Mostrando postagens com marcador corrida. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador corrida. Mostrar todas as postagens

sábado, 28 de agosto de 2021

Mulher é aprovada na tropa de elite da Marinha dos EUA pela primeira vez

Mulher é aprovada na tropa de elite da Marinha dos EUA pela primeira vez

As provas rigorosas incluem 23 horas consecutivas de corrida e 8 quilômetros de nado em ambientes difíceis.

sábado, 21 de agosto de 2021

Homens nus e proibição de mulheres como eram as Olimpíadas na Grécia Antiga

Homens nus e proibição de mulheres como eram as Olimpíadas na Grécia Antiga

O evento homenageava o deus Zeus e era disputado a cada quatro no santuário de Olímpia.

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

CORRIDA MALUCA - Sucesso na TV nos anos 80 e 90

CORRIDA MALUCA - Sucesso na TV nos anos 80 e 90

A Corrida Maluca (Wacky Races em inglês) foi talvez um dos desenhos mais superpopulosos da época.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

'ESTE CHOCOLATE CUSTA MEIA HORA DE CAMINHADA' - Estudos sugerem mudanças em rótulos de alimentos

'ESTE CHOCOLATE CUSTA MEIA HORA DE CAMINHADA' - Estudos sugerem mudanças em rótulos de alimentos

Pesquisa mostra a quantidade de exercício para queimar alimentos

Pesquisadores defendem que saber quanto tempo seria necessário para "queimar" calorias levaria a escolhas melhores na alimentação.

quarta-feira, 20 de março de 2019

Super Mario Kart - SNES - (1992)

Super Mario Kart - SNES - (1992)


Super Mario Kart (スーパーマリオカート, Sūpā Mario Kāto?) é um jogo eletrônico de corrida com personagens da série Mario lançado em 1992 para o Super Nintendo. Foi relançado em 1996 como Player’s Choice e em 2009 para o Virtual Console do Wii. Foi o primeiro jogo de corrida da série Mario Kart, que acabou tornando-se uma das séries mais famosas da Nintendo. Neste jogo de sucesso você encontra muitas horas de diversão, com as mais atrapalhadas situações durante as corridas.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

The Wraith - A Aparição - Filme de 1986

The Wraith - A Aparição - Filme de 1986



O filme The Wraith - Aparição foi um dos filmes que marcaram a juventude dos anos 80, com alucinantes corridas de carro, belas garotas e muito rock'n´roll.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Astronautas do Mar - Tecnologia - Whitbread



Astronautas do Mar - Tecnologia - Whitbread


Dez veleiros superequipados com a melhor tecnologia do ramo aportam este mês no Brasil. São os participantes da regata Whitbread, que faz a volta ao mundo desafiando os instrumentos náuticos e a coragem dos pilotos.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Coleção Saiba Mais - A Corrida Espacial


Coleção Saiba Mais - A Corrida Espacial



O Desejo de voar sempre acompanhou o homem. Veja nesta coleção os passos que tornaram este sonho possível.


Número 1:
De Ícaro ao Espaço

Número 2:
Santos Dumont

Número 3:
O Supersônico

Número 4:
Ônibus Espacial


sexta-feira, 8 de julho de 2016

Correr pode deixar você mais inteligente


Correr pode deixar você mais inteligente


Na Antiguidade, gregos e romanos possuíam a crença de que a prática de exercícios deixaria as pessoas espertas e inteligentes.

terça-feira, 8 de março de 2016

A terrível arma alemã que poderia ter mudado o curso da história


A terrível arma alemã que poderia ter mudado o curso da história


O foguete nazista V2 não chegou a ter influência na Segunda Guerra Mundial, mas potênciascomo Rússia, França, Inglaterra e EUA fizeram o possível para se apropriar dessa tecnologia. 

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Enduro - Activision - 1983 - Atari


Enduro - Activision - 1983 - Atari


Em um dos mais famosos jogos de Atari, o jogador deve correr incessantemente em uma pista, desviando e ultrapassando os inúmeros carros em seu caminho. Para passar de nível, o jogador deve ultrapassar certa quantidade de carros antes que o dia termine, enquanto o tempo passa o jogador deve enfrentar mudanças como neblina, neve, raios do sol e o próprio anoitecer.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Atletas de Aço - Fisiologia


ATLETAS DE AÇO - Fisiologia


Todo ano acontece a Race Across America, uma das mais duras provas de ciclismo do mundo. Durante cinco dias,  equipes de corredores pedalam sem parar, revezando-se, e atravessam os Estados Unidos, da costa Oeste à ste. O esforço e o estresse do corpo são tremendos. Tecnologia, mecânica,  fisiologia,  fisioterapia e nutricionismo são cruciais para a vitória e para a segurança dos atletas - tanto quanto músculos de aço. Veja o que ciclistas brasileiros já aprenderam com a prova.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O Japão rumo ao espaço - Astronautica

O JAPÃO RUMO AO ESPAÇO - Astronautica


O bem-sucedido teste do foguete H-II marca a arrancada dos japoneses na corrida espacial. Com tecnologia feita em casa, prometem não só colocar satélites e estações espaciais em órbita, mas também ir mais longe - chegar a outros planetas

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O fórmula 1 da estrada - Automóvel


O FÓRMULA 1 DA ESTRADA - Automóvel


A McLaren traz para fora das pistas a tecnologia que lhe deu seis dos últimos dez campeonatos mundiais da categoria mais importante do automobilismo. Está nas ruas o carro de passeio mais caro do mundo. 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Mecânica de Precisão - Automobilismo


MECÂNICA DE PRECISÃO - Automobilismo



Receita de um carro imbatível: junta-se um motor potente, um chassi com ótima aerodinâmica, um combustível explosivo sob medida uma suspensão inteligente. O prato perfeito chama-se Williams.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Um Campeão de Fôlego - Fisiologia

