quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Os 100 melhores livros - Você não pode deixar de ler


Os 100 melhores livros - Você não pode deixar de ler


Para se chegar ao resultado fizemos uma compilação de 15 listas publicadas por jornais, revistas e sites especializados em listas, mercado editorial e livros. O objetivo da pesquisa era identificar, baseado nestas listas, quais eram os 100 melhores livros da história. Algumas das listas pesquisadas incluíam apenas romances, outras — livros não ficcionais. 


Algumas traziam apenas obras do século 20, outras — obras seminais, formadoras da cultural ocidental. Após a seleção das listas, criamos uma base de dados para que todos os livros fossem pontuados igualmente independentemente do gênero ou período em que foi escrito. Nos casos de empate — e foram muitos — desempatamos atribuindo o valor mais alto ao livro que obteve o maior número de resultados no Google, numa consulta por autor e título.

Participaram do levantamento as publicações: “The New York Times”, “Amazon”, “Le Monde”, “The New York Public Library”, “BBC”, “The Guardian”, “Modern Library”, “Time”, “Newsweek”, “Telegraph”, “Lists Of Bests”, “Wikipedia”, “Folha de S. Paulo”, “Revista Época”, “Revista Bravo”.

Obviamente que listas são sempre incompletas, idiossincráticas. Sabe-se que, como a percepção, a opinião — que é a base de todas as listas —, é algo individual. De qualquer forma, os 100 livros selecionados, se não são unanimidades entre as publicações pesquisadas (e possivelmente não serão entre os leitores), são referências incontestes da grandeza e importância da literatura para a humanidade.

O resultado não pretende ser abrangente ou definitivo, antes é apenas um reflexo da paixão de leitores e críticos que ajudaram a construir, com suas opiniões, um vasto guia literário que percorre mais de 2 mil anos de história. As sinopses são das respectivas editoras.

1 — Dom Quixote, Miguel de Cervantes, 1605

Dom Quixote de La Mancha


Dom Quixote de La Mancha não tem outros inimigos além dos que povoam sua mente enlouquecida. Seu cavalo não é um alazão imponente, seu escudeiro é um simples camponês da vizinhança e ele próprio foi ordenado cavaleiro por um estalajadeiro. Para completar, o narrador da história afirma se tratar de um relato de segunda mão, escrito pelo historiador árabe Cide Hamete Benengeli, e que seu trabalho se resume a compilar informações. Não é preciso avançar muito na leitura para perceber que Dom Quixote é bem diferente das novelas de cavalaria tradicionais — um gênero muito cultuado na Espanha do início do século 17, apesar de tratar de uma instituição que já não existia havia muito tempo. A história do fidalgo que perde o juízo e parte pelo país para lutar em nome da justiça contém elementos que iriam dar início à tradição do romance moderno — como o humor, as digressões e reflexões de toda ordem, a oralidade nas falas, a metalinguagem — e marcariam o fim da Idade Média na literatura.


2 — Guerra e Paz, Liev Tolstói, 1869

Guerra e Paz


“Milhões de pessoas praticaram, umas contra as outras, uma quantidade tão inumerável de crimes, embustes, traições, roubos, fraudes, falsificações de dinheiro, pilhagens, incêndios e assassinatos, como não se encontra nos autos de todos os tribunais do mundo em séculos inteiros […]. O que produziu tal acontecimento extraordinário?”. Empenhado em responder a esta pergunta, através da busca pela verdade histórica dos fatos, e em argumentar com os historiadores de sua época, que no seu entender resumiam os acontecimentos nas ações de algumas figuras poderosas, Liev Nikoláievitch Tolstói (1828-1910) escreveu um dos maiores romances da literatura mundial. Guerra e paz descreve a campanha de Napoleão Bonaparte na Rússia e estende-se até o ano de 1820. Baseado em meticulosa e exaustiva pesquisa — com fontes que vão dos estudos do francês Adolphe Thiers e do russo Mikháilovski-Danílevsk a testemunhos orais —, Tolstói reconta os episódios que culminaram na derrota francesa e retrata, à sua maneira, personagens reais, como o próprio Napoleão e uma série de comandantes militares.


