quinta-feira, 4 de agosto de 2016

5 mitos sobre os Jogos Olímpicos da Antiguidade


5 mitos sobre os Jogos Olímpicos da Antiguidade


Mitologia grega: Jogos Olímpicos originais (776 a.C a 393 d.C) ocorriam puramente pela paz e pelo esporte.


Os críticos que condenam os Jogos Olímpicos de hoje como muito comerciais, corruptos e dominados por atletas profissionais costumam dizer que os jogos modernos mancham os ideais dos gregos antigos, que competiram nas Olimpíadas originais, entre 776 a.C. e 393 d.C. 

Contudo, a noção de que os Jogos Olímpicos antigos eram um encontro de atletas amadores competindo somente em nome da paz e do espírito esportivo é mais um fruto da mitologia grega. Conheça cinco ideias erradas sobre os Jogos Olímpicos ancestrais e descubra algumas semelhanças surpreendentes com o nosso evento esportivo moderno.


1. Somente atletas amadores competiam nos Jogos Olímpicos da Antiguidade
A ideia de que apenas amadores devem participar dos Jogos Olímpicos é um conceito totalmente moderno criado quando a competição foi ressuscitada em 1896. Na antiguidade, os atletas recebiam um tipo de salário do Estado ou de famílias para treinar em tempo integral. Quando voltavam com a vitória, eram recebidos como heróis e ganhavam enormes somas de dinheiro, isenções fiscais, refeições gratuitas pelo resto da vida e primeira fila garantida nos teatros.


2. Nos Jogos Olímpicos da Antiguidade não havia fraudes nem corrupções
Parece que esses males transcendem os milênios. Embora os atletas jurassem jogar limpo aos pés da estátua de Zeus e fossem desclassificados ou mesmo chicoteados por quebrarem as regras, ainda assim, havia fraude. Os juízes que aceitassem suborno teriam de pagar multas pesadas para financiar estátuas de bronze de Zeus em Olympia. 

"A vitória deve ser alcançada pela velocidade dos pés e a força do corpo, não com dinheiro", advertia as inscrições no estádio. Ao longo dos anos, foram registradas, ao menos, 16 estátuas construídas com as multas. 

O primeiro escândalo do qual se tem registro é de 388 a.C, quando o lutador Eupolus, da Tessália, subornou seus adversários. Depois, quando o imperador Nero decidiu participar dos Jogos, a coisa degringolou. A nossa “Operação Lava Jato” pode ser considerada brincadeira perto do que Nero fez. 

O imperador ofereceu subornos astronômicos aos juízes para que adicionassem às Olimpíadas eventos musicais e de poesia, atividades que Nero considerava seu ponto forte. O imperador romano participou, ainda, da corrida de carros de cavalos. Apesar de cair para fora do carro e não terminar a competição, os juízes lhe concederam o primeiro lugar. Nero finalizou os jogos com incríveis 1.808 prêmios de primeiro lugar. 




3. Política e guerra estavam fora dos Jogos Olímpicos da Antiguidade
Com competidores advindos de centenas de estados independentes, e alguns deles rivais nos campos de batalha e esportivos, a política inevitavelmente acabava invadindo o evento. Durante a Guerra do Peloponeso, em 424 a.C., espartanos foram proibidos de competir e assistir aos jogos. Embora uma trégua suspendesse tradicionalmente todas as hostilidades nos Jogos Olímpicos da antiguidade, a guerra invadiu Olímpia nos jogos de 364 a.C. Enquanto a partida decisiva de luta livre ocorria no evento final do pentatlo, invasores da vizinha Élida atacaram a cidade.

Arqueiros, que defendiam Olímpia, dispararam dos telhados dos templos. (Medidas de segurança para os Jogos de Londres, em 2012, que incluíam soldados nos telhados e mísseis voltados para o céu, refletiram esses eventos de muito tempo atrás). Enquanto 5 mil soldados participaram de um combate mano a mano, espectadores acostumados a aplaudir atletas ensanguentados em modalidades como o boxe e a luta livre ficaram no local e voltaram seus aplausos aos exércitos em guerra.




4. Os Jogos Olímpicos da antiguidade eram desprovidos de mercantilismo
Hoje, o Comitê Olímpico Internacional gerencia bilhões de dólares de patrocinadores e de emissoras de televisão. A prática começou lá na antiguidade quando somente comerciantes licenciados podiam vender comida, bebida e souvenires durante os jogos. Artistas, escultores e poetas também estavam sujeitos às regras comerciais das Olímpiadas e o uso da imagem dos campeões eram fortemente regulado pelo Estado.


5. Os atletas olímpicos da antiguidade treinavam por conta própria
Os competidores contavam com uma ampla rede de apoio para os treinos. As cidades gregas investiam em instalações esportivas, contratavam treinadores e o equivalente a médicos, nutricionistas e fisioterapeutas.





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