UM CAMPEÃO DE FÔLEGO - Fisiologia


Um campeão de fôlego Pesquisadores desvendam os mistérios da fisiologia do pronghom, o antílope americano que consegue correr durante dez minutos mantendo a média horária de 65 quilômetros, alcança até 100 quilômetros por hora de velocidade máxima e está sendo considerado o atleta mais resistente entre os mamíferos terrestres.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A Vida de um Atleta Sexual - Biologia


A VIDA DE UM ATLETA SEXUAL - Biologia



Desde o instante em que nasce, o espermatozóide se prepara para a dura prova do acasalamento. Para conferir sua boa forma, os cientistas usam até computadores.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Movidos a computador - Tecnologia


MOVIDOS A COMPUTADOR - Tecnologia



A informática é hoje tão importante num carro de Fórmula 1 quanto a gasolina - sem elas, o carro não anda, ou se arrasta pela pista. Dos pneus ao santantônio, qualquer acerto mecânico ou aerodinâmico passa pela eletrônica

O carro rasga a reta a mais de 300 quilômetros por hora, levantando poeira e torcida na arquibancada. De repense, na entrada da curva, começa a perder velocidade, e vai cada vez mais lento até encostar de vez junto ao guard-rail, abrindo passagem para seus adversários. A torcida, espantada, não entende nada, pois o piloto liderava a prova desde a largada, tudo parecia perfeito. Dentro do boxe da equipe, porém, a má notícia não foi uma surpresa. Desde algumas voltas atrás, os engenheiros responsáveis pelo bom funcionamento do bólido haviam detectado um superaquecimento no motor, e sabiam que a água que deveria refrigerá-lo, vinda do radiador, estava quente demais.Essa cena é hipotética, é claro-mas foi mais ou menos o que aconteceu no boxe da McLaren, durante o Grande Prêmio de San Marino, em abril passado. Não se tratava da água, mas do óleo -e o piloto Airton Senna conseguiu chegar à vitória graças às precisas informações sobre o estado geral do carro fornecidas pelos computadores. O carro da nossa corrida imaginária, acertadinho na pista, aos olhos do público, aparecia na tela do computador como tendo sérios problemas, e tanto os engenheiros quanto o piloto estavam certos de que era quase impossível completar a prova. Esses engenheiros não são adivinhos nem têm artes com o demônio. Eles puderam denunciar o defeito do carro ao piloto, valendo-se das informações obtidas pelo sistema de telemetria e aquisição de dados. Parte do circo da Fórmula 1 desde o inicio da era dos motores turbo, em 1977, esse sistema transforma o carro em algo parecido com um paciente na UTI- entulhado de censores ligados a computadores que monitoram suas "funções vitais" e todas as outras úteis na hora de escolher a melhor regulagem."O computador mudou a Fórmula 1 para melhor", opina o jornalista italiano Franco Lini, que cobre as corridas dessa categoria desde quando ainda não estava oficializada, em 1949. "Aquilo que antes se analisava "no olho" e se ajustava manualmente é hoje feito eletronicamente, de maneira muito mais objetiva", compara. Mudar dos padrões humanos de qualidade para padrões eletrônicos significou, em uma palavra, precisão. E foi mesmo atrás dela que as equipes partiram quando os motores turbo invadiram as pistas.O motor turbo usa o gás saído do escapamento para dar pressão à mistura ar-gasolina dentro do motor, conseguindo assim mais potência. Para que funcione direito, é preciso ter um controle muito mais exato da gasolina que entra do que num motor aspirado, pois ar de mais ou de menos se traduz em perda de potência. Foi então que duas empresas, a francesa Renault e a alemã Bosch, começaram a desenvolver programas de computador para gerenciar os motores turbo, aproveitando que os equipamentos computadorizados ficavam cada vez menores. Microprocessadores pré-programados passaram então a viajar a bordo dos carros, atuando como controladores da injeção de gasolina. Como o microprocessador sabe, no meio de uma corrida, qual a quantidade de combustível que deve mandar entrar para atender às exigências do motor naquele momento?No início, a informação sobre a qualidade da mistura Ihe era fornecida por um sensor de temperatura no escapamento, que permitia distinguir misturas pobres (com muito ar) e ricas (com muita gasolina) e então fazer a correção. Esse simples sensorzinho, o Adão da eletrônica embarcada na Fórmula 1 atiçou a imaginação dos engenheiros, que vislumbraram um fabuloso futuro para seus descendentes nas pistas. "Começou-se a usar sensores de pressão no motor, depois vieram sensores na suspensão e, como isso funcionou, pensou-se em colocar atuadores para endurecer ou amolecer os amortecedores-enfim, o uso de censores cresceu como bola de neve", conta o engenheiro Octávio Guazzelli Neto, responsável por telemetria e aquisição de dados da equipe Minardi junto com o sócio Fernando Bueno de Paiva. Ajudou a esquentar essa febre uma feliz coincidência entre a necessidade de uma tecnologia e seu desenvolvimento-os carros cada vez mais leves e velozes precisavam de computadores de bordo cada vez menores e mais poderosos, e foi mesmo por essa microestrada que a informática seguiu.Dentro de um Fórmula 1 há normalmente dois computadores, um só para gerenciar o motor e o outro para receber e enviar para os boxes os dados fornecidos pelos sensores. Desenvolvido para vigiar os turbos, o computador para gerenciamento de motor continua em plena atividade nos motores aspirados hoje usados na categoria, já que os turbos foram proibidos a partir de 1989. É o computador quem decide quanto combustível vai injetar no motor para atingir a mistura ideal de ar-gasolina, como faziam os microprocessadores no início da história, só que de forma bem mais sofisticada.Em lugar da temperatura do escapamento, o computador hoje leva em conta a rotação do motor e o quanto o piloto está pisando no acelerador para controlar a abertura dos bicos injetores, recebendo informações dos sensores 100 vezes por segundo. Num banco de provas, os engenheiros já haviam estabelecido os pontos ideais de injeção-num motor que chega a 15 000 rotações por minuto há por exemplo 30 pontos, um a cada 500 giros. Durante a corrida, se o