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domingo, 9 de julho de 2023

Adeus implantes dentários: medicamento que regenera dentes está em fase de testes

Adeus implantes dentários - Medicamento que regenera dentes está em fase de testes

O medicamento já foi testado com sucesso em animais e os ensaios clínicos em humanos estão prestes a começar.

terça-feira, 20 de julho de 2021

A história do incrível medicamento descoberto no solo da Ilha de Páscoa

 A história do incrível medicamento descoberto no solo da Ilha de Páscoa

A rapamicina inibe o crescimento de tumores e evita a rejeição de órgãos transplantados.

domingo, 23 de fevereiro de 2020

MEDICINA - Os 7 tratamentos médicos mais bizarros da história

MEDICINA - Os 7 tratamentos médicos mais bizarros da história


A medicina demorou milênios para se desenvolver. Atualmente contamos com tratamentos modernos para todo tipo de doença, mas nem sempre foi assim. Civilizações antigas usaram todo o tipo de medicamento bizarro durante séculos. Confira abaixo as sete terapias mais inusitadas da história:

sábado, 9 de novembro de 2019

Cientistas descobrem como as bactérias conseguem "enganar" os antibióticos

Cientistas descobrem como as bactérias conseguem "enganar" os antibióticos


A Organização Mundial da Saúde apontou a resistência aos antibióticos como uma das maiores ameaças à saúde e ao desenvolvimento global. 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Medicamento que pode apagar uma memória indesejada está próximo de ser criado


Medicamento que pode apagar uma memória indesejada está próximo de ser criado


Que tal deletar uma lembrança ruim, um trauma ou uma fobia? Este dia parece não estar tão distante assim. 

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Vacina promissora contra AIDS será testada em humanos pela primeira vez


Vacina promissora contra AIDS será testada em humanos pela primeira vez


Cientistas estão otimistas para o início dos testes em seres humanos de uma nova vacina contra a AIDS. O medicamento foi testado minuciosamente em macacos, com resultados positivos pela equipe de Robert Gallo, cientista que descobriu, em 1984, que o vírus HIV desencadeava a AIDS.

sábado, 4 de abril de 2015

Remédios feitos em impressora 3D Conheça o projeto que pode abalar a indústria farmacêutica


Remédios feitos em impressora 3D Conheça o projeto que pode abalar a indústria farmacêutica


Desde a criação de objetos simples, passando pela construção de edifícios, até a elaboração de partes do corpo humano, a tecnologia da impressão em três dimensões penetrou em praticamente todas as esferas da vida. No entanto, um último avanço dessa técnica chega aos remédios farmacológicos.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

É Água pura. Será que cura? Homeopatia


É ÁGUA PURA. SERÁ QUE CURA? - Homeopatia


Há 200 anos surgiam os medicamentos homeopáticos, que até hoje a maioria dos cientistas não engole, dizendo que são pura água. Mas muita gente acredita neles e alguns médicos se esforçam para provar sua eficácia.


quinta-feira, 17 de abril de 2014

Estudo afirma que vírus ebola presente na Guiné é de nova cepa


Estudo afirma que vírus ebola presente na Guiné é de nova cepa



Trabalhadores da área da saúde trabalham em área de isolamento para pessoas infectadas pelo ebola na Guiné (Foto: Cellou Binani/AFP)

Para cientistas, vírus não surgiu de focos de infecção conhecidos na África.
Mais de cem pessoas morreram devido à doença na Guiné e na Libéria.

sábado, 1 de março de 2014

Santo Cafezinho - Saúde


SANTO CAFEZINHO - Saúde


Antes, era uma tentação, um pecado: na xicrinha soltando fumaça, a bebida cheirosa prometia prazer, mas também ameaçava com insônia e problemas cardíacos. Agora, aquele tempo passou. Novos estudos provam que o café só faz bem.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Pasteur: Ciência das Ruas


PASTEUR: CIÊNCIA NAS RUAS



O criador da vacina anti-rábica e da Microbiologia uniu as experiências de laboratório às demandas da vida cotidiana.

