imaginário ainda eram turvos. A publicação de uma nova leva de documentos dissipou algumas dúvidas. Mostrou como as ligações batiam na cúpula argentina e tramavam planos que obrigariam brasileiros a torcer por Maradona.

Um mapa interceptado no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial (ver abaixo) conta como a Alemanha dividiria a América do Sul se ganhasse o conflito. A revelação está em Crônica de uma Guerra Secreta, do ex-diplomata Sergio Corrêa da Costa. A expansão germânica por essas bandas alçaria a Argentina ao posto de reitora dos vizinhos - inclusive o Brasil.

A derrota alemã não pôs fim ao namoro. Em A Verdadeira Odessa, o jornalista Uki Goñi revela com detalhes o funcionamento da rede armada pelo presidente argentino Juan Domingo Perón para resgatar nazistas. As investigações em arquivos americanos e europeus mostram que o esquema teve ajuda do Vaticano e até da Cruz Vermelha para driblar o cerco aliado e levar criminosos de guerra para respirar os Buenos Aires.


A Verdadeira Odessa: O Contrabando de Nazistas para a Argentina de Perón

Uki Goñi

Record, 448 páginas, R$ 60



Crônica de uma Guerra Secreta

Sergio Corrêa da Costa
Record, 532 páginas, R$ 55

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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Como os Terráqueos são Abduzidos - OVNI

COMO OS TERRÁQUEOS SÃO ABDUZIDOS?


Abduzir uma pessoa, dizem os principais dicionários da língua portuguesa, significa desviá-la, afastá-la de algum lugar. Nos dicionários da ufologia moderna, porém, abdução alienígena é o nome que se dá ao seqüestro e abuso físico de seres humanos por extraterrestres - ou seja, quando um de nós é afastado do planeta para servir como experimento de outro mundo.

Parece estranho? Pode ser. Mas tem gente demais no mundo que jura de pés juntos que já foi abduzido, o que é coisa para se pensar. Um estudo desenvolvido pelo cientista americano Budd Hopkins, autor do livro Intruders "Intrusos", afirma que 2% da população mundial diz já ter sido vítima desse tipo de contato. Outra pesquisa americana recente afirma que mais de 4 milhões de pessoas dizem a mesmíssima coisa.

O mais intrigante é que os relatos são bem parecidos. Em geral, as descrições são mais ou menos assim: a pessoa diz ter visto uma luz forte e, em seguida, ter sido levada por essa luz para dentro de uma nave. Lá, estranhos seres a teriam submetido a exames clínicos. Depois, normalmente, a vítima não consegue se lembrar conscientemente do processo que sofreu - ela só conta hipnotizada. Mas é comum a pessoa apresentar sinais físicos, como perfurações, marcas de retirada de sangue e até supostos implantes.

BARNEY E BETTY

O primeiro caso de abdução que ganhou notoriedade mundial foi o do casal americano Barney e Betty Hill, que ocorreu em setembro de 1961, durante uma viagem de carro. Eles voltavam de suas férias no Canadá quando, de repente, viram umas luzes diferentes no céu fazendo movimentos zigue-zague. O objeto estranho se aproximou e, subitamente, o casal ouviu um ruído misterioso, aparentemente eletrônico, que repercutiu na lataria do carro. Betty e Barney teriam sido tomados por uma sensação de formigamento, seguida de uma sonolência forte. Ainda meio tontos, já próximos de casa, não souberam explicar como tinham percorrido as últimas 35 milhas. Ao chegarem, perceberam que suas roupas estavam rasgadas e os sapatos arranhados. Barney sentia dor na nuca.

Sem conseguir dormir direito, o casal procurou o Comitê Nacional de Investigação de Fenômenos Aéreos. Percebendo um bloqueio nas suas lembranças, os oficiais chamaram um psiquiatra para conduzir o processo de hipnose. As revelações do casal em transe foram assustadoras: eles teriam sido retirados de seu carro por seres humanóides e submetidos a diversos exames. Barney teria tido um aparelho colocado em seu abdômen. Tempos depois do episódio, inclusive, misteriosas marcas dispostas em círculos apareceram em sua barriga. Em outro ambiente da nave, Betty teria conseguido comunicar-se com o líder alienígena, que mostrou-lhe um mapa celeste para dizer de onde vinha. Betty desenhou com riqueza de detalhes o tal mapa. Ela lembrou-se ainda de que os seres retiraram a dentadura da boca de Barney e perguntaram por que seus dentes não saíam como os dele. Betty tentou fazê-lo entender que aquilo era postiço e que as pessoas costumam usar dentadura quando ficam velhas. O alien quis saber o que era "velho" e Betty tentou explicar-lhe como os humanos contavam a passagem de tempo.

O CASO ELBA

No Brasil, desde o caso do agricultor Antonio Villas-Boas, em 1957, que diz ter sido abduzido e obrigado a transar com uma ET dentro de uma nave, há diversos relatos de abdução. Um dos mais recentes foi o da cantora Elba Ramalho, que, em 2001, revelou ter sido abduzida diversas vezes. Ela teria dito para a revista Veja, que teve um microchip implantado por extraterrestres, e que ele depois foi retirado por "seres celestiais ultrassupraluminosos". As piadas foram tantas, que ela decidiu negar tudo e processar a revista. Já a cantora Suzana Alves, a Tiazinha, fez estardalhaço divulgando um vídeo do que ela dizia ser um disco voador sobre São Paulo. Na verdade, era apenas o dirigível da Goodyear.

Eu acredito!

"Não existe realidade, só existe a percepção da realidade. Se milhões de pessoas acreditam que foram abduzidas e violentadas por alienígenas - e são quase 4 milhões de supostas vítimas só nos Estados Unidos! -, elas FORAM abduzidas e violentadas. Se as pessoas acreditam na existência de uma conspiração, a conspiração É real. Os ETs estão aí e só não vê quem não quer."
Edson Aran, autor de Conspirações - Tudo O Que Não Querem que Você Saiba

Medo de ser abudzido?

Pensando no conforto e na tranqüilidade cósmica da raça humana, o professor norte-americano Michael Menkin criou o fantástico Screen Helmet, um capacete capaz de repelir homens voadores do espaço. Menkin, de 61 anos, que colabora com a Nasa desde 1970, resolveu dar um basta nas abduções com seu aparelho feito de espuma utilizada para transporte e proteção mecânica de componentes eletrônicos. Cada Screen Helmet custa US$ 35 - até agora, com quatro anos no mercado, Menkin já vendeu 45 capacetes. Veja o que diz ele nesta entrevista:

Como funciona o Screen Helmet?

Ele bloqueia qualquer tipo de controle mental alienígena. Todos os abduzidos foram paralisados, congelados mentalmente pelos ETs. Isso facilita a captura de humanos, que são levados para o espaço, sendo cobaias de brutais experimentos.

Quanto tempo é preciso ficar com o capacete na cabeça?

O tempo todo. Os ETs ficam ainda mais irritados com quem usa o capacete. Quando eles não conseguem controlar a pessoa telepaticamente, gostam de partir para a agressão física. Tenho dois clientes que usaram os capacetes durante meses. Esqueceram-se de usar apenas uma noite, os ETs perceberam, os dominaram e os espancaram com muita raiva.

Você mesmo já testou o capacete?

Não. Mas eu já recebi relatos de mais de 35 pessoas que o testaram. E que foram salvas de sofrerem abdução graças ao capacete.