motor está num momento a 12 500 giros e o piloto pisa no acelerador com determinado ângulo, o computador junta os dados e manda os bicos injetores soltarem a quantidade de combustível exata, pelo tempo estritamente necessário (entre 0 e 5 milissegundos).Um potenciômetro colocado no cabo do acelerador informa ao computador o quanto o piloto pisou. Para medir a rotação do motor, um sensor alimentado com uma tensão elétrica é colocado lá dentro, em frente a uma peça em forma de estrela de quatro pontas, que gira junto com o motor. Cada vez que uma ponta passa pelo sensor, provoca um ruído no sinal; a quantidade de ruídos por determinado tempo resulta numa freqüência e, a partir dela, faz-se uma analogia que indica as rotações por minuto.Os outros sensores do carro funcionam pelo mesmo princípio: são alimentados com uma tensão elétrica vinda de uma bateria, modificam essa tensão conforme o objeto da medição sofre alterações e informam ao computador o quanto variou a tensão. De posse desses dados, que recebe ininterruptamente enquanto o carro roda na pista, o computador armazena-os na memória e transmite-os ao boxe, volta por volta. Isso ele faz colocando os dados numa onda de rádio, em freqüência UHF ou microondas Essa onda vai para uma antena em frente ao boxe toda vez que o carro passa por ali. Este computador não é o mesmo que gerência e vigia o funcionamento do motor. Geralmente há dois ou três em cada carro, cada um especializado em uma tarefa. Um McLaren tem vários, pois a Honda adota o método de dividir os computadores segundo sua função, cada um executando seu trabalho de forma mais especifica sob o comando de um computador central.A onda de rádio, no boxe, é transformada novamente em sinal elétrico e entra nos computadores lá instalados. É nesses aparelhos que os engenheiros analisam as informações providas pelos sensores, utilizando programas desenvolvidos especifica mente para isso. Cada equipe tem seu próprio programa, mantido longe da curiosidade dos concorrentes. "Para entendermos volts e ampères em medida de gente, fazemos uma calibração, a equivalência de medidas elétricas em quilos, milímetros, velocidade", explica Guazzelli Neto. No boxe da McLaren, os computadores têm na tela o desenho do circuito em que está acontecendo a corrida. "Colocando o cursor sobre um ponto qualquer e selecionando-o, tem-se um check-up imediato do comportamento do carro e do motor", conta o inglês Eric Silberman, relações públicas da Honda.Os sensores captam tudo o que acontece no carro em movimento: regime de motor, posição do volante, velocidade, temperatura e pressão do óleo e do combustível, temperatura e pressão ambiente, velocidade do ar, posição e carga nos amortecedores, carga na barra de suspensão (push-rod) e no próprio chassi, aceleração, temperatura da água do radiador e por aí afora. Um dos parâmetros básicos necessários para o estudo do comportamento do carro é a velocidade. Empregam-se para medi-la os chamados discos fônicos, sensores que dão picos de voltagem quando algo passa na frente deles. Um deles, fixado na roda com uma rodinha dentada que gira junto com ela, capta a passagem de cada dentinho, criando uma freqüência calibrada para um equivalente em quilômetros por hora. Saber a velocidade exata em cada ponto do circuito é fundamental-como a trajetória cumprida pelo piloto é quase sempre a mesma saber se houve perda de velocidade em curvas ou retas pode explicar voltas ruins. Outro sensor importante é o potenciômetro, usado no cabo do acelerador e nos amortecedores.Os potenciômetros parecem resistências de chuveiro em miniatura. Têm uma bobina com várias espiras, por onde passa corrente elétrica, e uma cabeça de leitura que caminha em contato com as espiras. Quando é colocada dentro do conjunto mola-amortecedor do carro, a cabeça de leitura vai se mover pelas espiras conforme o amortecedor se movimentar, absorvendo os solavancos que o carro sofre. A variação de voltagem provocada pelo andar da cabeça de leitura é calibrada para apresentar a equivalência em milímetros, e assim tem-se o comportamento do carro ao longo do circuito-e, importante, vê-se como funciona de verdade, um carro que era maravilhoso quando ainda não havia saído do projeto.Por um princípio semelhante ao potenciômetro funcionam os strain gages, microrresistências que são coladas em algumas peças para medir seu deslocamento quando submetidas a esforço. São muito usados nos push-rods, as barras que ligam as rodas aos amortecedores. Quando as barras sofrem tração, deformam-se em escalas invisíveis, mas os pequenos strain gages deformam junto. Essa deformação muda sua resistência, dá diferença de saída no sinal elétrico e tem-se ao fim a carga em quilos que cada barra está sofrendo. Por meio de uma série de cálculos, os engenheiros chegam à carga aerodinâmica ou a pressão que o ar está exercendo no carro em função de sua aerodinâmica. Isso permite saber se os testes em túnel de vento correspondem à realidade, ou seja, se o ar está empurrando aquele carro para baixo tanto quanto foi previsto. Esse número é que vai dizer também se as mudanças nos spoilers, para conseguir mais ou menos asa (maior ou menor pressão), surtem efeito no carro em movimento.Tantos dados e números servem não apenas para acertar o carro para a corrida do próximo domingo, mas criam um banco de informações que realimentam o próprio projeto inicial. Já é possível prever, em linhas gerais, como um carro vai se comportar em determinado circuito, quando os computadores são alimentados com as informações sobre os acertos executados nele Sonha-se, porém, com um programa sofisticado a tal ponto que o computador não só simularia como o carro andaria na pista, mas poderia calcular quais os acertos ideais-quantas libras nas molas da suspensão, quantos graus de inclinação nos spoilers...Nem por isso o carro andaria tão bem com um piloto ou com um barbeiro qualquer ao volante. "Com telemetria e aquisição de dados tenta-se regular o carro do melhor jeito possível para o piloto", diz Octávio Guazzelli Neto. Assim, sem se preocupar em transmitir informações a respeito do carro, ele fica liberado para fazer o que mais sabe -guiar no limite. 


