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domingo, 22 de janeiro de 2023

Cientista afirma que as abelhas têm emoções e consciência

Cientista afirma que as abelhas têm emoções e consciência

Lars Chittka diz que esses insetos são capazes de contar, reconhecer rostos humanos e aprender a usar ferramentas.

quarta-feira, 11 de março de 2020

Estudo indica que abelhas adoram maconha e que a cannabis pode salvar esses insetos

Estudo indica que abelhas adoram maconha e que a cannabis pode salvar esses insetos


Um novo estudo indica que as abelhas são grandes apreciadoras de cannabis. 

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Humanos já consumiam mel 9.000 anos atrás, revelam vasos antigos


Humanos já consumiam mel 9.000 anos atrás, revelam vasos antigos

Técnica de apicultura antiga, com colmeia dentro de tronco oco, é usada no interior da França (Foto: Eric Tourneret)

Cera de abelha foi achada em cerâmica da Europa, África e Oriente Médio.
Peça mais antiga com vestígios do produto foi encontrada na Turquia.

A descoberta de peças de cerâmica antigas com traços de cera de abelha mostra que os humanos começaram a consumir mel ainda no neolítico, há 9.000 anos, quatro milênios antes de as primeiras ilustrações com referência à apicultura terem sido pintadas no Egito.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Aquecimento global está matando abelhas pelo mundo


Aquecimento global está matando abelhas pelo mundo

Aumento de casos se dá por conta da estiagem, queimadas e desmatamento

É a 1ª pesquisa que relaciona fenômeno ao declínio global de abelhas.
Até agora, havia suspeita de que pesticidas e parasitas causavam perdas.

As abelhas não estão se adaptando bem às mudanças climáticas.
Em vez de migrarem para o norte para buscarem temperaturas mais clementes, estes insetos cruciais para a polinização estão morrendo, de acordo com um estudo divulgado nesta quinta-feira (9).

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Surto de doença bacteriana devasta colmeias da África do Sul


Surto de doença bacteriana devasta colmeias da África do Sul

Apicultor limpa local que abrigava abelhas na região de Durbanville, a 50 km da Cidade do Cabo, na África do Sul.  Insetos morreram devido a uma infecção bacteriana (Foto: Stephanie Findlay/AFP)

Especialistas temem que doença se espalhe pelo resto da África.
loque americana ataca larvas colocadas pela abelha rainha.

Depois da Europa e dos Estados Unidos, agora é a vez da África do Sul se ver ameaçada pelo desaparecimento das abelhas, essenciais para a polinização de muitas espécies de plantas necessárias para o consumo humano.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Abelhas de aluguel - Agricultura


ABELHAS DE ALUGUEL - Agricultura



Apicultores brasileiros começam a descobrir a polinização por colméias, a técnica para elevar a produção agrícola que tomou conta dos Estados Unidos e da Europa.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Expressão Corporal - Natureza


EXPRESSÃO CORPORAL - Natureza



A abelha tem um código próprio para dizer às companheiras que achou alimento, onde ele está e se é pouco ou muito: a dança. Os estudiosos estão admirados com essa linguagem.