3 — A Montanha Mágica, Thomas Mann, 1924

A Montanha Magica


Imagem simbólica da corrosão da sociedade europeia antes da Primeira Guerra. Ao visitar o primo em um sanatório, Hans Castorp acaba por contrair tuberculose. Permanece internado por sete anos, vivendo em um ambiente de requinte intelectual, em permanente debate com ideias filosóficas antagônicas, até que decide partir para o front.


4 — Ulisses, James Joyce, 1922

Ulisses


Um homem sai de casa pela manhã, cumpre com as tarefas do dia e, pela noite, retorna ao lar. Foi em torno desse esqueleto enganosamente simples, quase banal, que James Joyce elaborou o que veio a ser o grande romance do século 20. Inspirado na “Odisseia”, de Homero, “Ulysses” é ambientado em Dublin, e narra as aventuras de Leopold Bloom e seu amigo Stephen Dedalus ao longo do dia 16 de junho de 1904. Tal como o Ulisses homérico, Bloom precisa superar numerosos obstáculos e tentações até retornar ao apartamento na rua Eccles, onde sua mulher, Molly, o espera. Para criar esse personagem rico e vibrante, Joyce misturou numerosos estilos e referências culturais, num caleidoscópio de vozes que tem desafiado gerações de leitores e estudiosos ao redor do mundo. O culto em torno de “Ulysses” teve início antes mesmo de sua publicação em livro, quando trechos do romance começaram a aparecer num jornal literário dos EUA. Por conta dessas passagens, “Ulysses” foi banido nos Estados Unidos, numa acusação de obscenidade, dando início a uma longa pendenga legal, que seria resolvida apenas onze anos depois, com a liberação do romance em solo americano.


5 — Cem Anos de Solidão, Gabriel García Márquez, 1967

Cem Anos de Solidão


“Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendia havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer a fábrica de gelo”… Com essa frase antológica, García Marquéz, Prêmio Nobel de Literatura de 1982, introduz a fantástica Macondo, um vilarejo situado em algum recanto do imaginário caribenho, e a saga dos Buendia, cujo patriarca, Aureliano, fez trinta e duas guerras civis… e perdeu todas. García Marquéz já despontava como um dos mais importantes escritores latino-americanos, no início da década de 1970, quando “Cem Anos de Solidão” começou a ganhar público no Brasil. O livro causou enorme impacto. Na época, o continente estava pontilhado de ditaduras. Havia um sentimento geral de opressão e de impotência. Então, essa narrativa em tom quase mítico, em que o tempo perde o caminho, em que os episódios testemunhados e vividos acabam se incorporando às lendas populares, evoca nos leitores uma liberdade imemorial, que não pode ser arrebatada. E tão presente. Tão familiar e necessária.


6 — A Divina Comédia, Dante Alighieri, 1321

A Divina Comedia


Texto fundador da língua italiana, súmula da cosmovisão de toda uma época, monumento poético de rigor e beleza, obra magna da literatura universal. É fato que a “Comédia” merece esses e muitos outros adjetivos de louvor, incluindo o “divina” que Boccaccio lhe deu já no século 14. Mas também é certo que, como bom clássico, este livro reserva a cada novo leitor a prazerosa surpresa de renascer revigorado, como vem fazendo de geração em geração há quase 700 anos.


7 — Em Busca do Tempo Perdido, Marcel Proust, 1913

Em Busca do Tempo Perdido


Ciclo de sete romances do escritor francês, inter-relacionados e com um só narrador, dos quais os três últimos são póstumos: “O Caminho de Swann”, “À Sombra das Raparigas em Flor”, “O Caminho de Guermantes”, “Sodoma e Gomorra”, “A Prisioneira”, “A Fugitiva” e “O Tempo Redescoberto”. São dezenas de personagens que se cruzam em histórias de amor, ciúmes e inveja, na França da Belle Époque. A narrativa vai passando do detalhe ao painel e do painel ao detalhe sem projeções definidas, num constante reajuste de tudo aquilo que nunca será perfeitamente ajustado. A obra é um retrato da sociedade de uma época, um mergulho no universo da burguesia francesa que permite que o leitor sinta as divergências entre nobres e burgueses.