Quase um século após a morte de Louis Pasteur seu nome está impresso no cotidiano de milhões de pessoas. Em cada saquinho de leite comprado numa padaria, por exemplo, a embalagem avisa que o produto está pasteurizado, ou seja, livre de germes causadores de doenças. O cientista francês também empresta o nome a 27 institutos de pesquisa e tratamento de doenças infecciosas e parasitárias espalhados pelo mundo. Era assim mesmo que o químico e microbiologista Louis Pasteur gostava de fazer ciência: em contato com a vida real, confirmando suas teorias com experiências e preocupando-se em divulgar os resultados de suas pesquisas, para que fossem aplicados em benefício da indústria, da Medicina ou da agricultura. A ciência de Pasteur, antes de tudo, estava casada com o dia-a-dia.
Além da pasteurização, o nome de Pasteur é prontamente associado ao da vacina anti-rábica. Embora essas duas descobertas sejam as mais famosas, ele também foi o pioneiro da Microbiologia, inaugurou um ramo da Química chamado Estereoquímica e sobretudo provou que são os microorganismos que causam as doenças e os processos de fermentação. Antes de Pasteur, a Medicina mal conhecia as causas das doenças contagiosas e por isso era incapaz tanto de preveni-las como de tratá-las. A cirurgia era o último recurso em que se pensava para salvar um doente, pois a menor incisão do bisturi freqüentemente era uma porta aberta para a morte. Pasteur provocou uma revolução científica que transformaria as condições da existência humana.
Durante sua infância, porém, nada sugeria a inteligência curiosa do futuro brilhante cientista. Filho de um curtidor de couros, Pasteur nasceu em 27 de dezembro de 1822, na pequena cidade de Dolé, no leste da França, a 370 quilômetros de Paris. Até os 20 anos, ainda que aluno razoável, só tinha olhos para o desenho. Os trabalhos dessa época, que incluem pastéis, litografias e desenhos, estão expostos em seu museu, em Paris, e revelam uma técnica surpreendente, embora puramente intuitiva. Numa dessas pinturas, Pasteur retratou o pai - e o quadro permite supor que, se o autor tivesse seguido a carreira de artista plástico, teria feito sucesso.
Mas estudar era preciso e Pasteur formou-se no colégio de Besançon, onde junto com o diploma recebeu o veredicto implacável do professor de Química: "Medíocre". É nessa época que seu temperamento obstinado começa a despertar.Em Paris, ao prestar concurso para a Escola Normal Superior, foi aprovado em décimo quinto lugar entre 22 candidatos. Insatisfeito, deixa o curso, prepara-se para novo exame e é aprovado no ano seguinte - dessa vez em quarto lugar. Leva o curso tão a sério que recebe sucessivas cartas do pai pedindo-lhe para reduzir o ritmo de trabalho. Em 1848, um ano depois de obter o doutorado, apresentou à Academia de Ciências de Paris uma descoberta notável em Química.
Pasteur investigara os cristais do ácido paratartárico, que havia sido recentemente descoberto. Para tanto, dispunha de equipamentos bastante rudimentares: seus microscópios eram capazes de proporcionar aumentos de até 800 vezes - pouco mais que os modelos amadores de hoje em dia. Pasteur demonstraria que um dos cristais do ácido paratartárico que era igual aos do ácido tartárico podia ser utilizado na nutrição de microorganismos, enquanto o outro não era assimilado por organismos vivos. Baseado nesses experimentos, elaborou a teoria da assimetria molecular, segundo a qual as propriedades biológicas das substâncias químicas não dependem apenas da natureza dos átomos que formam suas moléculas mas também da disposição desses átomos no espaço. Esse novo ramo da ciência receberia o nome de Estereoquímica.
Em 1849, aos 27 anos, Pasteur foi nomeado professor de Química da Universidade de Estrasburgo, onde conheceu a jovem Marie Laurent, filha do reitor. Apaixonado a ponto de não conseguir concentrar-se em mais nada, decide pedi-la em casamento, não sem antes - como exigia a praxe da época - mandar uma carta ao senhor reitor explicando sua origem humilde e condição financeira apenas razoável. Pelo visto, a carta foi bem recebida, pois dois meses depois Pasteur casou-se com Marie, que permaneceria sua colaboradora dedicada por mais de 45 anos. O casal teve cinco filhos, mas três meninas morreram de doença ainda crianças, sobrevivendo apenas os filhos Jean-Baptiste e Marie-Louise. Jean-Baptiste seria o grande companheiro dos últimos anos do pai, quando este sofreu dois derrames sucessivos.
Pasteur revelou-se um excelente professor. Sério, introspectivo, preparava as aulas meticulosamente, preocupado com todos os detalhes, procurando os termos mais adequados e um perfeito encadeamento de idéias. Jamais afirmava algo sem uma demonstração. Quando assumiu o posto de reitor da Universidade de Lille, em 1854, colocou em prática conceitos modernos de educação. Instituiu cursos noturnos para os jovens trabalhadores, levava os alunos às fábricas da região e organizava cursos práticos, para demonstrar a relação que acreditava existir entre teoria e prática. Nesse sentido, estava perfeitamente sintonizado com as melhores tendências de seu tempo tão carregado de inovações.
Em sua atividade, Pasteur exibia um caráter obstinado. Além de administrador da Escola Normal, onde ficou conhecido pelo seu apego militar à hierarquia e à disciplina, ensinava Química na Sorbonne e dedicava várias horas do dia à pesquisa, trabalhando até nos fins de semana."Tenho a impressão de que estarei cometendo um roubo se passar um dia sem trabalhar", dizia. Jamais deixou de prosseguir nas suas pesquisas, mesmo quando, no início de seu período como diretor da Escola Normal, o laboratório colocado à sua disposição não passava de um sótão inabitável. Depois de três anos ali, transferiu-se para um minúsculo pavilhão, onde, para que coubesse todo o material de que precisava, era obrigado a trabalhar ajoelhado.
Essa foi, não obstante, uma fase extremamente produtiva. O acaso o desviou de suas pesquisas com cristais, o grande fascínio de sua vida. Ele havia descoberto que um dos dois tipos de cristais do ácido paratartárico, que se dissocia na fermentação, servia para alimentar microorganismos. Pasteur concluiu então que a fermentação só poderia ser causada por uma substância viva, ao contrário do que imaginavam os químicos. Assim, a fermentação passou a ser o tema de suas novas pesquisas.
Em 1854, quando Pasteur começou a se interessar pelos micróbios, o nome nem sequer existia: esses seres microscópicos eram conhecidos como animálculos, levedos, vibriões ou glóbulos. Sua presença era notada nas fermentações, sem que se conhecesse porém, sua função exata no processo. Com um estudo que se estenderia por mais de quinze anos, Pasteur criaria as bases da ciência hoje conhecida como Microbiologia. O início desse trabalho deu-se em 1856, quando um industrial de Lille solicitou-lhe ajuda. Proprietário de uma destilaria, ele se preocupava com o destino de sua produção de álcool de beterraba, comprometida por muitos problemas cujas causas não conseguia identificar.
Pasteur constatou então que o suco da beterraba apresentava os tais animálculos: redondos, quando a fermentação era sadia; e alongados, quando defeituosa. O mesmo fenômeno se repetia na fermentação do leite. Observando ao microscópio o movimento dos glóbulos, Pasteur concluiu que sua febril atividade alterava a composição do líquido. O próximo passo seria determinar a procedência desses seres que agiam como fermento. Pasteur acreditava que os germes viviam em suspensão no ar e decidiu provar a hipótese.
