Cientistas criam mapa 3D superdetalhado do cérebro humano
Pesquisadores cortam segmentos do cérebro para criar o modelo 3D ‘BigBrain’ (Foto: AP Photo/Katrin Amunts, Karl Zilles, Alan C. Evans)
Modelo tem 100 mil vezes mais dados do que uma ressonância magnética.
Mais de 7 mil 'fatias' de um cérebro foram digitalizadas para criá-lo.
Uma mulher de 65 anos já falecida forneceu aos cientistas o material para o primeiro modelo tridimensional do cérebro humano em superalta resolução, anunciaram os cientistas responsáveis pela façanha nesta quinta-feira (20).
O mapa da mente foi meticulosamente criado por cientistas da Alemanha e do Canadá e é 50 vezes mais detalhado do que a última tentativa já feita, contendo 100 mil vezes mais dados do que uma ressonância magnética tradicional, afirmaram.
Imagens detalhadas do hipocampo, divulgadas por cientistas que criaram o BigBrain (Foto: AP/ Montreal Neurological Institute/McGill University, Institute of Neuroscience and Medicine/Research Centre Juelich, and National Research Council of Canada)
O mapa tridimensional, descrito na revista científica americana "Science", visa a oferecer uma nova perspectiva para cientistas que quiserem estudar distúrbios cerebrais, tais como doença de Alzheimer e Parkinson, entre outras.
Conhecido como BigBrain, este é "o primeiro modelo cerebral já feito em 3D que realmente apresenta um cérebro humano realista com todas as células e estruturas do cérebro humano", disse o autor-sênior Karl Zilles, professor do Centro de Pesquisas de Julich, em Aachen, Alemanha.
O modelo foi feito a partir de 7.400 seções de um cérebro humano, cuidadosamente fatiadas com uma espessura de 20 micrômetros. Os segmentos foram dispostos em lâminas e tingidos para revelar estruturas cerebrais, e digitalizados com um escâner de alta resolução.
O resultado é um esqueleto anatômico das estruturas do cérebro, no qual os cientistas podem inserir informações adicionais sobre as condições da vida humana para um estudo detalhado.
"Nós elevamos o nível de ordens de percepção com uma magnitude além do que era possível na virada do século 20", afirmou Alan Evans, professor do Instituto Neurológico de Montreal na Universidade McGill, no Canadá.
"Este conjunto de dados vai revolucionar nossa habilidade para compreender a organização interna cerebral", acrescentou.
Mais informações estão disponíveis no site BigBrain.Loris.ca.
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