OS OCEANOS SE ENCONTRAM EM LISBOA - TURISMO CIENTÍFICO
Se peixe falasse, o Oceanário de Lisboa seria uma Torre de Babel, com habitantes de todos os mares do planeta. Reunidos no maior aquário da Europa, eles são a atração da Expo 98, a grande feira mundial montada para debater o futuro dos oceanos.
São nove tanques contendo, no total, 6 000 toneladas de água e sal, numa mistura que imita à perfeição o ambiente oceânico. Dentro deles, protegidos por paredes transparentes de acrílico, de até 30 centímetros de espessura, nadam 15 000 exemplares de animais de 250 espécies diferentes. Essa coleção preciosa, constitui a maior atração da Expo 98, uma feira inaugurada no final de maio, na capital portuguesa, com o objetivo de conscientizar o mundo para a necessidade de conhecer melhor e proteger os oceanos.
Mas se a feira terá a duração de apenas quatro meses e meio, entre maio e setembro, o raro conjunto de tanques, conhecido pelo nome de Oceanário, virará uma conquista permanente dos portugueses e da humanidade. Depois que a Expo 98 terminar, ele continuará a encantar o público como o maior aquário da Europa e o mais representativo da fauna marinha já construído.
O prédio que abriga os tanques e faz a bicharada se sentir em casa começou a ser construído em 1994. "A primeira etapa foi drenar a água do Rio Tejo, que banha a doca onde está o prédio", explicou Paulo Serra Lopes, diretor do Oceanário. É que as colunas que sustentam o edifício estão fincadas no leito do próprio rio. Um trabalho e tanto de engenharia. Três anos depois, no final de 1996, começaram a chegar os moradores, capturados nos quatro cantos do mundo.
Nas páginas seguintes você vai ter uma idéia do cuidado que os portugueses tiveram com as espécies no Oceanário. Uma prova de que o planejamento deu certo, e de que os animais se adaptaram confortavelmente ao novo hábitat, é que, duas semanas antes da abertura, um casal de lontras teve um filhote lá dentro, em plena Expo 98. Mas só quem visitar a feira depois de agosto poderá ver o seu mais jovem habitante. Até lá, o tanque das lontras e do filhote ficará fechado. "Temos medo que, incomodada com o público, a mãe rejeite o filhote", disse Lopes.
Condomínio de luxo para os astros da feira
Tudo no Oceanário foi pensado para que o público tivesse a melhor visão dos aquários e os peixes se sentissem no seu ambiente natural.
Existem três pisos para manutenção e dois de visitação. Há um tanque central e outros laterais, representando os quatro grande oceanos - Atlântico, Índico, Pacífico e Antártico. Só que eles são diferentes nos dois pisos. No de baixo, aparecem as espécies subaquáticas. No de cima, em ambientes abertos, ficam os animais que andam perto do mar. São as lontras, os pingüins, as aves marinhas.
Porta de entrada
No topo do prédio fica a parte superior do tanque central, que é aberta. Há passarelas por onde os técnicos andam para colocar comida. Por um elevador descem habitantes recém-chegados e também os mergulhadores que fazem a manutenção.
Cada um com o seu canto
As quatro janelas do tanque central, feitas de acrílico, têm 30 centímetros de espessura e pesam 16 toneladas cada uma. Nos quatro cantos há aquários menores ou ambientes abertos.
Todos têm que ficar de molho
Quando um peixe novo chega ao aquário, não pode ir direto para os tanques. Ele fica duas semanas neste piso para que os biólogos vejam se não está doente e para aprender a comer em cativeiro.
Um coquetel de água e sal
Aqui toda a água do Oceanário é tratada. Os filtros, que ocupam o andar inteiro, purificam o líquido. A cada 1,5 hora, 6 milhões de litros passam por eles. Também é preparada a água para repor a que evapora.
Bases cravadas dentro do rio
Cento e oitenta estacas dão sustentação ao prédio. Cada uma tem 1,4 metro de diâmetro. Com elas, a construção resiste aos piores terremotos. As escadas têm grades por onde se escoa a água, se houver rompimento dos tanques.
Um mar feito com 6 milhões de litros de água
A primeira visão que se tem do Oceanário é a do tanque central, que representa o mar aberto. Uma parede transparente de acrílico, de 7 metros de altura, separa o público dos peixes. Por ser curvo, o visitante tem a sensação de estar praticamente dentro da água. Os tubarões, arraias, sardinhas, todos à vontade na nova casa, é que vêm olhar os curiosos do lado de fora.
Para garantir a boa vida deles, há um trabalho de bastidores de que o público nem desconfia. Ninguém vê como esses peixes vão parar dentro do aquário, ou como é tratada a água onde eles nadam. Mas há toda uma estrutura funcionando para isso (veja no infográfico ao lado). Para fazer com que o sistema funcione, o time de biólogos soma trinta especialistas. São eles que fornecem alimentação farta para que um peixe não coma o outro. "Temos também o cuidado de não colocar nenhum animal doente em qualquer um dos tanques", conta o biólogo Serra Lopes. Ou seja, antes de entrar na nova casa, todos os bichos tiveram que passar por uma quarentena, em uma espécie de enfermaria.