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Das pistas para as estradas - Automobilismo


DAS PISTAS PARA AS ESTRADAS - Automobilismo



Em 41 anos de correria pelas pistas, a Fórmula 1 procurou e encontrou várias soluções na busca dos melhores tempos. Muitos desses resultados viajam hoje a bordo dos carros de rua

Um torcedor de Fórmula 1 que vive num país desenvolvido e costuma dirigir por ruas e estradas depara freqüentemente com alguns nomes conhecidos: Ferrari, Honda, Renault, Ford, Lotus.  Envolvidas na competição, seja com equipes inteiras ou apenas fornecendo motores, essas fábricas de automóveis são a parte mais visível de uma integração entre carros de pista e de rua que vem desde 1950, quando a Fórmula 1 ensaiou suas primeiras aceleradas. Ao longo desses anos, a busca pela maior velocidade desencadeou uma corrida tecnológica atrás de melhores motores pneus, design, suspensão - tudo o que se traduza em segundos a menos a cada volta.É o tipo de corrida que não acaba com uma bandeira quadriculada, tampouco seu fim é na pista. Mesmo que o fã de automobilismo não more na Europa e sim no Brasil, e por isso não veja Hondas e Ferraris cruzarem seu caminho, ele também está em contato com a tecnologia aprendida ao longo de 41 anos. Qualquer Fiat Uno Mille, o mais barato carro nacional, incorpora elementos experimentados primeiro no corre-corre dos circuitos. "A Fórmula 1 é o laboratório de vanguarda da indústria automobilística", disse a nós o projetista Gordon Murray, um sulafricano naturalizado inglês que passou vinte dos seus 44 anos nas pistas, viu seus carros vencerem quatro campeonatos e hoje desenvolve o supersecreto projeto do carro de rua da McLaren. "O aprimoramento dos freios, aerodinâmica. suspensão e novos materiais empregados são conseqüência do trabalho desenvolvido na Fómmula 1" exemplifica Murray.A velocidade da categoria extrapola as pistas e se reflete na corrida tecnológica entre as equipes. Pelos cálculos do projetista inglês, a aplicação de um novo material na indústria automobilistica ou aeronáutica pode levar anos, enquanto na Fórmula 1 acontece em apenas um mês. A mesma fábrica que fornece freios para a McLaren o faz também para a Mercedes-Benz e a Porsche. Se para aplicar novos produtos em carros comuns ela gasta anos em pesquisa, para desenvolver novos freios mais seguros, leves e rígidos para competição dispõe de meses.A mais evidente contribuição da Fórmula 1 aos carros de quem não é piloto está na cara. Por mais diferentes que sejam em aparência, foram o desenho e a aerodinâmica estudados na pista que inspiraram a tendência às formas arredondadas dos veículos de passeio que saem hoje das fábricas. Nos primeiros anos de campeonato, as "baratinhas" tinham motor dianteiro e uma frente enorme, quase uma parede de resistência ao ar. Ainda na década de 50 a frente foi ficando achatada até que, em 1958, o motor foi parar atrás do piloto. Pelo formato. esses carros receberam o apelido de "charutinho", e começaram a adquirir o jeitão dos atuais: baixos e de pneus largos, mas ainda com o bico reto, vertical em relação ao chão.Mais de uma década depois, em 1970, o gênio Colin Chanman projetou o Lotus 72, o primeiro carro em forma de cunha, com o bico afilado e traseira larga, por onde passou a entrar o ar de refrigeração do motor. Estava estabelecida a configuração dos modernos Fórmula 1. A partir de então, todos os projetos foram variações sobre o mesmo desenho, sempre em busca da melhor aerodinâmica. Esse conceito foi plenamente adotado pela indústria automobilistica. "Hoje, qualquer carro é em forma de cunha, sem cantos ´vivos´ que causem maior arrasto aerodinâmico", constata o engenheiro Hélio Perini, especialista em competições da Autolatina. "Até os espelhos retrovisores são arredondados". Um carro em forma de cunha nasceu para voar, pois seu perfil é idêntico ao de uma asa de avião. Como a superfície é arredondada e o fundo chato, o ar passa mais depressa em cima, criando uma baixa pressão que tira o carro do chão.Colin Chapman resolveu esse problema na Fómmula 1 concebendo, em meados da década de 70, um carro com o efeito-solo: com o fundo também curvo, o ar não passava tão rápido por baixo desse carro como nos outros, diminuindo a diferença de pressão e fazendo o bólido grudar na pista. Mas bastava um salto sobre alguma saliência do piso para o efeito ser anulado e o carro decolar, como aconteceu com o canadense Gilles Villeneuve no acidente fatal da Bélgica, em 1982, quando sua Ferrari passou por cima do pneu do carro à frente e saiu voando.No ano seguinte, o efeito-solo foi proibido, e os carros agora dependem dos aerofólios (ou spoilers), as abas dianteiras e traseiras que dão resultado contrário ao de uma asa, para ficar presos ao chão. Como os aerofólios só começam a fazer efeito em altas velocidades, o uso desta técnica nos carros de rua só faz sentido nos esportivos, feitos para andar a mais de 200 quilômetros por hora. É o caso do Mercedes-Benz 190 E 2.5-16 Evolution II, uma potência que chega a 250 quilômetros por hora. Ele foi projetado com spoilers dianteiro e traseiro de tal forma que, em velocidade, exercem uma pressão pouco