quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Rússia protagoniza um dos maiores escândalos de doping na história Olímpica


Rússia protagoniza um dos maiores escândalos de doping na história Olímpica


Doping envolvendo atletas, treinadores, médicos e políticos foi denunciado meses antes do Rio 2016. Mas, infelizmente, a trapaça não é só russa.


A poucos dias do início dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a participação russa ainda é questionada. Toda a equipe de atletismo foi banida dos jogos por doping, mas há outros 387 atletas russos no Rio que esperam a liberação do Comitê Olímpico Internacional (COI). Na terça-feira, dia 2 de agosto, o presidente do COI, Thomas Bach, se declarou contra o banimento coletivo e defendeu a liberação de 250 dos 387 atletas. 

O COI optou por não impedir todos os atletas russos de participarem dos Jogos. A entidade preferiu estabelecer critérios como a inexistência de casos de doping no passado do jogador e exames de drogas suficientes em eventos internacionais. Até esta terça, 250 atletas conseguiram provar que se enquadram nos critérios, mas outros continuarão tentando até a abertura dos Jogos, na sexta. 


Mundo do esporte abalado por fraudes 
O mundo do esporte foi abalado no dia 9 de novembro de 2015 pela divulgação de um relatório de 323 páginas. Uma investigação de uma comissão independente da Agência Mundial Antidoping (Wada) apontou um sistema de doping institucionalizado na Rússia, envolvendo atletas, técnicos, oficiais de controle de doping, dirigentes da federação do país, integrantes do governo russo e até membros da Federação Internacional de Atletismo (IAAF). 


Trapaça não é invenção Russa 
Embora atletas olímpicos se comprometam a celebrar “o verdadeiro espírito esportivo”, trapacear nos Jogos é tão antigo quanto o evento em si. Veja nove casos que ficaram conhecidos na história envolvendo desde uso de drogas a automóveis, passando por irmãs gêmeas idênticas.



1. Ben Johnson 
Após quebrar o recorde mundial para vencer a prova mais esperada dos Jogos de Seul, em 1988 (os 100 metros rasos), o atleta canadense disse em uma coletiva de imprensa: “Uma medalha de ouro, aí está algo que ninguém pode tirar de você”. Não exatamente. Um dia depois, o exame antidoping de Johnson para esteroide anabolizante deu positivo e sua medalha de ouro foi destituída e dada ao americano Carl Lewis (o próprio antidoping de Lewis para estimulantes havia dado positivo durante as classificatórias, mas o Comitê Olímpico Americano revogou a suspensão). 
Em 1999, Al-Saadi al-Gaddafi, filho do ditador líbio Muanmar al-Gaddafi e aspirante a jogador de futebol, contratou Johnson como preparador físico. Após jogar uma partida pelo Campeonato Italiano, Gaddafi também foi reprovado no exame antidoping. 


2. Madeline e Margaret de Jesús 
Depois que a porto-riquenha Madeline de Jesús se machucou enquanto competia no salto em distância, ela não foi capaz de correr o revezamento de 4x400 nos Jogos de Los Angeles, de 1984. Em uma trama que poderia ter sido inventada na vizinha Hollywood, Madeline colocou sua irmã gêmea, Margaret, para competir no seu lugar nas classificatórias. Margaret correu a segunda etapa da classificação e a equipe avançou. Mas quando o técnico da equipe porto-riquenha ficou sabendo da artimanha, retirou sua equipe da final. 


3. Fred Lorz 
Diante de milhares de torcedores compatriotas nos Jogos de St. Louis, em 1904, o corredor americano foi o primeiro atleta a cruzar a linha de chegada da maratona. Só havia um problema: Lorz havia corrido 16 km do trajeto da maratona em um automóvel, após sofrer câimbras no início da prova. Após seu carro quebrar e já recuperado, Lorz correu os 8 km finais e entrou no estádio olímpico antes de todos os outros colegas maratonistas. Entretanto, a trapaça veio rapidamente à tona, e Lorz prontamente admitiu ter usado o carro. 
Em outra estranha reviravolta, o real vencedor da maratona, o americano Thomas Hicks, havia tomado um estimulante – uma dose de estricnina, uma clara de ovo e um gole de conhaque – durante a maratona. O melhorador de desempenho, embora potencialmente letal, estava dentro das regras em 1904. 