Em primeiro lugar, imaginou recolher amostras de poeira, mediante um dispositivo concebido por ele mesmo para aspirar o ar da rua: um tubo que tinha numa das pontas um algodão funcionando como rolha. Esse algodão seria em seguida introduzido num frasco cheio de líquido fermentável e colocado em uma estufa a uma temperatura de 25 a 30 graus centígrados. Ao final de alguns dias, o líquido estaria coberto por uma camada mais espessa, sinal de que os microorganismos do ar, captados pelo algodão, tinham-se desenvolvido. Sempre cuidadoso, Pasteur tomou certas precauções: primeiro, certificou-se de que tanto o tubo com o algodão como o frasco estavam totalmente desinfetados.
Também o líquido fermentável utilizado na experiência fora mantido em uma estufa à temperatura de 110 graus. Além disso, num procedimento que se tornaria habitual em todo tipo de pesquisa, outro frasco, cheio do mesmo tipo de líquido, foi utilizado como termo de comparação - ao contrário do outro, nele não se introduziu o algodão contaminado. Concluída a experiência, o líquido em contato com o algodão poluído estava fermentado, enquanto o que permanecera em condições assépticas continuava puro, comprovando a teoria de Pasteur. A demonstração, contudo, não foi suficiente para convencer os cientistas partidários da teoria da "geração espontânea", segundo a qual os organismos sadios desenvolviam doenças espontâneamente.
As ciências biológicas, apesar de todo o salto cultural do século XIX, ainda abrigavam erros e crendices do passado. Acreditava-se, por exemplo, que a própria carne produzia os vermes que surgiam com a putrefação, e não que esses vermes estivessem no ambiente. Para convencer os críticos, Pasteur desenvolveu uma técnica mais complexa capaz de comprovar sua tese. Durante o ano de 1860, percorreu diferentes lugares da França coletando amostras de ar em pequenas balões de vidro. Expostos no pátio do Observatório de Paris, os líquidos contidos nos balões ficaram turvos pela fermentação, enquanto em Chamonix, a 2 mil metros de altitude, apenas um entre vinte balões revelou a existência de microorganismos.
Pasteur pôde então afirmar que a poeira em suspensão no ar era a origem exclusiva da vida nas infusões e que os germes estão repartidos de forma desigual. Ao lado dos estudos sobre geração espontânea, Pasteur prosseguia nas pesquisas sobre fermentação. Depois do álcool de beterraba, passou a estudar o vinho, o vinagre e a cerveja, identificando os germes que tornavam as bebidas amargas e impróprias para consumo. As experiências com o ar ensinaram-lhe que os instrumentos mal esterilizados transformam-se em refúgio de bactérias, que podem ser eliminadas a altas temperaturas.
Assim, descobriu que um calor da ordem de 60 graus impede a proliferação daqueles germes no vinho, cerveja, vinagre e leite. Recomendou então aos produtores que conservassem os líquidos a essa temperatura até embalá-los em recipientes assépticos e hermeticamente fechados. Esse procedimento, adotado hoje em todo o mundo, deve o nome a seu inventor: pasteurização. Em 1873, já membro da reverenciada Academia Francesa, Pasteur continua seu tenaz combate às moléstias infecciosas. De todas as doenças mortais da época, existia uma que o interessava especialmente, e cuja cura, descoberta por ele próprio no início da década de 80, lhe traria fama mundial - a raiva. 
Transmitida por cães, raposas ou lobos, a raiva mata depois de uma longa agonia, em que as vítimas são pouco a pouco dominadas por uma paralisia, seguida de fortes convulsões, e acometidas de intensa sede, ao mesmo tempo que manifestam forte aversão aos líquidos. Antes de Pasteur, os doentes eram tratados segundo métodos os mais estranhos e ineficazes, como a ingestão do fígado de um, animal raivoso, ou de olhos de caranguejo, banhos de imersão no oceano ou ainda compressas de pólvora. A primeira descoberta de Pasteur foi a de que a raiva era uma doença do sistema nervoso e que só se manifestava quando o micróbio atingia o cérebro numa viagem cujo ponto de partida era a mordida. Quanto mais provida de nervos fosse a área atingida, mais rápido seria esse percurso.
Depois de isolar o vírus causador da raiva em tecidos de animais contaminados - embora ignorasse o próprio conceito de vírus, os detalhes de sua ação no organismo e os mecanismos de sua reprodução -, Pasteur conseguiu produzi-lo numa forma atenuada e chegou à vacina, que se provou eficiente quando testada em cobaias. Faltava-lhe, porém, confiança para testá-la em seres humanos. Mais do que o risco de falhar e ser impiedosamente massacrado pelos críticos - que não lhe perdoavam ter fuzilado a idéia da geração espontânea -, Pasteur temia sacrificar vidas humanas. Já estava pronto para testar a vacina em si próprio, quando as circunstâncias mudaram seus planos. No dia 6 de julho de 1885, foi levado a seu laboratório um menino de 9 anos, Joseph Meister, que havia sido mordido mais de quinze vezes por um cão raivoso.
Depois de ouvir o médico que examinou Meister, Pasteur convenceu-se de que a qualquer momento o menino ia contrair a doença e decidiu aplicar-lhe o tratamento. Durante dez dias, certamente os dez mais longos dias da vida de Pasteur, pontuados de angústia, insônia e até febre, Meister recebeu treze aplicações de vacina no abdômen. Várias semanas se passaram sem que a doença se manifestasse.
Meister estava salvo. Depois, sucederam-se várias outras curas e a novidade se espalhou, levando um número cada vez maior de pessoas mordidas a seu laboratório - vindas não só de Paris e do interior da França como também de outros países, até da longínqua Rússia. Em 1886, de 726 pessoas tratadas, apenas quatro não puderam ser salvas e, mesmo assim, porque, mordidas no rosto ou na cabeça, só foram levadas a Pasteur muito tempo depois de atacadas.
Foi o caso de Louise Pelletier. uma menina de 10 anos, mordida na cabeça e levada ao laboratório 37 dias mais tarde. Seu estado, a essa altura, já era desesperador. Pasteur sabia que a vacina não teria nenhum efeito. Sabia também que seus adversários só estavam à espera de uma tragédia para retomar os ataques contra ele. Apesar disso, o desejo de salvar uma vida prevaleceu acima de qualquer consideração racional: Pasteur submeteu a menina ao tratamento, que, como ele imaginava, não deu resultado. Quando ela morreu , dias mais tarde, o cientista, que não arredara pé de sua cabeceira, teve uma incontrolável crise de choro.
O pequeno laboratório de Pasteur já não comportava tantas pessoas em busca de tratamento contra a raiva.Por isso, ele solicitou à Academia de Ciências a criação de um estabelecimento especial para vacinação contra raiva, que acabou construído com donativos vindos de toda parte. Entre os doadores, estava o imperador brasileiro Pedro II, cujo busto ornamenta a biblioteca do estabelecimento, chamado, naturalmente, Instituto Pasteur. Inaugurado em novembro de 1888, até hoje é um dos mais importantes centros de pesquisa do mundo.
Louis Pasteur dirigiu o instituto até sua morte, em 28 de setembro de 1895, aos 72 anos. No seu septuagésimo aniversário, recebeu a última grande homenagem em vida, no grande anfiteatro da Sorbonne, a universidade de Paris. Hemiplégico, apoiado ao braço do presidente da República, foi aplaudido de pé por centenas de personalidades do mundo inteiro, vindas especialmente para a cerimônia. E Pasteur, o típico cientista do século XIX que chamava a si a responsabilidade de desenvolver pesquisas sem depender de instituições, declarou com deliberada modéstia: "Minha contribuição foi pequena, mas tenho a consciência de ter feito o que pude". .