maior que seu próprio peso nas partes dos pneus que tocam o solo. Quando corre, portanto, o Evolution II ganha aderência e, conseqüentemente, segurança.Não é à toa que os pára-choques dos carros novos, mesmo dos simples nacionais, deixaram de ser uma mera lâmina de aço para virar estruturas envolventes de plástico resistente. Eles não só oferecem menos resistência ao ar do que o pára-choque antigo, como, por estarem próximos ao chão, impedem que muito fluxo de ar passe por baixo do carro, criando assim uma sombra de efeito-solo. O material de que são feitos - plástico -também não está ali por acaso. Faz parte da busca pela leveza, uma idéia que ganhou corpo nos últimos vinte anos na Fórmula 1.O que leva um carro ao bom desempenho é a relação peso/potência. Quanto mais leve for, mais velocidade terá com a mesma força de motor. Desde a época do argentino Juan Manuel Fangio cinco vezes campeão mundial na década de 50, até o início dos anos 70, os carros eram construídos em alumínio, fibra de vidro e aço - eram de lata, como se costuma dizer. Os carros de Fangio e seus concorrentes tinham o triplo do peso e andavam a velocidade média três vezes menor que os atuais. A partir de 1973 entrou na pista o Kevlar, uma fibra de plástico polimerizado (com cadeias de moléculas longas e ordenadas) vinda da indústria aeronáutica. Trançado em tecido e colado com resinas especiais, o Kevlar forma uma placa muito mais leve e mais resistente do que o aço. Além dele, vários outros plásticos e ligas especiais de alumínio? também tão leves quanto fortes, foram incorporados à Fórmula 1.O pole position desses materiais, no entanto, é a fibra de carbono, levada às pistas pelas mãos de Gordon Murray e do "mago" da década, o projetista inglês John Barnard. Quando ainda estava na Brabham. no fim dos anos 70. Murray emprestou a idéia da indústria aeronáutica para começar a utilizar nos chassis essa fibra, extremamente leve e cinco vezes mais forte do que o aço. obtida pela polimerização e ordenação de moléculas de carbono. "Estudei o material e senti que poderia funcionar na Fórmula 1, como de fato tem funcionado", lembra Murray. Dois anos depois dele, em 1981, John Barnard esculpiu o chassi de uma McLaren totalmente em fibra de carbono.Esculpir o chassi não é figura de linguagem. Se no tempo da lata as placas de alumínio eram tinidas com rebites, na era do carbono as mantas de fibras trançadas são colocadas sobre um molde e coladas com resinas especiais a alta temperatura. O resultado dessa química é um ovo de Colombo: uma estrutura monobloco ao mesmo tempo muito mais leve e mais resistente a impactos do que qualquer outra que a Fórmula 1 já viu. Além de contar pontos no quesito leveza, o chassi em fibra de carbono envolve o corpo do piloto numa espécie de caixa de segurança, protegendo-o nas batidas violentas.Ainda muito cara para ser usada em larga escala, a fibra de carbono só existe nas ruas em carros ultra-sofisticados, como a Ferrari F 40. Nela, uma estrutura triangular moldada em fibra envolve o cockpit, imitando o conceito usado na Fórmula 1: em caso de acidente, evita-se que o lugar onde sentam piloto e passageiro seja muito danificado (piloto mesmo e não motorista, pois é preciso braço para guiar um invocadíssimo carro esporte que ultrapassa os 300 quilômetros por hora). Como na história da fibra de carbono, a tecnologia de ponta é aplicada com um olho no desempenho e outro na segurança. "Quando os carros eram de alumínio e com motor na frente, o piloto saia voando numa batida", conta Wilson Fittipaldi Jr., ex-piloto e construtor de carros de Fórmula 1 na década de 70, com a equipe Copersucar. Não era raro o piloto morrer por sofrer o impacto do choque em seu corpo, enquanto o carro continuava inteiro. Mesmo depois que se passou o motor para a traseira, era comum o carro partir-se ao meio, na altura do painel, dependendo da violência e do ângulo da batida. Somente depois do chassi em fibra de carbono configurou-se o carro deformável, com um cockpit super-resistente e o resto feito para quebrar, conceito que hoje move os projetistas tanto de competição como de rua.Essa forma de construção salvou a vida de pelo menos dois pilotos em dois violentos acidentes: o de Gerhard Berger em Ímola e o de Maurício Gugelmin em Paul Ricard, na temporada de 89. Em ambos, as carrocerias rias se espatifaram, voaram pneus e spoilers, mas os pilotos sobreviveram dentro dos cockpits. Nenhuma nostalgia, portanto, é mais equivocada do que sonhar com os bons tempos dos carros que não amassavam nas batidas. Eles derrubavam um poste e continuavam quase inteiros, mas os passageiros se arrebentavam porque a inércia jogava seus corpos contra a parte interna do veículo."O conceito de deformável é ter a maior dissipação de energia no impacto - faz-se a célula que protege os passageiros resistir, o resto é uma sanfona para absorver o choque", explica o engenheiro Hélio Perini. Toda essa engenharia, no entanto, pouco adianta se os ocupantes de um carro não usarem um grande achado do automobilismo incorporado às ruas: o cinto de segurança. Enquanto ficaram mais seguros ao correr, os carros tornaram-se também mais seguros ao parar. 