Quando, em 1973, o zoólogo alemão Karl von Frisch, da Universidade de Munique, recebeu o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia por haver desvendado uma nova forma de comunicação no mundo animal, graças a pesquisas iniciadas em 1920 sobre a vida das abelhas, os cientistas passaram a encarar a abelha doméstica (Apis mellifera) não só como produtora de mel, mas importante fonte de material para a então recém nascida Etologia, a ciência que estuda o comportamento dos animais. Frisch, falecido em 1982, dedicou mais de cinqüenta dos seus 96 anos ao estudo das abelhas, de sua linguagem e métodos de orientação, tendo revelado ao mundo como elas se valem da dança para informar às companheiras a localização, distância e qualidade do alimento que encontram.
A melífera é sem dúvida alguma a espécie de abelha mais conhecida. A subespécie adansonii, a famosa abelha- africana, tem sido tratada com sensacionalismo em filmes e reportagens. Exageros à parte, ela realmente sabe se defender bastante bem. Esse atributo, aliado a sua estrutura social e a uma desenvolvida forma de linguagem, a torna muito adaptada a seu ambiente original assim como a outros onde o homem a introduziu. As abelhas (Apoidea) formam um grupo de organismos com aproximadamente 20 mil espécies, algumas das quais vivem em sociedades organizadas hierarquicamente, como certas formigas e cupins.
Esse tipo de organização social divide os membros da colônia conforme a função que exercem. No caso da melífera existem três categorias, a rainha, o zangão e as operárias. A rainha é responsável principalmente por duas funções, a reprodutora, colocando em média de 2 mil a 3 mil ovos por dia, e a de agregação da colônia. A rainha mantém a colônia coesa por odores - substâncias químicas produzidas por ela e disseminadas pelas operárias a toda a população do reino. O zangão tem somente a função reprodutora, sendo inútil para qualquer outra atividade. As operárias (de 50 mil a 80 mil indivíduos em cada colméia) dividem, conforme a idade, um número bastante grande de atividades - cuidar da cria, construir e limpar os favos, receber e buscar néctar e pólen, remover o lixo, guardar a colméia.
O propósito principal de Frisch era observar a atividade das operárias, já que são elas as dançarinas. Ele tentou associar esse comportamento à busca de alimento. Montou colméias com poucos favos, fechados por vidros nas laterais, para observar o movimento das abelhas. Ao redor, em leque e em diferentes ângulos em relação à saída da colméia, colocou vários alimentadores contendo xaropes de açúcar onde as abelhas pudessem buscar comida. Num dos alimentadores próximos à colméia marcaram-se algumas abelhas para ver o que faziam ao voltar à colônia com o alimento coletado. Montado o aparato do experimento e iniciada a observação, revelaram-se as mais surpreendentes descobertas. As abelhas marcadas dançavam na superfície do favo e assim comunicavam precisamente às outras abelhas a direção e a distância da fonte de alimento, sua quantidade e odor. Dançando num favo vertical e no escuro, as abelhas têm noção da posição do Sol e da direção a ser seguida para buscar o alimento lá fora, no plano horizontal. As melíferas transmitem essas informações basicamente por meio de dois tipos de dança: em círculo, para indicar distâncias curtas (por volta de 25 metros) e em forma de 8, a chamada "dança do requebrado", para distâncias além de 100 metros. Na União Soviética, um pesquisador observou que, quanto mais longe a fonte de alimento, mais duradoura a dança do requebrado a cargo da operária campeira, como é chamada a abelha cuja função é buscar néctar, pólen, resina e água fora da colônia. A distância é avaliada pelo gasto de energia durante o vôo, medido pela quantidade de açúcar que ela consome.
Um pesquisador treinou abelhas a andar dentro de tubos para obter alimento. Se a distância entre a colméia e o alimentador fosse de 3 a 4 metros, as abelhas dançavam como se tivessem voado de 50 a 100 metros. Mais tarde, outro grupo de pesquisadores verificou que o gasto de energia para uma abelha caminhar 3 metros equivalia a um vôo de 55 metros Quando a operária campeira chega à colméia, procedente de uma farta fonte de alimento, fornece uma gota de alimento a outras operárias. Isso para que a acompanhem na dança pela qual ela informará onde encontrou a comida. As operárias acompanham-na, procurando estar sempre em contato tátil com a dançarina, pelas antenas e corpo a corpo. No interior da colméia é como se houvesse uma linha imaginária, num fio de prumo vertical ao solo, que representaria a direção colméia-Sol. A partir dessa linha imaginária a dançarina indica a direção a ser tomada. Por exemplo, se a fonte de alimento estiver na direção do Sol a partir da saída da colméia, ela fará a dança do 8 virada para cima do favo. Se a fonte de alimento estiver 60 graus à direita do Sol, ela dançará rigorosamente a 60 graus desse fio de prumo. Foi também Frisch quem descobriu que, à medida que o Sol se movimenta, a abelha corrige o ângulo mediante novas danças em outras direções, sempre conforme a posição do Sol. As melíferas são capazes de ver o Sol mesmo em dias muito nublados, em virtude de sua sensibilidade à luz ultravioleta que atravessa as nuvens. A comunicação pela dança se tornou tão aperfeiçoada que, mesmo depois do anoitecer, as abelhas sabem a posição do Sol com alguma precisão. A quantidade de alimento é indicada pelas campeiras por sua empolgação durante a dança. Ou seja, quanto maior a oferta de comida, mais ela requebra ao traçar em ziguezagues o desenho do número 8 na superfície do favo. Essa dança pode ser observada tanto nas melíferas européias quanto nas africanas.