Da raiva à AIDS.

O Instituto Pasteur comemorou em Paris seu centenário em 1988 com o mesmo propósito de seu criador: vencer as doenças e melhorar as condições de saúde pública. Mas suas instalações mudaram muito desde que Pasteur o inaugurou. Vários edifícios foram anexados ao prédio inicial e o conjunto abriga hoje mais de 2 mil pessoas, das quais quinhentas são pesquisadoras permanentes. As atividades de pesquisa do Instituto são repartidas em oitenta unidades, dedicadas à Microbiologia, à Biologia do desenvolvimento e à Imunologia.
Entre as pesquisas recentes mais importantes estão a elaboração da vacina contra a hepatite B, que começou a ser distribuída publicamente em 1981, e a busca de uma vacina contra a malária, que pode ser viabilizada nos próximos cinco anos. A pesquisa, por sinal é dirigida pelo médico brasileiro Luís Hildebrando Pereira da Silva. Em 1983, a equipe chefiada pelos médicos Jean-Luc Montagnier, Jean-Claude Chermann e Françoise Barré foi a primeira a identificar o vírus da AIDS, e o Instituto criou um laboratório especialmente para combater a doença.
Mas não há só pesquisa no Instituto Pasteur. Existem ali também um hospital especializado nas doenças pesquisadas pelos cientistas, centros de referência que prestam serviços de controle epidemiológico junto ao Ministério da Saúde francês e à Organização Mundial de Saúde, dois museus e um centro de estudos pós-universitários. O velho Pasteur teria de que se orgulhar.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Heroína, o analgésico que mata.

HEROÍNA, O ANALGÉSICO QUE MATA.



A morte vem aos poucos, com a destruição das defesas do organismo. Ou é instantânea, numa overdose; a cura, quando acontece, é lenta, cara e tão dolorosa que muitos viciados desistem no meio do caminho.

Para ficar viciado em heroína é fácil: basta uma ou duas semanas. Para livrar se do vicio é um pouco mais difícil: são necessários três anos de tratamento caro e extremamente doloroso. Não é à toa que apenas três em cada dez viciados conseguem abandonar a droga. Mais que o álcool. a maconha e a cocaína, eis aí a grande ameaça aos jovens deste fim de século.

Derivada do ópio e sintetizada a partir da morfina pela primeira vez em laboratório, em 1898. chegou a ser considerada uma solução para a cura dos viciados em morfina. Mas depois que se descobriu que ela é no mínimo três vezes mais poderosa que a própria morfina, sua fabricação foi proibida no mundo inteiro.