Novamente inspirada na indústria aeronáutica, a Fórmula 1 trouxe para os veículos na década de 60 o freio a disco, uma invenção testada e aprovada primeiro nos aviões. Mais eficiente do que o antigo freio a tambor, o freio a disco tem evoluído nos materiais de que é feito: de ferro no princípio, depois de metal, hoje nas pistas o disco é de fibra de carbono, que suporta muito melhor o atrito e a alta temperatura. Wilson Fittipaldi Jr. conta que já se testa, na Fórmula 1, o disco de berílio, material resistente a temperaturas muito elevadas, permitindo uma freagem mais perfeita e equilibrada. "Em discos de metal, depois de alguns metros de freada, a alta temperatura provocada pelo atrito atinge o material e sente-se no pedal a vibração", compara Fittipaldi.Como a briga do freio é contra a alta temperatura, os engenheiros ligados à Fórmula 1 inventaram um sistema de refrigeração que já se encontra nos carros de rua mais sofisticados da Europa e do Japão. É o chamado freio a disco ventilado, em que no lugar de apenas um disco existem dois, fazendo um sanduíche de vento que permite melhor dissipação do calor. É certo que bons freios seguram um carro, mas se os pneus não tiverem a mesma qualidade é derrapagem na certa. Desde que existem automóveis, os pneus eram convencionais ou diagonais, assim chamados porque tinham carcaça (a estrutura interna) construída com tecidos de poliéster ou náilon trançados diagonalmente. Com a Fórmula 1, na década de 50, começaram a nascer os pneus radiais, que efetivamente ganharam as ruas vinte anos depois.Nos pneus radiais, a carcaça é montada a partir de malhas de aço todas no mesmo sentido, paralelas ao eixo. Um diagonal, quando faz curvas, dobra-se inteiro para o lado, as bordas perdem contato com o chão e a banda de rodagem fica ovalada. Na mesma situação, o radial, por causa do desenho e da maleabilidade das malhas de aço, dobra somente o costado (a lateral do pneu), deixando a banda de rodagem toda em contato com o chão? como se o pneu estivesse parado. Assim, não se perde performance nem segurança.Tal qual os freios, os pneus também perdem desempenho em temperatura excessiva. "Por isso a Fórmula 1 é o laboratório da Goodyear, pois é o limite de temperatura e abrasão dos pneus", diz José Di Grassi Sobrinho. gerente de produto da Goodyear. O recém lançado modelo Eagle GT+ 4, para carros de rua, é conseqüência direta do aprendizado nas pistas. Propagandeado pela fábrica como o Fórmula 1 das ruas, ele tem a construção, desenho da banda e composto da borracha - este um segredo trancado a sete chaves - muito parecidos com um pneu de chuva das pistas.A performance de um carro, seja em competição ou a passeio, é tanto melhor quanto mais o carro fica estável, grudado no chão. Pneus aderentes são um bom caminho, mas o trabalho maior é da suspensão. No início da Fórmula 1, um dos principais componentes era o feixe de molas, seis ou sete laminas de ferro sobrepostas, para absorver choques. "Mas o movimento delas , era muito inconstante e áspero, o que só melhorou com a adoção das molas helicoidais, em meados dos anos 50". diz Wilson Fittipaldi. Bem mais leves e proporcionando maior estabilidade, as molas helicoidais chegaram aos carros de rua alguns anos mais tarde.A maior atração do circo da Fórmula 1, porém, está hoje nos amortecedores reguláveis e na chamada suspensão ativa. Entra-se aqui num terreno que mistura mecânica com eletrônica e informática, evolui tão rápido quanto anda uma McLaren e pode com a mesma velocidade chegar às ruas. Amortecedores reguláveis existem desde os anos 70, e já equipam até carros brasileiros, como alguns Kadett, da General Motors. Só que a graça é fazer isso de dentro do carro, acionando botões. Se o carro está carregado ou o motorista pretende dirigir esportivamente, aperta um comando e endurece o amortecedor - uma eletroválvula injeta mais pressão no gás ou no óleo dentro dele. Em alguns carros de linha europeus, isso já é realidade.Mais graça ainda tem a suspensão ativa, controlada por um computador de bordo, que toma sozinho a decisão de endurecer ou amolecer um amortecedor. Lançada pela Williams na temporada de 1987, a suspensão funcionava por uma série de censores instalados no carro, que captavam dados como aceleração lateral, saliências da pista e o próprio peso do carro. Um computador calculava então como os amortecedores deveriam reagir, só que, durante os milésimos de segundo que levava para fazer isso, o velocíssimo carro já estava em outra situação, e por causa disso o sistema nunca funcionou direito. A saída para esse problema vai na direção do mapeamento meticuloso das pistas, para se saber, com antecedência, as dificuldades que o carro enfrentará e programar sua suspensão para deixá-lo o mais estável possível. 

Num carro de rua, muito menos sofisticado que os de pista e do qual não se exige desempenho tão perfeito, a adaptação dessa tecnologia foi bem mais simples. O francês Renault 25 sai da fábrica desde 1990 com um opcional de suspensão ativa, dotado de três censores de aceleração (vertical, longitudinal e transversal) e outros dois que captam velocidade e ação sobre o pedal do freio, todos ligados a um computador central. Dependendo das irregularidades do caminho, da velocidade e do modo de dirigir do motorista, o computador sabe a cada instante se deve acionar a eletroválvula e colocar maior ou menor pressão no gás do amortecedor.A eletrônica embarcada, ou o uso da informática a bordo dos carros, promete ser o grande campo de desenvolvimento tecnológico da Fórmula 1. Já não se pensa em motores sem controle eletrônico de injeção e ignição, um sistema que elimina o carburador como lugar da mistura ar/combustível para fazê-la diretamente dentro dos cilindros do motor. A injeção direta já existia há algum tempo, mas somente no começo da década de 80 a informática entrou na jogada. Hoje, um motor que se preze não vai para a pista sem ter passado por um banco de testes, onde os engenheiros estudam quais os momentos precisos da injeção de ar/gasolina e da ignição de velas, para fazer a combustão da mistura. "Daí tira-se um mapa básico de carburação", explica o engenheiro de produção Octávio Guazzelli Neto que, junto com o sócio Fernando Bueno de Paira, desenvolve há quatro anos programas de computador para a equipe Minardi..Alimentado com esse programa básico, o computador central para gerenciamento de motor é informado durante a corrida sobre aceleração e giros do motor, escolhendo então o melhor momento de injetar combustível e soltar faísca nas velas. Nesta temporada, a sofisticação chegou ao ponto de permitir ao piloto mudar a programação da carburação de dentro do cockpit. Isso é possível porque o computador central está ligado a três ou quatro EPRONS, chips programáveis que carregam o mesmo programa do principal, caso este entre em pane. "Mas como o computador nunca pifa, colocamos nos EPRONS programas diferentes, com alterações sutis de controle do motor, que podem ser acionadas pelo piloto de acordo com a fase da corrida", diz Guazzelli.Não demorou para o controle eletrônico de injeção e ignição chegar às ruas. No Brasil, o Gol GTi e o Santana Executivo, da Volkswagen, e o Monza EF 500, da General Motors, são os únicos modelos que dispõem desse sistema. Ao lançar o esportivo CRX, a Honda japonesa tratou de anunciar que seu programa de injeção de combustível. controlado por computador, é filho direto do que foi desenvolvido para os motores campeões da Fórmula 1. No final do próximo ano, deverá sair de uma fábrica no subúrbio londrino de Woking, Inglaterra, o exemplo mais acabado do que a Fórmula 1 pode levar às ruas: o carro esporte da McLaren, uma equipe que viveu todos os seus 28 anos exclusivamente nas pistas. Gordon Murray, o projetista do carro, muda de assunto quando se fala dele, e não revela nenhum detalhe. Pelo preço estimado, porém, deduz-se que incorporará muito dos monopostos cinco vezes campeões nas últimas dez temporadas - mais de 800 000 dólares, o mesmo de uma McLaren guiada por Ayrton Senna. 