Um estudo comparativo entre duas subespécies, a cárnica e a italiana, revelou que seus membros não só se comunicavam pela dança, como tinham dialetos, por assim dizer. Além da dança em círculo e do requebrado, a italiana pratica ainda uma forma intermediária, a chamada dança em foice, para localizar alimentos entre 15 e 100 metros. A Apis florea faz ninhos dependurados em galhos sobre os quais as operárias dançam no plano horizontal, pois precisam ver o Sol para indicar a fonte de alimento. A Apis dorsata  consegue transpor a informação para o plano vertical, mas ainda necessita enxergar o Sol enquanto dança. Só as melíferas são capazes de transpor a informação horizontal para a vertical e memorizar a posição do Sol, executando a dança no escuro. Isso lhes permite instalar colônias em locais mais protegidos.
As melíferas também se utilizam da dança durante a enxameagem, o processo pelo qual as colméias se reproduzem. Consiste basicamente na formação de uma colônia a partir de algumas operárias que acompanharão a rainha para construir um novo lar. Enquanto isso, na colônia velha estará nascendo uma nova rainha. Durante o vôo migratório, o enxame pára em alguns pontos e algumas campeiras saem em busca do lugar ideal.
Quando voltam, dançam da mesma maneira. Se duas abelhas estiverem dançando próximas uma da outra mostrando lugares diferentes, a que estiver dançando menos intensamente partirá em busca de um ponto ainda melhor. Quando todas as campeiras indicam o mesmo lugar, portanto, o melhor de todos, o enxame então se desloca para ali, onde irá construir a nova moradia.
Outras maneiras de comunicação - químicas, táteis e sonoras - que poderia haver entre as melíferas também foram pesquisadas. A tal ponto que, num congresso internacional de apicultura, em Maryland, Estados Unidos, em 1967, o cientista Denis L. Johnson entre outros, criticou as descobertas de Frisch, por falta de controle em alguns experimentos, tornando inconsistente a hipótese da dança. Ao repetir o experimento de Frisch com algumas modificações, Johnson chegou a resultados que não apoiavam as teorias do alemão. Segundo os americanos, as melíferas indicam sua fonte de alimento por sinais químicos como também por sons. Johnson afirmou que na busca de determinada fonte de alimento bastava o contato com uma campeira recém-chegada. bem-sucedida, para que as outras achassem o alimento.
A polêmica estimulou um grupo de pesquisadores brasileiros a investigar o assunto. Foram coordenados pelo zoólogo Warwick Kerr, então pertencente ao Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, no interior paulista, atualmente lecionando no Departamento de Biociências da Universidade Federal de Uberlândia. O professor Lionel Gonçalves, da equipe de Kerr, passou a checar as duas hipóteses mediante onze experimentos. Concluiu que 67 por cento da informação que as abelhas obtêm se origina do cheiro da fonte de alimento e 33 por cento vem da dança. Isso não significa que a linguagem da dança seja menos importante. Pois, embora menor em porcentagem, a dança indica com maior precisão do que o cheiro o rumo a ser seguido até o alimento e a sua distância da colméia. De certa forma, é como se o homem transmitisse mais informações gesticulando do que falando. Mas as palavras designam as coisas com maior exatidão. Essa característica representa um grande feito adaptativo e confere às melíferas, que existem há mais de 30 milhões de anos, uma vantagem de peso na competição com outras espécies. Investigando algumas dessas espécies, o professor Kerr e seu colega Ronald Ribbands, do Departamento de Abelhas da Estação Experimental de Rothamsted, na Inglaterra, concluíram que a comunicação pelo cheiro é também um método eficiente. Segundo Kerr, diversas abelhas sem ferrão possuem como único sistema de orientação o cheiro da fonte de alimento e as substâncias químicas que deixam pelo caminho, formando uma trilha.
Algumas das abelhas sem ferrão, conhecidas como mandaçaias, comunicam a distância em que se encontra o alimento por sons diferentes: à medida que se aproximam (ou se afastam) da comida, o som que emitem se modifica, tornando-se mais ou menos intenso. Então Kerr concluiu que tanto as melíferas como as mandaçaias utilizam o mesmo sistema para indicar a distância, o som, mas que cada uma possui sistemas próprios de orientação. As pesquisas nesse campo estão longe de se esgotar. Atualmente, o cientista americano Mark W. Moffet tenta desvendar os detalhes da comunicação pela dança. Ele projetou um robozinho do tamanho de uma abelha. Ligado a um computador que imita as danças executadas, esse simulador mecânico emite sons e ainda fornece gotas de xarope de açúcar para que as operárias o acompanhem na dança.

