sábado, 3 de outubro de 2015

A incrível e triste história do homem que lembrava de tudo


A incrível e triste história do homem que lembrava de tudo



A peculiar história do homem com a maior e melhor memória do mundo começa em Moscou, no início do século passado. O extraordinário talento de Solomon Shereshevsky foi descoberto enquanto ele dava seus primeiros passos no jornalismo. Ao fim de uma reunião de trabalho, o chefe da redação o chamou para repreendê-lo por não ter feito anotações, ao que o jovem respondeu que não precisava anotar nada, pois se lembrava de cada palavra que ele havia dito. 


Diante da evidência de que Shereshevsky dizia a verdade, seu chefe entrou em contato com o famoso neuropsicólogo Alexander Luria, que se dedicou a estudar a prodigiosa memória de Solomon por 30 anos. Em sua primeira entrevista, Luria, pai da neurociência cognitiva, submeteu o jovem a testes muito difíceis. Shereshevsky não só foi capaz de recordar cada uma das 70 séries de números e letras que o cientistas lhe apresentou (fórmulas matemáticas complexas, poemas inteiros, orações em outros idiomas), mas também as repetiu na ordem inversa.



Esse raro fenômeno é chamado de hipermnésia, e, no caso de Solomon, havia também uma forte sinestesia, condição em que os sentidos se misturam – ou seja, as palavras tinham texturas, os sons cores e os sabores música. Isso fazia com que fosse muito difícil para o jovem levar uma vida normal e se relacionar com os demais.



Depois de tentar, sem sucesso, utilizar seus talentos para o entretenimento, Shereshevsky se perdeu no meio de sua história. Sabemos apenas que, nos últimos anos de vida, foi motorista de táxi pelas ruas frias de Moscou e que morreu no anonimato em 1958. No entanto, o estudo rigoroso de seu caso está registrado na obra de Luria. 



Fonte e Imagem : ABC 





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