8 — O Som e a Fúria, William Faulkner, 1929

O Som e a Fúria


Este romance, finalizado em 1929, marca o início da chamada “segunda fase” da carreira de William Faulkner (1897-1962) e é considerado sua obra mais importante. Vinte anos depois, o autor se consagraria definitivamente, ao receber o Prêmio Nobel de Literatura. O ambiente da escritura de Faulkner é o sul dos Estados Unidos, escravocrata e derrotado na Guerra da Secessão. O som e a fúria narra a agonia de uma família da velha aristocracia sulista, os Compson, entre os dias 2 de julho de 1910 e 8 de abril de 1928. Um apêndice, acrescentado pelo escritor em 1946, fornece outras informações sobre a história dos Compson entre 1699 e 1945. Assim, é possível afirmar que o grande personagem desta obra-prima é o tempo, o que lhe confere interesse universal.


9 — O Homem sem Qualidades, Robert Musil, 1930-1943

O Homem sem Qualidades


Nesta que é considerada uma das obras literárias mais importantes do século 20, o autor Robert Musil tece uma intrincada trama centralizada em Ulrich. O personagem principal vive diversas experiências, viaja ao exterior e, às vésperas da Primeira Guerra Mundial, retorna a Viena. Também, convive com os mais diversos tipos humanos, matéria de que se ocupa boa parte do livro. Esta obra de difícil classificação mostra, sobretudo, a decadência dos valores vigentes até o início do século 20, marcando a perda de posição da Europa na decisão dos rumos políticos e econômicos mundiais.


10 — O Processo, Franz Kafka, 1925

O Processo


A história de Josef K. atravessa os anos sem perder nada do seu vigor. Ao contrário, a banalização da violência irracional no século 20 acrescentou a ela o fascínio dos romances realistas. Na sua luta para descobrir por que o acusam, por quem é acusado e que lei ampara a acusação, K. defronta permanentemente com a impossibilidade de escolher um caminho que lhe pareça sensato ou lógico, pois o processo de que é vítima segue leis próprias: as leis do arbítrio.


11 — Crime e Castigo, Fiódor Dostoiévski, 1866

12 — Anna Kariênina, Liev Tolstói, 1877

13 — Édipo Rei, Sófocles, 427 a.c.

14 — 1984, George Orwell, 1949

15 — O Castelo, Franz Kafka, 1926


16 — Ilíada e Odisseia, Homero, século 8 a.c.




17 — A Vida e as Opiniões do Cavalheiro Tristram Shandy, Laurence Sterne, 1759

18 — Doutor Fausto, Thomas Mann, 1947

19 — Lolita, Vladímir Nabókov, 1955

20 — Enquanto Agonizo, William Faulkner, 1930

21 — A Morte de Virgílio, Hermann Broch, 1945

22 — Os Lusíadas, Luís de Camões, 1572

23 — O Homem Invisível, Ralph Ellison, 1952

24 — Hamlet, William Shakespeare, 1603

25 — Finnegans Wake, James Joyce, 1939

26 — Rumo ao Farol, Virginia Woolf, 1927


27 — Grande Sertão: Veredas (1956)