Salgar os quase 6 milhões de litros que enchem os tanques foi outra operação de guerra. "Primeiro, pensamos em pegar água do próprio Tejo", conta Serra. "Ela é salgada, devido à proximidade com o mar, mas vimos que estava poluída." A solução foi buscar água doce no mesmo reservatório que abastece Lisboa, da qual se tirou o cloro, que poderia fazer mal aos peixes. Foram dois dias e meios de fluxo ininterrupto para encher os tanques. Depois, quase 500 toneladas de uma mistura bem dosada de sais, a começar pelo cloreto de sódio, o sal de cozinha, para fazer tudo virar "mar".
Aula de tecnologia com jeito de Disney
À primeira vista, a Expo 98 parece um parque de diversões. Mas, por dentro, ela dá um banho de informações e de tecnologia.
O local escolhido para instalar a feira foi a Porta do Sol, uma região na parte oriental de Lisboa. Aí, ela ocupa uma área de 6 quilômetros quadrados, às margens do Rio Tejo. Os 15 milhões de visitantes que deverão passar pela Exposição poderão conhecer o que os países estão fazendo para preservar ou conhecer melhor seus oceanos.
1. A máquina que faz icebergues
No Pavilhão dos Estados Unidos uma fabriqueta produz blocos de gelo a partir da umidade do ar. É desse jeito, aliás, que os pólos absorvem a poluição atmosférica, que fica endurecida junto com a umidade dentro dos icebergues.
1. Os japoneses foram mais fundo
A estrela japonesa é o submarino Shinkai. Projetado para navegar 3,2 quilômetros abaixo da superfície, o aparelho já multiplicou seu limite por dois, alcançando 6,5 quilômetros de profundidade, num teste. Com 9,5 metros de comprimento, leva três tripulantes.
2. Passeio nas profundezas sem molhar a roupa
O Pavilhão da Realidade Virtual é o que mais se parece com um brinquedo da Disney. Ele simula uma viagem a uma estação submarina, a Oceânia. Por trás, muita tecnologia embutida nos efeitos computadorizados, produzidos pela Universidade de Coimbra.
3. Pele de vaca protegia mergulhador antigo
No Pavilhão da Finlândia, o que mais chama atenção é uma roupa de mergulho do século XVIII. Uma das mais antigas do mundo, é feita de pele de vaca. Vê-se ainda a proa de um navio quebra-gelo com todo os equipamentos.
3. A próxima parada é Hannover, na Alemanha
O Pavilhão da Alemanha simula uma visita a uma estação submarina, a Oceanis. O público descobre tecnologias avançadas de investigação marinha e "sai" da visita numa nave virtual. Esta troca a água pelo ar e voa até Hannover, local da próxima feira mundial, no ano 2 000.
3. Para dar uma volta lá embaixo
A Rússia apresenta o seu aquamóvel, o Akbahta, que pode levar duas pessoas a uma profundidade de até 40 metros. Diferente dos submarinos, é fácil de pilotar e serve para fazer pequenas pesquisas e fotografias submarinas.
4. Robôs farão as tarefas perigosas, no futuro
No Pavilhão do Futuro, o mais interessante é a mostra do Eureka, um projeto europeu para o desenvolvimento de novos equipamentos. Como o robô acima, que caminha no fundo do mar e substitui mergulhadores em tarefas perigosas.
4. Estes globos contam a história da evolução da Terra, destacando o aparecimento dos oceanos
O mundo estuda as suas águas
Nem só pelos peixes brilha a Expo 98. Seguindo o espírito sugerido pelo título da feira, "Os oceanos: um patrimônio para o futuro", países de todos os continentes montaram pavilhões para mostrar o que sabem sobre suas próprias massas de água salgada ou o que estão fazendo para melhor conhecê-las e conservá-las. Tem tecnologia por todo lado (veja no infográfico à esquerda). Alguns, como os Estados Unidos e o Japão, trouxeram os mais avançados equipamentos já inventados para investigar os abismos líquidos. Outros, como o Uruguai e as Ilhas Seichelles, foram mais modestos, mostrando apenas a beleza de suas costas. O Brasil foi mais discreto ainda: contentou-se em abrir painéis com imagens de índios e personagens diversos, como Pedro Álvares Cabral e Gilberto Gil. E a vender cinzeiros de pedra-sabão. Do mar mesmo, exibe embarcações típicas, como um saveiro e uma jangada. É muito pouco para quem tem mais de 7 000 quilômetros de costas.
Mas opção é o que não falta, pois a Expo 98 reúne delegações de 160 países. Ela é herdeira legítima das grandes feiras de tecnologia da Revolução Industrial, mas vai mais adiante. Enquanto aquelas tinham uma conotação comercial, a feira de Lisboa conscientiza o visitante. E, considerando o sucesso de público que teve até agora, ela provavelmente vai cumprir seu objetivo: até setembro, data do seu encerramento, nada menos do que 15 milhões de deverão tê-la visitado.
Para saber mais
Na Internet:
Um dilúvio dentro do metrô
"Tínhamos que construir uma estrutura segura, que resistisse a qualquer terremoto", diz Paulo Serra Lopes, diretor do Oceanário. O rompimento dos tanques seria uma catástrofe.
As 6 000 toneladas de água que estão dentro deles formariam um onda de 10 metros que inundaria a Gare do Oriente, a estação de metrô mais próxima.
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