4. Spiridon Belokas 
Lorz não foi o primeiro maratonista olímpico a pegar uma carona, mas, pelo menos, ele era um trapaceiro bom o suficiente para, aparentemente, ganhar a corrida. Por outro lado, Belokas correu em uma carruagem em uma parte da maratona olímpica inaugural de Atenas, em 1896, mas só conseguiu cruzar a linha de chegada em terceiro lugar. O atleta grego foi desclassificado, impedindo que o país anfitrião ficasse com os três primeiros lugares na prova mais representativa das Olimpíadas. 


5. Marion Jones 
A atleta norte-americana foi a estrela dos Jogos de Sydney, em 2000, uma vez que abocanhou três medalhes de outro e duas de bronze, tornando-se a primeira mulher a ganhar cinco medalhas em uma única edição dos Jogos Olímpicos. Porém, seus feitos estavam sob suspeita depois que veio a notícia, durante o evento, que seu marido, C.J. Hunter, um arremessador de peso americano, deu positivo no antidoping para esteroides. Em 2007, Jones admitiu ter usado esteroides antes dos Jogos de Sydney e ela teve de cumprir uma pena de seis meses por ter mentido aos investigadores federais. Ela foi destituída de suas medalhas olímpicas.




6. Boris Onischenko 
Foi uma espécie de supertrapaça high-tech digna de um romance de espionagem da Guerra Fria que fez com que Onischenko, um pentatleta moderno soviético e coronel da KGB, fosse expulso dos Jogos de Montreal, em 1976. Onischenko, que já havia ganho duas medalhas olímpicas, armou sua espada de esgrima para que registrasse falsamente um toque todas as vezes que ele apertasse um botão escondido no punho. 
O soviético foi pego quando o placar registrou um golpe no momento em que o capitão britânico Jim Fox estava recuando e claramente não foi tocado pela espada. Oficiais examinaram o instrumento e encontraram o dispositivo. 


7. Equipe tunisiana de pentatlo moderno 
Se você não consegue ganhar de primeira, então trapaceie: palavras levadas ao pé da letra pela inapta equipe tunisiana de pentatlo moderno nos Jogos de Roma, em 1960. Na primeira prova, todos os integrantes caíram dos seus cavalos. Um atleta quase se afogou durante a competição de nado, e a equipe foi expulsa da prova de tiro após um membro ter quase acertado um dos júris. Para a prova de esgrima, os tunisianos decidiram enviar secretamente seu especialista espadachim para todas as lutas e torceram para que ninguém olhasse atrás da máscara. Porém, na terceira vez que o esgrimista se dirigiu para competir, a farsa foi descoberta. 


8. Nadadores da Alemanha Oriental 
A República Democrática Alemã (RDA) tornou-se uma potência das piscinas nos anos 70 e 80, e o seu incrível sucesso – assim como certas características físicas – levantaram suspeitas de uso de esteroide. Quando um treinador rival fez um comentário sobre as vozes graves de várias nadadoras da Alemanha Oriental, um técnico desse país respondeu: “Nós viemos aqui para nadar, não para cantar”. Após a queda do Muro de Berlim, treinadores da equipe feminina admitiram em 1991 o que muitos suspeitavam há muito tempo – que nadadores da Alemanha Oriental usavam esteroides sistematicamente. Em 2000, o ex-diretor de esportes da RDA e seu diretor médico foram condenados em um tribunal de Berlim por “doping sistemático e generalizado em competições esportivas na antiga Alemanha Oriental”. 


9. Dora Ratjen 
Durante os Jogos Olímpicos de 1936, a Alemanha terminou em quarto lugar no salto em altura feminino. Após estabelecer o recorde do salto em altura em 1938, uma notícia bombástica foi revelada – Ratjen era um homem. Posteriormente, Ratjen afirmou que os nazistas o obrigaram a se passar por mulher “pela honra e glória da Alemanha”. Ele também teria dito: “Por três anos eu vivi a vida de uma menina. Era quase entediante”.


Fonte: Reuters Brasil


Rio2016


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