28 — Pedro Páramo, Juan Rulfo, 1955

29 — As Três Irmãs, Anton Tchekhov, 1901

30 — Orgulho e Preconceito, Jane Austen, 1813

31 — O Leopardo, Tomaso di Lampedusa, 1958

32 — Pais e Filhos, de Ivan Turguêniev, 1862

33 — Contos da Cantuária, Geoffrey Chaucer, século 15

34 — As Viagens de Gulliver, Jonathan Swift, 1726

35 — Middlemarch, George Eliot, 1874

36 — O Apanhador no Campo de Centeio, J. D. Salinger, 1951

37 — O Lobo da Estepe, Herman Hesse, 1927


38 — O Grande Gatsby, Scott Fitzgerald, 1925




39 — O Mestre e Margarida, Mikhail Bulgákov, 1940

40 — As Vinhas da Ira, John Steinbeck, 1939

41 — Memórias de Adriano, Marguerite Yourcenar, 1951

42 — Paralelo 42, John dos Passos, 1930

43 — Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley, 1932

44 — As Asas da Pomba, Henry James, 1902

45 — O Jogo da Amarelinha, Julio Cortázar, 1963

46 — A Náusea, Jean-Paul Sartre, 1938

47 — A Peste, Albert Camus, 1947

48 — Folhas de Relva, Walt Whitman, 1855

49 — Memorial do Convento, José Saramago, 1982

50 — A Invenção de Morel, Adolfo Bioy Casares, 1940

51 — O Tambor, Günter Grass, 1959


52 — Retrato do Artista quando Jovem, James Joyce, 1917




53 — José e Seus Irmãos, Thomas Mann, 1933-1943

54 — Doutor Jivago, Boris Pasternak, 1957

55 — A Cidade e as Serras, Eça de Queirós, 1901

56 — O Estrangeiro, Albert Camus, 1942

57 — Otelo, William Shakespeare, 1622

58 — O Príncipe, Nicolau Maquiavel, 1532

59 — O Amante de Lady Chatterley, D.H. Lawrence, 1928

60 — Os Cantos, Ezra Pund, 1948

61 — A Consciência de Zeno, Italo Svevo, 1923

62 — On The Road, Jack Kerouac, 1957


63 — O Senhor dos Anéis, J.R.R. Tolkien, 1954



64 — A Terra Desolada, T. S. Eliot, 1922

65 — A Origem das Espécies, Charles Darwin, 1859

66 — A Laranja Mecânica, Anthony Burgess, 1962

67 — Luz em Agosto, William Faulkner, 1932

68 — O Coração das Trevas, Joseph Conrad, 1902

69 — Madame Bovary, Gustave Flaubert, 1856

70 — O Paraíso Perdido, John Milton, 1667


71 — Rei Lear, William Shakespeare, 1608




72 — Por Quem os Sinos Dobram, Ernest Hemingway, 1940

73 — Eneida, Virgílio, 19 a.c.

74 — Matadouro 5, Kurt Vonnegut, 1969

75 — A Sangue Frio, Truman Capote, 1965

76 — Histórias, Heródoto, 440 a.c.

77 — Moby Dick, de Herman Melville, 1851

78 — Mrs. Dalloway, Virgínia Woolf, 1925

79 — Lord Jim, Joseph Conrad, 1900

80 — Ardil 22, Joseph Heller, 1961

81 — A Amada, Toni Morrison, 1987


82 — O Capital, Karl Marx, 1867




83 — As Aventuras de Huckleberry Finn, Mark Twain, 1885

84 — A Revolução dos Bichos, George Orwell, 1945

85 — Ficções, Jorge Luis Borges, 1944

86 — Frankenstein, Mary Shelley, 1818

87 — O Sol Também se Levanta, Ernest Hemingway, 1926

88 — Corre, Coelho, John Updike, 1960

89 — O Vermelho e o Negro, Stendhal, 1830

90 — O Complexo de Portnoy, Philip Roth, 1969


91 — Os Três Mosqueteiros, Alexandre Dumas, 1844




92 — A Interpretação dos Sonhos, Sigmund Freud, 1900

93 — Trópico de Câncer, Henry Miller, 1934

94 — Pergunte ao Pó, John Fante, 1939

95 — Reparação, Ian McEwan, 2001

96 — Os Miseráveis, Victor Hugo, 1862

97 — Meridiano de Sangue, Cormac McCarthy, 2008

98 — Sonetos, William Shakespeare, 1609

99 — Desonra, J. M. Coetzee, 1999


100 — O Deserto dos Tártaros, Dino Buzzati, 1940



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