A longa viagem das africanas

Na década de 50, o zoólogo Warwick Kerr provocou em Rio Claro, no interior paulista. cruzamentos entre abelhas-européias já criadas no Brasil e abelhas-africanas enviadas de além- mar. A intenção era boa, pois, apesar da maior agressividade da africana, ela tinha se mostrado muito mais produtiva do que a outra, podendo proporcionar lucros aos apicultores. As novas colméias foram mantidas em uma área reservada, podendo suas habitantes visitar as flores próximas e os alimentadores com xarope de açúcar, colocados por perto para que as colônias não se enfraquecessem. Para evitar o cruzamento desordenado entre colônias de européias e africanas, a enxameagem sem controle, colocou-se em frente à saída das colméias uma tela cujos orifícios impediam a passagem da rainha e dos zangões, embora permitissem o trânsito das operárias em busca do alimento.
Certa vez, porém, um encarregado da manutenção das colônias deixou de recolocar essas telinhas. Resultado: algumas dessas colônias formaram enxames com novas rainhas que abandonaram as colméias experimentais. O grupo, inicialmente com cerca de trinta enxames, conseguiu se multiplicar ao longo do tempo e assim a abelha-africana foi migrando rumo ao norte à velocidade de 200 a 300 quilômetros por ano. A partir do núcleo de Rio Claro, espalhou- se pela América do Sul e América Central, tendo se aproximado da fronteira sul dos Estados Unidos. No México existem atualmente dois centros que funcionam como barreira a essa migração.
São núcleos de abelhas-européias junto às quais as africanas param obrigatoriamente. Isso as fará cruzar com aquela subespécie, criando um híbrido menos assustador . A abelha- africana, por sinal, embora possa representar um perigo em potencial não é um monstro: sua agressividade tem sido pintada com tintas talvez carregadas demais. No Brasil ela representa um duplo benefício para os apicultores, pois as colônias híbridas africanizadas, além de muito produtivas, ao absorver a agressividade das Apis africanas, diminuem o índice de roubos nos apiários.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Estudo sobre abelhas feito por crianças é publicado em revista

23/12/2010 08h04 - Atualizado em 23/12/2010 09h26

Estudo sobre abelhas feito por crianças é publicado em revista
Alunos de uma escola primária britânica descobriram que abelhas podem ser treinadas para reconhecerem cores.


As crianças pesquisaram o uso das cores para
orientar abelhas (Foto: Cortesia Beau Lotto )A pesquisa sobre abelhas feita por um grupo de crianças de uma escola primária em Devon, na Inglaterra, se tornou a primeira do tipo a ser publicada por uma revista acadêmica.

Os alunos da Escola Primária Blackawton, que têm entre 8 e 10 anos, descobriram que as abelhas podem ser treinadas para reconhecer cores em busca de alimento.

Eles tiveram a consultoria do neurocientista Beau Lotto, da University College London, que garantiu que o trabalho foi 'inteiramente concebido e escrito' pelas crianças.

O estudo foi publicado na revista especializada Biology Letters, da Royal Society, uma das associações científicas mais tradicionais do mundo.

`Legal e divertido'
Os alunos testaram abelhas para descobrir se elas poderiam aprender a usar padrões de cores para encontrar o caminho até as flores mais doces e nutritivas.

Eles descreveram a conclusão das experiências no trabalho: 'Descobrimos que as abelhas podem usar as combinações de cores para orientar-se no espaço ao decidir qual é a cor da flor para onde irão'.

'Também descobrimos que ciência é legal e divertido, porque você pode fazer coisas que ninguém fez antes', disseram.

A Royal Society disse que faltava compreensão sobre o objeto de estudo das crianças, e que as descobertas eram um 'verdadeiro avanço' no campo.


As tabelas feitas pelas crianças também foram
publicadas na revista (Foto: Cortesia Beau Lotto)O editor da revista Biology Letters, Brian Charlesworth, disse que o estudo é o primeiro caso do tipo no mundo.

'Espero que isso inspire outros grupos a perceber que a ciência não é um clube fechado, mas algo que está disponível para todos.'