Como as outras drogas derivadas do ópio. a heroína age sobre os sistemas digestivo e nervoso central, onde os efeitos de torpor e tontura vêm associados, nos estágios iniciais, há um sentimento de leveza e euforia. Agindo como depressora do sistema nervoso central, alivia as sensações de dor e angústia. Segue-se um estado de letargia que pode durar horas. As primeiras doses podem provocar vômitos ou náuseas. Os sintomas desaparecem em pouco tempo mas voltam com violência quando a droga deixa de ser consumida, porque o organismo se acostuma rapidamente a ela.
Injetada diretamente no sangue, com o uso de seringas, a heroína produz efeitos que duram de duas a quatro horas. Como qualquer outra substância externa precisa de cúmplices no organismo - elementos químicos que funcionam como receptores - para propagar seu efeito. Estes encontram-se em determinadas regiões do cérebro, nos músculos e nos intestinos. Por ter a propriedade de combinar-se muito facilmente com os receptores, a heroína é considerada o protótipo das drogas geradoras de dependência. Um dos medicamentos usados no tratamento de viciados é a metadona. por sua propriedade de ocupar os mesmos espaços da droga nas moléculas receptoras. Mas seu uso é limitado pois também gera dependência.
As reações adversas são muitas. A heroína impede a produção de endorfinas, analgésicos naturais do organismo, porque a própria droga se encarrega de fornecê-los. As conseqüências não podem ser piores: quando o viciado tenta suprimir a droga, o organismo não volta automaticamente a produzir as endorfinas logo, nada ameniza a dor da pessoa. O mesmo processo se repete com outras substâncias.
Segundo o psiquiatra Zacaria Borge Ramadam, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a heroína é extremamente poderosa porque "imita as funções e exagera os efeitos de uma substância sintetizada em nosso próprio organismo". Os opiáceos, como a morfina e a heroína, agem sobre o sistema parassimpático, que em equilíbrio com o sistema simpático influi decisivamente no comportamento humano. O primeiro, com a adrenalina, regula as funções de ataque e defesa; e o segundo, com a acetilcolina, as funções de fuga, relaxamento, sonolência e descontração. E em especial sobre o sistema parassimpático que age a heroína, substituindo as propriedades da acetil-colina. Mais poderosa que essa substância, a heroína acaba por ocupar seu espaço no organismo; com o aumento das doses, simplesmente a acetil-colina deixa de ser produzida.
"Por isso o viciado sofre reações tão adversas, quando resolve abandonar a droga", explica Ramadam. Seu organismo não tem como suprir a necessidade criada pela ingestão da heroína. Inibida a produção natural das endorfinas e da acetilcolina, ocorrem os terríveis sintomas da síndrome de abstinência quando a droga é suspensa. Tão difícil é largar o vício que, mesmo sabendo que corre risco de vida, o drogado muitas vezes acaba optando pela heroína.
Até a próxima dose, depois até outra e outra ainda. se estabelece um circuito que leva o dependente a viver apenas para a droga, onde o que pudesse haver de prazer no inicio é substituído pela necessidade pura e simples de mais heroína. Para a maior parte dos viciados, os sintomas de abstinência se manifestam assim que se aproxima a hora da próxima dose: incontroláveis bocejos que podem até provocar deslocamento do queixo: o nariz escorre e suores frios brotam por todo o corpo. Os sintomas aumentam de severidade nas 36 ou 72 horas seguintes. O intestino, antes bloqueado, volta a funcionar - junto com náuseas, vômitos. tremores musculares. dores nas costas. pernas e braços.
As vitimas não conseguem encontrar nenhuma posição confortável e experimentam crises de extrema ansiedade e desejo intenso de voltar à droga. Depois de 72 a 96 horas. os sintomas começam a diminuir. Embora os viciados venham a se queixar de insônia e letargia nas semanas seguintes. a maioria vence a pior fase das reações orgânicas em uma semana. Os sintomas continuarão a reaparecer e algumas sequelas como alterações na pressão arterial. persistirão anos a fio. As conseqüências psicológicas - depressão e vontade de voltar à droga - também continuam por um considerável período de tempo.
O psiquiatra francês Claude Olivenstein, que há 25 anos cuida de drogados em seu hospital em Paris, adverte para outros obstáculos que o viciado enfrenta, até chegar à recuperação: "Rompida a dependência física. vem o sofrimento moral e a tentação de livrar-se dele voltando à droga. Existe ainda a pressão dos antigos companheiros de vicio e traficantes para que ele volte a se drogar".
Por que uma pessoa se vicia? Olivenstein acredita que a adesão às drogas resulta da associação de três fatores: o produto, a personalidade e o momento sócio-cultural". Na Europa. por exemplo, a heroína é ameaça maior que a cocaína, pela longa tradição de consumo daquela droga e também pelo seu baixo custo, em relação à coca. Já nos Estados Unidos, o grande aumento no consumo a partir da década de 60 foi conseqüência da guerra do Vietnã. Explica-se: os grandes centros produtores de ópio, a matéria-prima da heroína - ficam no sudeste asiático, no Laos. Birmânia e Tailândia. O Paquistão e a Turquia também são grandes produtores de ópio
Extraído há milênios da papoula (Papaver somniferum), o ópio é um alcalóide obtido mediante algumas incisões nas cápsulas da flor, que deixa escorrer um liquido viscoso. como o látex da seringueira. Ao secar, ele se transforma numa massa escura e pegajosa. Aí, ela é depurada em várias etapas, chegando aos viciados como um pó branco. Os opiáceos já foram usados como remédio para uma legião de problemas de saúde, desde insônia a mordidas de cobra, passando por crises respiratórios, cólicas, epilepsia e dificuldades urinárias. Mas o que produziram mesmo foi uma legião de viciados.
"No Brasil, ainda é desprezível o consumo de heroína", informa o psiquiatra Miguel Roberto Jorge, da Escola Paulista de Medicina e membro do Conselho Federal de Entorpecentes, do Ministério da Justiça. Os grandes problemas que enfrentamos são o álcool, a maconha e agora a cocaína. ´´Já existem no pais alguns centros de tratamento e recuperação de drogados. Mas são muito poucos ainda", observa Miguel Jorge.
Vítima de um sistema onde o único beneficiado é o traficante, o viciado em heroína. como os dependentes de outras drogas consumidas por via venosa, integra um dos grupos de alto risco no processo de contágio e transmissão da AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). Normalmente. os viciados se agrupam em verdadeiras tribos e se entregam ao ritual do consumo sem cuidado algum com a higiene. Seringas contaminadas passam de mão em mão: muitas vezes não são lavadas nem em água corrente. entre uma aplicação e outra. Além da AIDS, o uso de seringas contaminadas traz doenças como a hepatite. tétano ou inflamações do endocárdio. a película que envolve o coração por dentro. A seringa industrial surgiu em 1893. Seu inventor, o inglês Alexander Wood, usou como cobaia a própria mulher, que morreu em conseqüência de uma overdose de morfina.
O estado de torpor e desinteresse causado pelo vício enfraquece os mecanismos de autodefesa da pessoa. Por isso é fácil o heroínomano exagerar na dose e morrer disso. Também é grande o consumo de drogas misturadas com talco, analgésicos. bicarbonato - ou qualquer outro pó que possa aumentar o lucro do traficante. O resultado é que, ao ter acesso a uma droga mais pura, o viciado corre o risco de morrer de overdose.

Os males de todas essas drogas

Além dos narcóticos, como a heroína existem outras categorias de entorpecentes. São os depressores, estimulantes e alucinógenos, além dos derivados da cannabis (maconha e haxixe), que não se encaixam a rigor numa única dessas categorias. Em qualquer caso, trata se sempre de substâncias capazes de criar alta dependência e tolerância. Algumas são usadas em medicamentos, como analgésicos, anticonvulsivos, tranqüilizantes ou moderadores de apetite. E de nenhum deles se sai sem problemas.

O álcool - a mais difundida de todas as drogas - é tóxico ao fígado pâncreas, coração e cérebro. Entre os efeitos crônicos, geralmente agravados pela desnutrição, o alcoólatra sofre um acelerado processo de envelhecimento, com a destruição dos neurônios - as células do cérebro. Rico em calorias vazias, que não alimentam, o álcool também leva à obesidade, fonte de outras doenças.

Os estimulantes, entre eles a cocaína, causam euforia, excitação, hiperatividade, insônia, perda de apetite, aceleração do pulso e aumento da pressão arterial. A superdosagem pode trazer aumento da temperatura, alucinações, convulsões e morte.

A síndrome de abstinência é caracterizada por apatia, longos períodos de sono, depressão, desorientação e delírios paranóicos. Junto da cocaína, são estimulantes a anfetamina e a efedrina, essa última usada em crises de asma.

Os depressores do sistema nervoso central (barbitúricos. benzodiazepinas, solventes orgânicos, como aguarrás e cola de sapateiro, clorofórmio e éter) denunciam o viciado pela voz pastosa, desorientação e estado de embriaguez. A superdosagem inibe a respiração, provoca pele fria, pupilas dilatadas, pulso rápido e fraco, coma e possível morte. O clorofórmio e o éter podem em especial causar parada cardíaca. Já a síndrome de abstinência se manifesta em tremores, ansiedade, insônia, delírio e convulsões.