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Como saber as quantas andamos

COMO SABER A QUANTAS ANDAMOS



O albatroz mergulha à velocidade que mais lhe convém para apanhar um peixe. O morcego dá guinchos ultra - sônicos para descobrir se está perto ou longe de um obstáculo. Mas o homem, cujo organismo não tem nenhum velocímetro embutido, depende praticamente só dos olhos para calcular se corre perigo quando dirige seu automóvel.

Ter carteira de habilitação não significa ser bom motorista. Por mais que se tenha esforçado nas aulas da auto-escola, ao enfrentar o complicado transito da cidade ou mesmo uma estrada movimentada, o dono de uma licença novinha em folha perceberá que ainda tem muito a aprender. Só o tempo e a experiência ensinam a dirigir bem, ou seja, a prestar atenção também no que se passa atrás e ao lado do veículo.
Isso porque o ser humano não foi feito para andar mais depressa do que as pernas são capazes. O máximo que consegue, e por poucos instantes, é deslocar-se a 30 quilômetros por hora, como acontece com os atletas que fazem os 100 metros rasos em pouco mais de dez segundos. Não tendo sido feitos para correr; os humanos não possuem nenhum sentido que informe sobre a velocidade, o grau de aceleração e o momento de frear, ao contrário de outros seres.
O albatroz, por exemplo, desenvolveu ao longo de sua evolução a capacidade de mergulhar à velocidade que mais lhe convém para apanhar um peixe. Já com seus guinchos ultra - sônicos,, de freqüência e amplitude constantes, os morcegos ficam sabendo se estão perto ou longe de um obstáculo, como se estivessem voando por instrumentos.
Mas onde está o velocímetro dos seres humanos? Para saber a quantas anda, o homem conta praticamente só com as relativamente escassas informações que os olhos fornecem. Estudos realizados na França concluíram que 90 por cento das informações que chegam ao cérebro do motorista são de origem visual. Além disso, ao aumentar a velocidade o motorista pode experimentar também uma vaga sensação de frio no estômago. Por fim, os ruidos do ar - como o vento por exemplo - fornecem dados adicionais sobre a velocidade desenvolvida. A percepção se aguça quando se viaja por estradas amplas, com mais de duas pistas, onde é permitido correr até a 100 quilômetros por hora.
Já que a principal fonte de informação sobre velocidade é a vista, especialistas em transito vêm estudando o comportamento do nosso equipamento óptico. O que realmente vemos e registramos? Quando uma pessoa fixa o olhar em um objeto - o rosto de um interlocutor, por exemplo - a pupila enfoca esse ponto, sem no entanto, ignorar imagens que estão fora desse estreito foco de atenção. Essa maneira de perceber os estímulos vindos da periferia do campo visual é conhecida pelos psicólogos como "percepção visual semiconsciente". Ela se torna consciente ao se transformar, por qualquer motivo, no principal foco de atenção. O ser humano tende a transportar para a chamada "visão macular", isto é, para o foco, todos os objetos que entram no campo visual. Essa tendência involuntária é o "reflexo de fixação".

Um bom exemplo é o do condutor experiente na pista da esquerda de uma estrada, com a atenção voltada para o caminhão que trafega pela direita que ele está alcançando. Se de repente o caminhão der um sinal com o pisca-pisca, o motorista do carro perceberá a novidade de forma semiconsciente; mesmo assim, agirá imediatamente em função dela.
Os pesquisadores divergem quanto à amplitude da visão semiconsciente: uns dizem que ela é de um grau e meio; outros calculam que alcance quatro graus. Para o professor de Anatomia, Ricardo Smith, da Escola Paulista de Medicina, a amplitude do campo visual de uma pessoa é de aproximadamente 170 graus.
Mas a "visão macular" - a que enfoca os objetos que despertam a atenção - tem uma amplitude muito menor - cerca de quatro graus. E quanto mais periférico o campo visual, mais indefinida a imagem do objeto percebido.
Como sempre, existem diferenças individuais e estas podem ser demonstradas mediante um teste: coloca-se no motorista um par de óculos especiais que acompanha os movimentos dos olhos, registrados em filme; nele aparecem bem determinados os pontos nos quais a pupila se fixa. A partir dai, é possível saber com exatidão para onde a pessoa olha. Normalmente, ocorrem de quatro a seis movimentos oculares por segundo. Esses movimentos, chamados sacádicos, são responsáveis pela busca de informações ou indícios que mereçam atenção. Nessa procura constante, os olhos são capazes de chegar à amplitude de 700 graus por segundo. Se eles se fixarem em alguma coisa, por reflexo começa um movimento denominado perseguição lenta, que pode alcançar 40 graus por segundo, para tentar definir o objeto.