Cientistas
O projeto nasceu de uma palestra do neurocientista Beau Lotto na escola Blackawton, onde seu filho estuda, sobre o ensino de ciência.

A partir daí, Lotto e o diretor Dave Strudwick ajudaram as crianças a desenvolver as experiências.

Segundo o neurocientista, a pesquisa começou com 'um dia de abelha', em que os alunos tentavam se comportar como os animais.

'O verdadeiro trabalho científico é cheio de incertezas - e é por isso que é tão excitante - mas acho que é isso o que falta na educação, onde os assuntos são apresentados como uma série de certezas chatas', disse Lotto.

O trabalho editado pelo cientista, que manteve os textos das crianças sobre o tema. As tabelas foram pintadas com lápis de cor.

Para ser publicado, ele teve que ser comentado por dois pesquisadores especialistas no tema, já que o texto não tinha referências bibliográficas.

Laurence Mahoney, da Universidade de Nova York e Natalie Hempel de Ibarra, da Universidade de Exeter, disseram que as experiências foram 'modestas, mas inteligentemente e corretamente organizadas, além de conduzidas de maneira controlada'.

domingo, 7 de março de 2010

Flor cria 'aeroporto' para abelhas em suas pétalas

15/05/09 - 06h00 - Atualizado em 15/05/09 - 06h00

Flor cria 'aeroporto' para abelhas em suas pétalas, revela estudo
Formato especial das células ajuda insetos a pousar com segurança.
Planta e polinizadores possuem 'aliança' que beneficia ambas as partes.

Não é segredo para ninguém que abelhas e flores foram feitas umas para as outras, mas uma nova pesquisa mostra que as plantas se desdobram até para ajudar os insetos a pousar em segurança. O "aeroporto" em questão é formado por células cônicas nas pétalas das flores, que ajudam as patas das abelhas a ganhar um apoio mais firme dependendo da maneira como o pouso acontece.




Flor normal, com molde do detalhe das células cônicas, que ajudam no pouso das abelhas (em cima), e a flor mutante, que dificulta a vida dos insetos (Foto: Reprodução)

"As garras no último segmento da pata das abelhas têm uma escala parecida com a desses cones e, dessa forma, conseguem se prender a eles", explicou ao G1 a pesquisadora Beverley J. Glover, do Departamento de Ciências Botânicas da Universidade de Cambridge. "Eu imagino que seja como os apoios numa parede de alpinismo esportivo. Não importa se eles são do mesmo tamanho que a sua mão, podem ser até menores, mas você ainda consegue escalar com mais facilidade se eles estão lá", diz Glover, uma das autoras de um estudo sobre o tema na revista científica "Current Biology".

Com a pesquisa, acabou o mistério sobre as células cônicas, que estão presentes nas pétalas de cerca de 80% das flores. Como as plantas já usam todo tipo de atrativo para trazer as abelhas até si, como cores brilhantes, odor agradável e néctar, fazia sentido que o detalhe também fosse uma adaptação para ajudar os insetos. (A relação de ajuda mútua envolve o transporte de pólen pela abelha, facilitando a reprodução da planta, e a captação do doce néctar, matéria-prima do mel.)

Modelagem
Mas que diferença exatamente os cones estavam fazendo? Para checar isso, os pesquisadores organizaram uma série de testes bastante criativos, usando flores normais de Antirrhinum (conhecida como boca-de-leão) e mutantes dessa planta que não possuem as células cônicas. Como outros detalhes, como cor e cheiro, poderiam influenciar a investigação, eles criaram flores falsas com a ajuda de moldes das flores originais, explica Glover.

"É um processo muito simples. Nós apertamos a pétala num pedaço de molde dentário, para produzir um negativo dela. Desgrudamos a pétala, derramamos epóxi sobre a molde dentário e o retiramos depois de secar. Assim, temos uma réplica positiva perfeita da pétala. Quando testamos sua aparência no microscópio, a resolução é excelente", afirma ela.

As flores artificiais têm como único fator distintivo a diferença entre os tipos de célula (cônica ou lisa), que as abelhas conseguem diferenciar pelo tato. Em princípio, na verdade, parecia que os insetos não estavam nem aí com a diferença, mas bastou mudar a orientação das flores, fazendo com que se tornasse difícil de pousar nas pétalas, para que 75% das abelhas preferissem a versão cônica. Também era mais fácil para elas captar a solução açucarada colocada lá pelos pesquisadores quando a flor em questão possuía células cônicas.