Dos alucinógenos, o mais conhecido é o LSD, que provoca ilusões e alucinações. alterando a percepção do tempo e da distancia. Seu consumo pode representar uma viagem sem volta, com irreparáveis danos psíquicos. loucura e morte. A maconha e o haxixe, fumados em cigarros, são drogas mais leves, mas nem por isso menos perigosas. Provocam aumento da freqüência cardíaca, congestão dos olhos e alterações na percepção. A maconha, como o álcool, traz euforia e relaxamento das inibições. Consumida regularmente, porém, tende a causar fadiga e alheamento da realidade. A abstinência induz à insônia e hiperatividade.

Por último, mas não menos tóxico, o cigarro: a nicotina com grande taxa de tolerância e dependência, vítima no mundo inteiro milhares de pessoas todos os dias com câncer do pulmão. enfisemas, problemas cardíacos. Ao contrário das demais drogas, castiga por tabela os não-fumantes, habitualmente obrigados a respirar o ar contaminado pela nicotina alheia.


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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A revolução invisível - Nanotecnologia

A REVOLUÇÃO INVISÍVEL - Nanotecnologia



Desde 1995, os cientistas do Instituto Max Planck, na Alemanha, conseguem controlar os movimentos de uma sanguessuga viva a partir de um computador. Eles conectam um minúsculo chip de silício, com menos de 50 milésimos de milímetro, ao nervo central do verme. Os sinais da célula nervosa são recebidos pelo equipamento e transformados em sinais elétricos. Ao interpretar esses sinais, os pesquisadores são capazes de reproduzir os comandos de um neurônio sem comprometer o desempenho das células vizinhas. Nos últimos dez anos, o instituto vem se empenhando em reduzir o chip da escala micrométrica para a nanométrica, para utilizá-lo no tratamento de doenças neurológicas humanas. Implantado no cérebro, o chamado neurotransistor poderá corrigir, por exemplo, a produção da substância das células degeneradas que causam o mal de Parkinson. A pesquisa alemã deverá ser uma das inúmeras contribuições que a nanotecnologia promete para o século 21.

Afinal, o que é essa tal de nanotecnologia? "Nano" vem do grego e significa "anão". Um nanômetro equivale a um milionésimo de milímetro, medida tão pequena que são necessários cerca de 400 000 átomos amontoados para atingir a espessura de um fio de cabelo. Portanto, os nanoprodutos são objetos que medem milionésimos de milímetro. A melhor imagem para entender o funcionamento da nanotecnologia são os tradicionais blocos Lego. Imagine que cada uma das pecinhas seja um átomo. Você prende os blocos uns aos outros e constrói um carro, uma casa ou um avião. Pense nesse processo numa escala microscópica e você terá compreendido como transformar um átomo num produto maior. Suponha agora que a propriedade de uma molécula - dois ou mais átomos reunidos - seja repelir a água. Milhões dessas moléculas agrupadas viram um tecido impermeável. Metros e metros desse tecido serão usados em roupas. Pronto, agora você tem uma capa, uma calça e um sapato para sair na chuva sem se molhar.



PRODUZINDO O NOVO

Da mesma forma, pode-se mexer nos átomos de um pedaço de carvão e reorganizá-los na forma de diamante. Parece revolucionário? Pois agora imagine reagrupar os átomos um a um, no lugar exato, até formar objetos que a natureza não criou. Um robô que possa entrar na sua corrente sangüínea e eliminar vírus, bactérias e protozoários, por exemplo. A aids, a malária, a gripe e dezenas de doenças graves seriam, enfim, coisa do passado. Essa é a revolução que a nanotecnologia promete para quando ela for aplicada em escala industrial.

Talvez você desconheça, mas o homem já consegue transformar átomos de carbono em nanotubos de transistores ou gotas de silício em lâminas de vidro. Só que são produtos caros e, para ir mais adiante, ainda faltam os operários.

O engenheiro Eric Drexler, fundador do Instituto Foresight e um dos maiores defensores da nanotecnologia, acredita que a ciência será capaz de construir os nanorrobôs em 2010. Esses robozinhos minúsculos - eles próprios frutos da nova ciência - farão o "trabalho duro", ou seja, ordenar os átomos como quem empilha tijolos para levantar uma parede.

Assim, os primeiros produtos nanométricos comercialmente viáveis surgiriam a partir de 2015. Cinco anos depois, os nanorrobôs seriam amplamente utilizados em hospitais. As maquininhas invisíveis poderão entrar no corpo humano e combater células cancerígenas, matar vírus e micróbios, destruir tumores e placas de colesterol. Elas também colocarão cada molécula no seu devido lugar, curando doenças genéticas e retardando o envelhecimento.



DO SAPATO AO BIFE

Bem-empregada, a tecnologia ajudará na recuperação do meio ambiente. A Universidade de Brasília já estuda aplicações de nanoímãs em despoluição de águas contaminadas por petróleo. E nanossensores instalados nos automóveis poderiam controlar a emissão de gases tóxicos na atmosfera. Numa das aplicações mais controversas, Drexler propõe até a criação de alimentos mais nutritivos e baratos a partir da manipulação dos átomos. Poucos apostam na concretização dessa hipótese nos próximos 15 anos, levando-se em conta a polêmica causada pelos alimentos transgênicos. Na teoria, você poderia mexer nas moléculas de uma sola de sapato e ganhar um bife suculento - para a redenção da maioria dos restaurantes universitários, que costumam inverter a fórmula.

Esqueça o velho computador que ocupa boa parte da sua mesa de trabalho. Com a nanotecnologia, serão construídos supercomputadores com bilhões de processadores, rápidos o suficiente para realizar trilhões de cálculos por segundo e armazenar todos os livros de uma biblioteca, mas que vão caber na sua mão. O nanoprocessador vai virar peça comum de qualquer objeto. Ninguém vai notar a presença do computador na caneta, na chave da porta, no cartão do banco, no sapato, mas ele estará lá.