Tais movimentos independem da velocidade do veículo. Mas está comprovado que, em baixas velocidades, a visão é mais ampla. Testes efetuados em pilotos de ralys revelaram que, a 200 quilômetros por hora, eles se fixavam em quatro pontos, distantes apenas 50 metros do veículo. Ao diminuir a velocidade para 120 quilômetros, a distância dos pontos aumentava para 100 metros. Concluiu-se então que, em altas velocidades, a visão se reduz, enquanto em velocidades menores as laterais entram no campo de visão. No caso desses pilotos, o olho tem de abarcar um campo muito amplo em torno dos pontos fixos para conseguir uma percepção maior. A diferença entre eles e os motoristas recém-saídos da auto-escola é que, além de verem mais e meIhor, os profissionais selecionam as coisas em que devem prestar atenção. Os principiantes, ao contrário, olham indistintamente para todos os lados, pois seu cérebro ainda não estabeleceu uma ordem de prioridades.

Em qualquer dos casos, porém, é impossível assimilar a infinidade de informações que passam voando à frente ao longo do percurso. Pois o cérebro bloqueia dados em excesso, limitando-se a processar as informações principais. Um fenômeno causado pelas altas velocidades é o chamado efeito túnel. Além de 160 ou 170 quilômetros por hora e conforme as características da estrada, forma-se diante dos olhos do condutor uma espécie de túnel, onde só é possível enfocar o fundo da imagem e as laterais são percebidas como borrões. A descoberta desse efeito foi importante para a definição dos limites à velocidade nas estradas na maioria dos países. No Brasil, por exemplo, o máximo permitido é de 100 quilômetros por hora - e só nas poucas rodovias que oferecem maior segurança. No entanto, pesquisas recentes demonstraram que aqueles borrões até servem de orientação ao motorista, ajudando-o a manter o veículo na direção desejada.

Dois exemplos apóiam essa teoria: 1) nas estradas sem sinalização lateral, o motorista se sente inseguro e reduz automaticamente a velocidade, especialmente à noite; 2) as janelas laterais do carro vedadas de propósito, de modo que motorista só veja o exterior por uma pequena abertura no pára-brisa, deixam o condutor inseguro e confuso. Portanto, enxergar as laterais, mesmo borradas, é de grande valia quando se viaja com o acelerador calcado.

Mas há outra forma de visão borrada - e esta tem relação com a freqüência de oscilação das imagens. Nesse caso, aproveita-se a inércia do olho para movimentar uma imagem com determinada freqüência. Quanto maior a velocidade, mais uma sucessão de imagens isoladas produzirá a sensação de se estar vendo uma seqüência continua. Se a freqüência for mais lenta, pode-se notar detalhes, embora trêmulos. Percebe-se a tremulação quando se dirige por uma estrada ladeada de árvores ou mesmo de canteiros de obras. Essa paisagem em que se alternam árvores, casas, campos etc. é percebida de forma oscilante. Quanto mais próximos os objetos estiverem da beira da estrada, mais depressa começa a oscilação. E por isso que, numa rua estreita, o motorista tende a avaliar a velocidade desenvolvida como alta, enquanto em estradas amplas a tendência é calculá - la por baixo.

Identificar as sensações que a velocidade proporciona, para não subestimá-la, e avaliar corretamente as distâncias são requisitos essenciais de um bom condutor. Os engavetamentos, muito comuns sob neblina, mostram que os motoristas não percebem como deveriam agir em determinadas situações e acabam confiando apenas nos freios. Os principiantes, sobretudo, ainda não desenvolveram o hábito da desaceleracão. Se o veículo que está à frente acender as luzes do freio, isso não quer dizer necessariamente que o de trás deva frear. O simples ato de tirar o pé do acelerador reduz consideravelmente a velocidade. Afinal, frear bruscamente é diferente de frear bem.

Como funciona o cérebro nesse caso? Quando o motorista percebe um obstáculo, a informação entre distancia e velocidade é dada a partir dos movimentos dos objetos ao redor e da visão periférica. O cérebro então analisa a cada momento e no tempo certo a nova situação, reagindo diante dela. Esse comportamento é aprendido. Alguns animais e insetos também agem assim, mas neles o comportamento é inato. Biólogos descobriram que algumas aves aquáticas utilizam o mesmo sistema: guiam seu vôo até o momento de submergir na superfície da água. As moscas coordenam seus pousos, calculando o momento exato do contato. Nos dois casos, o sensor é o olho.

A diferença entre os animais e os seres humanos é que os primeiros já nascem sabendo calcular as distancias e determinar sua velocidade relativa; os homens, ao contrário, necessitam de longo periodo de treinamento antes de dominar suas novas aptidões. Como raramente isso é fornecido pelas auto - escolas convencionais, cursos destinados a treinar motoristas. novatos ou não, para reagir diante de perigos inesperados, começam a ser organizados em alguns países da Europa por empresas e clubes automobilísticos. No Brasil, tais cursos ainda são raros e é possível que isso se explique pela limitação de velocidade na grande maioria das estradas a 80 quilômetros por hora. Como se sabe, isso não foi suficiente para livrar o pais da condição de campeão de desastres em estradas. Calcula - se que em 1986, por exemplo, houve nada menos que 56 mil acidentes - e isso apenas nas rodovias federais. Ao todo, 25 mil pessoas devem ter morrido por desastres. Por isso, o Conselho Nacional de Transito propôs, recentemente, a inclusão de noções de transito nos currículos escolares, desde o curso primário.