O mais provável é que, ao longo da evolução, as plantas que produziam essa adaptação em suas flores tenham sido favorecidas ao facilitar a vida de suas abelhas polinizadoras. Glover diz que é difícil saber exatamente quando essa adaptação surgiu. "As flores não se fossilizam bem, e essas células estão cheias de água, então provavelmente elas desabariam e ficariam irreconhecíveis num fóssil, de qualquer maneira. Entretanto, como a maioria das plantas com flores as possuem, inclusive algumas das famílias mais basais [primitivas], suspeitamos que elas tenham evoluído bem cedo na histórida dessas plantas", avalia ela.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Abelhas agem como humanos sob o efeito da cocaína

23/12/08 - 09h12 - Atualizado em 23/12/08 - 10h21

Abelhas agem como humanos sob o efeito da cocaína
Insetos ficam mais comunicativos e energéticos sob o efeito da droga.

Comportamento de abelhas transforma colméia em superorganismo, diz cientista Cientista usa abelhas para tentar entender assassinos Abelhas ficam 'burras' quando estão doentes, dizem pesquisadores Abelhas aperfeiçoaram mecanismo para criar fêmeas, revela análise de DNA Cientistas descobrem segredo por trás da realeza das abelhas Cientistas encontram sinais da expansão das abelhas pelo mundo nos genes.

Um estudo australiano sugere que abelhas agem como humanos sob o efeito da cocaína.

Publicada na edição dessa semana da revista científica "Journal of Experimental Biology", a pesquisa visa analisar o funcionamento do cérebro das abelhas.

Os cientistas aplicaram uma pequena dose de uma solução de cocaína nas costas das abelhas e observaram o comportamento dos insetos. Eles monitoraram especialmente o comportamento das abelhas depois de procurarem e encontrarem comida.

Após a dose de cocaína, as abelhas passaram a se engajar em uma energética rotina de danças - uma forma de querer se comunicar intensamente com suas companheiras. Mais tarde, em outro experimento, os cientistas também descobriram que, a exemplo do que ocorre em seres humanos, as abelhas também sofrem de crise de abstinência quando deixam de receber doses habituais de cocaína.

'Recompensa'
"Quando as abelhas encontram uma boa fonte de pólen ou néctar, elas voam de volta à colméia e fazem uma dança simbólica para as outras abelhas - essa é uma forma especial de comunicação para contar aos outros sobre a recompensa que encontraram", explicou Andrew Baron, que coordenou o estudo.

Segundo os cientistas, depois de receber uma dose de cocaína, as abelhas apresentavam danças muito mais energéticas para as companheiras de colméia e demonstravam mais entusiasmo sobre a descoberta de comida.

O estudo sugere que isso acontece porque a cocaína afeta o "processo de recompensa" no cérebro das abelhas, provocando a produção de um químico chamado octopamina - substância semelhante à dopamina, precursor natural da adrenalina - nos humanos.

"Você pode até pensar que abelhas e humanos não têm muito em comum, mas acontece que existe uma coisa que leva ambos a se comportarem da mesma maneira: nossa paixão pelas recompensas", disse Baron.

Abstinência
Os cientistas também analisaram o efeito do uso prolongado da droga nos insetos.
Para chegar aos resultados, Baron e sua equipe administraram doses diárias de cocaína nas abelhas durante uma semana. Durante esse período, os cientistas realizaram testes de aprendizado com os insetos, fazendo com que as abelhas distinguissem dois cheiros diferentes.

Enquanto estavam sob o efeito da droga, as abelhas desempenhavam bem o teste. No entanto, ao final da semana, quando os cientistas pararam com as doses, as abelhas sofreram uma espécie de "crise de abstinência" e tiveram um desempenho ruim nos testes.

"Com a administração contínua da droga, houve um impacto no desempenho da aprendizagem das abelhas, mas quando o tratamento foi encerrado, elas apresentaram dificuldades em aprender a tarefa - assim como quando os humanos entram em abstinência", disse Baron.

Ele explica que o próximo passo da pesquisa será analisar a tolerância e sensibilidade das abelhas à cocaína.

Segundo ele, o estudo pode ainda fazer com que as abelhas "se tornem uma alternativa mais ética" aos ratos e camundongos em experimentos que envolvem o uso de drogas.