Quando os cientistas aprenderem a manipular habilmente os átomos, produtos saídos diretamente dos livros de ficção científica se tornarão realidade. Em 2020, a indústria vai fabricar materiais 100 vezes mais resistentes que o aço, carros que não arranham, espelhos antiofuscantes, aviões mais leves, roupas que regulam a temperatura do corpo, jornais eletrônicos de plástico semelhante ao papel, tintas que mudam de cor, aquecedores solares baratos, bolas de basquete que não perdem a elasticidade. O casco dos navios será repelente à água - com menos atrito, eles gastarão menos combustível. Todos os materiais que você descarta, inclusive os não-recicláveis, poderão virar outros objetos. O futuro respeitará, como nunca, a máxima de Lavoisier: "Tudo se transforma".
Tudo lindo e maravilhoso, mas a nanotecnologia ainda encontra opositores. Entre as questões, duas se destacam. Primeira: assim como os nanoprodutos podem ser usados para o nosso conforto, também podem se voltar contra nós. A tecnologia será utilizada para fins militares? Teremos armas mais destrutivas que a bomba atômica? Segunda: sabe-se que algumas combinações de átomos são tóxicas. Quais os efeitos que as nanoestruturas terão sobre o meio ambiente e o corpo humano? Como você percebe, a polêmica é inevitável, mas saudável. Para quem acredita nos benefícios da ciência, vale apostar no bom senso do homem.


Tendências




- NANORROBÔS

Até 2010, a ciência deverá ser capaz de construir nanorrobôs - minúsculos robôs que vão ordenar os átomos para a criação de novos produtos.



- ESCALA COMERCIAL

Se tudo correr como prevêem os cientistas, os primeiros produtos da nanotecnologia comercialmente viáveis devem surgir a partir de 2015.



- MEDICINA

Em 2020, os nanorrobôs deverão ser amplamente utilizados em hospitais. As maquininhas invisíveis poderão entrar no corpo humano para combater células cancerígenas, matar vírus e micróbios, destruir placas de colesterol.



- RISCO POTENCIAL
Assim como os nanoprodutos podem ser usados para o nosso conforto, também podem se voltar contra nós. Um dos temores é que a tecnologia seja empregada para fins militares.




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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Aspirina diária reduz risco de morte por câncer

07/12/2010 09h04 - Atualizado em 07/12/2010 09h24

Aspirina diária reduz risco de morte por câncer, diz estudo



Segundo pesquisa, consumo de 75 mg diários da droga reduziu em até 20% os riscos de morte.

Uma pequena dose diária de aspirina é capaz de reduzir substancialmente o risco de morte por uma série de tipos de câncer, segundo sugere um estudo britânico.

A pesquisa coordenada pela Universidade de Oxford verificou que uma dose diária de 75 mg reduziu em até 20% a chance de morte por câncer.

O estudo, publicado na última edição da revista científica "The Lancet", analisou dados de cerca de 25 mil pacientes, a maioria deles da Grã-Bretanha.

Especialistas dizem que os resultados mostram que os benefícios da aspirina comumente compensam os riscos associados, como aumento da possibilidade de sangramentos ou irritação do sistema digestivo.

Outros estudos já haviam associado a aspirina à redução dos riscos de ataques cardíacos ou de derrames entre as pessoas nos grupos de risco.

Mas acredita-se que os efeitos de proteção contra doenças cardiovasculares sejam pequenos entre adultos saudáveis. Também há um risco maior de sangramentos no estômago e no intestino.

Porém a pesquisa publicada nesta terça-feira afirma que, ao avaliar os benefícios e os riscos do consumo de aspirina, os médicos deveriam também considerar seus efeitos de proteção contra o câncer.

As pessoas que consumiram o medicamento tiveram um risco 25% menor de morte por câncer durante o período do estudo, e uma redução de 10% no risco de morte por qualquer causa em comparação às pessoas que não consumiram aspirina.

Longo prazo
O tratamento com a aspirina durou entre quatro e oito anos, mas um acompanhamento de mais longo prazo de 12.500 pessoas mostrou que os efeitos de proteção continuaram por 20 anos tanto entre os homens quanto entre as mulheres.

Após 20 anos, o consumo diário de aspirina ainda tinha o efeito de reduzir em 20% o risco de morte por câncer.

Ao analisar os tipos específicos da doença, os pesquisadores verificaram uma redução de 40% no risco de morte por câncer de intestino, 30% para câncer de pulmão, 10% para câncer de próstata e 60% para câncer de esôfago.

As reduções sobre cânceres de pâncreas, estômago e cérebro foram difíceis de quantificar por causa do pequeno número de mortes por essas doenças entre as pessoas pesquisadas.

Também não havia dados suficientes para analisar os efeitos da aspirina sobre cânceres de ovário ou de mama, mas os autores da pesquisa sugerem que a razão para isso é que não haveria mulheres suficientes entre as pessoas analisadas.

Mas estudos de larga escala sobre os efeitos da aspirina sobre esses tipos específicos de câncer estão em andamento.

O coordenador do estudo, Peter Rothwell, disse que ainda não aconselha os adultos saudáveis a começarem a tomar aspirina imediatamente, mas afirmou que as evidências científicas estão 'levando as coisas nessa direção'.

Segundo Rothwell, o consumo diário de aspirina dobra os riscos de grandes sangramentos internos, que é de 0,1% anualmente. Mas ele diz que os riscos de sangramento são 'muito baixos' entre adultos de meia idade, mas aumentam bastante entre os maiores de 75 anos.

Segundo ele, o tempo ideal para começar a considerar tomar doses diárias de aspirina seria entre os 45 e os 50 anos, por um período de 25 anos.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A Felicidade reinventada - Prozac

A FELICIDADE REINVENTADA - Prozac



Lançado na década de 80 pelo laboratório Eli Lilly, o Prozac revolucionou o tratamento contra a depressão. O mérito da chamada "pílula da felicidade" foi reduzir os efeitos colaterais que, até então, eram muito acentuados nos outros remédios antidepressivos, trazendo uma sensação de bem-estar para o paciente. Com o Prozac, diminuiu a ocorrência de efeitos como prisão de ventre, queda da pressão sangüínea, distúrbios cardíacos, ganho de peso e tontura. Estima-se que mais de 40 milhões de pessoas no mundo já tenham usado o medicamento desde o seu surgimento, em 1986.

O princípio ativo do Prozac é o cloridrato de fluoxetina. Ele faz parte de um grupo de medicamentos chamados de "inibidores seletivos da recaptura da serotonina". A serotonina é um dos neurotransmissores do cérebro e atua na comunicação entre as células nervosas - os neurônios. Inibindo a sua recaptura pelas células nervosas, o Prozac aumenta o nível de serotonina disponível no cérebro. Isso facilita a transmissão da informação entre os neurônios e alivia os sintomas da depressão. Os antidepressivos mais antigos influenciam vários neurotransmissores ao mesmo tempo e, por isso, podem trazer mais efeitos indesejáveis. Já o Prozac atua de forma específica na serotonina.

O Prozac também tem sido usado para o combate de outras desordens, como a síndrome do pânico, a bulimia e o distúrbio obsessivo compulsivo (DOC). Críticos alertam para o uso indiscriminado do medicamento, às vezes utilizado para resolver problemas como timidez, ansiedade e tristeza, que não deveriam ser tratados com remédios. Os efeitos colaterais conhecidos do Prozac são agitação, insônia, dor de cabeça, náusea e secura na boca. A aparente ausência de efeitos perigosos transformou o Prozac num remédio fácil de ser receitado por médicos.

Nos últimos anos, no entanto, alguns advogados de presos acusados de assassinato nos Estados Unidos começaram a alegar que seus clientes cometeram o crime sob a influência do medicamento. Houve também uma série de acusações de que o antidepressivo provocaria obsessões suicidas. Alguns pacientes chegaram a entrar com processo na Justiça contra a Eli Lilly. Os defensores do Prozac argumentam que as taxas de suicídio são mais altas entre pessoas que estão deprimidas e que a incidência de suicídio entre os que tomam Prozac não é maior do que entre os que tomam outros medicamentos antidepressivos.
Após o sucesso do Prozac, outros "inibidores da recaptura da serotonina", como Zoloft, Paxol e Nuvoz, apareceram no mercado. Nos últimos anos, foram lançadas também versões genéricas do medicamento, pois a patente expirou e laboratórios concorrentes puderam comercializar produtos com o mesmo princípio ativo do Prozac.

O impacto da descoberta
O Prozac revolucionou o tratamento contra a depressão ao reduzir os efeitos colaterais em relação a outros remédios antidepressivos. Seu sucesso estimulou o surgimento de drogas semelhantes no mercado

Virou estrela
Verdadeira febre nos Estados Unidos, o Prozac se tornou famoso no mundo inteiro por ser consumido por celebridades como o magnata do ramo imobiliário Donald Trump. Graças ao seu sucesso, o antidepressivo virou ele mesmo uma celebridade. Foi capa de inúmeras revistas e tema de diversos programas de rádio e de televisão. Apareceu até em uma citação do ator e diretor Woody Allen no filme Um Misterioso Assassinato em Manhattan (1993): "Não há nada de errado com você que não possa ser curado com um pouco de Prozac e um taco de pólo", diz seu cômico personagem. Mais recentemente, o medicamento foi tema do filme Amor, Curiosidade, Prozac e Dúvidas (2001), do diretor Miguel Santesmases, que adaptou um romance homônimo da espanhola Lucía Etxebarría, best seller na Europa. No mesmo ano foi lançado Nação Prozac, do diretor Erik Skjoldaejrg. Estrelado pelas atrizes Christina Ricci e Jessica Lange, o filme é baseado no romance autobiográfico de Elizabeth Wurtzels, ex-crítica de música da revista New Yorker. O livro conta a história de uma garota que passa por crises agudas de depressão e chega a tentar o suicídio, antes de ser tratada com Prozac.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Cientistas encontram elo entre aspirina e pequenas hemorragias

15/04/09 - 07h00 - Atualizado em 15/04/09 - 07h00

Cientistas encontram elo entre aspirina e pequenas hemorragias cerebrais
Pesquisadores afirmam que não há razão para parar de tomar aspirina.
Micro-hemorragias são inofensivas, embora visíveis em ressonância.




Foto: Divulgação Imagem revela micro-hemorragias no cérebro (indicadas por seta) (Foto: Divulgação)É um dos medicamentos mais consumidos no mundo e tem uma infinidade de aplicações. Mas nem tudo são flores. Um estudo conduzido por cientistas holandeses alerta que, para pessoas mais velhas, a aspirina, ou drogas similares, pode causar minúsculas hemorragias cerebrais -- inofensivas, é verdade, mas visíveis em imagens de ressonância magnética.

O estudo foi feito por Meike Vernooij e seus colegas do Centro Médico da Universidade Erasmus MC, em Rotterdam, Holanda. Eles analisaram 1.062 indivíduos, com idade média de 69 anos, que passaram por exames cerebrais de ressonância magnética cerebral em 2005 e 2006.

Entre esses pacientes, 362 estavam tomando drogas contra coagulação -- a aspirina, ácido acetil-salicílico, é um deles. Desses, 245 estavam tomando aspirina ou um medicamento similar, chamado carbasalato de cálcio.

Os resultados mostraram que a probabilidade de um paciente que tomava aspirina ou
carbasalato de cálcio ter micro-hemorragias cerebrais era maior do que a dos que não tomavam essas drogas. E o risco ficava ainda maior se as doses consumidas eram altas.

Em entrevista, Vernooij minimiza o impacto dos resultados, mas sugere que mais
pesquisas seriam aconselháveis para esclarecer a questão.

"Nosso estudo mostrou uma associação entre uso de aspirina e a presença de micro-hemorragias. Mas é muito importante entender que nós não mostramos que a aspirina

causa as hemorragias e nem que as pessoas que têm micro-hemorragias e estão usando a
aspirina terão um risco maior de hemorragias cerebrais sintomáticas, ou seja, grandes."

"Por isso, não há razão para causar alarme sobre o uso da aspirina. Mas nosso estudo mostrou uma relação interessante entre a aspirina e as micro-hemorragias que precisa ser mais explorada -- especialmente porque a aspirina é uma droga tão usada."

Os pesquisadores entendem que, por ora, a despeito dos resultados, segue sendo vantajoso o consumo da droga. "Temos de entender que as pessoas que estavam usando aspirina ou outras drogas contra coágulos faziam isso por uma razão muito clara: ou tinham chance maior de ter isquemia cardíaco, ou seja, infarto, ou isquemia cerebral, ou seja, derrame", diz Vernooij.

"Por isso, os efeitos benéficos da aspirina não devem ser descartados e podem muito bem superar todos os efeitos negativos na maioria das pessoas que usam a droga."

Entretanto, os pesquisadores apontam em seu artigo científico -- a ser publicado numa edição futura dos "Archives of Neurology" -- que a descoberta da relação pode ajudar os médicos a determinar no futuro qual tipo de droga anticoágulo pode ser melhor para seu paciente.


PUBLICADOS BRASIL NO ORKUT

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