sexta-feira, 15 de abril de 2016

O Circo das Pulgas - Inseto


O Circo das Pulgas  - Inseto


Pode aplaudir porque é para valer. O espetáculo vai começar. E você, além de bater palmas, vai conhecer todos os truques dos insetos artistas. Até parece que eles são ensinados. Mas tudo não passa de reflexo natural.


Preparação paciente
A colombiana radicada nos Estados Unidos Maria Fernanda Cardoso usa pinça e lupa para manusear as artistas. Sua trupe tem 300 pulgas, com quinze estrelas principais.

Nem um espirro
Não é possível ensinar movimentos ao inseto. A treinadora apenas tira proveito dos seus reflexos naturais, como o de tentar se equilibrar sobre um fio de metal.

Platéia ligada
Já que os atores são muito pequenos, quase invisíveis a olho nu, o show é apresentado em uma tela de televisão onde a imagem aparece ampliada.

Músculos de aço
Uma pulga tenta arrastar a esfera de ferro. Na verdade, esses insetos conseguem mesmo mover objetos que pesam 160 000 vezes mais do que eles. Seria o mesmo que um homem puxar um navio cheio de gente.


Cada membro da equipe faz um número

A elegância frágil da equilibrista
Colocada com uma pinça sobre a corda bamba, ela se equilibra por instinto. Uma haste fina é presa em suas patas dianteiras e assim nossa artista é forçada a ficar em pé, parecendo ainda mais uma equilibrista. 
A posição não é assim tão desconfortável para um bicho que está acostumado a caminhar sobre o pêlo dos animais. Nos seus pés há minúsculas garras que o ajudam a se prender a superfícies lisas.





Força nas pernas
A levantadora de peso não usa os braços, mas as pernas. Ela sustenta uma bola de algodão com cinqüenta vezes o seu tamanho. 
O último par de pernas é muito forte porque é o mais usado na hora do salto. Outro artifício que ajuda a saltadora: ela tem bolas de resina elástica nas articulações. Para pular, não há equipamento melhor.




Duelo sem feridos
Quem diria que, além de vampiras, sugadoras de sangue, as pulgas são também duelistas? Um pedaço de metal fino é preso nas patas dianteiras dos dois insetos. Na tentativa de se livrar do trambolho, os bichos agitam o corpo freneticamente. 
Os movimentos lembram uma luta de espadas. Se forem mantidas a uma distância segura, nenhuma das duas sairá machucada.




Batpulga e sua capa
O herói do time é a pulga vestida de Batman. Ela passeia arrastando a fantasia de um lado para outro. Para fazer com que vá para o local desejado é só dar uma assopradinha. O inseto percebe a presença do gás carbônico liberado na expiração e é rapidamente atraído por ele. Afinal, é assim que localiza as suas vítimas.




Salsa e merengue
É só pôr som na caixa que começa a animação. Presas por um fino fio, elas começam a dançar. 
Mas não pense que sabem a diferença entre o cancã e o samba. Percebem apenas a vibração. O corpo da pulga é recoberto por cerdas sensíveis que percebem os sons. 
É graças a elas que a sanguessuga sente a trepidação do bicho que quer atacar. E ataca. No ritmo certo.


Picadeiro miniatura
A arquiteta Maria Fernanda Cardoso decidiu abandonar as pranchetas e adestrar pulgas. Ela é a dona do Circo de Pulgas Cardoso, sediado em San Francisco, nos Estados Unidos. No século XIX, esse tipo de circo fazia sucesso nas feiras das pequenas vilas. Hoje, ainda há registro de quatro deles. 
Das 1 600 espécies de pulgas, duas, que medem cerca de 3 milímetros, são as preferidas por serem as mais comuns: a pulga de gato (Ctenocephalides felis) e a que ataca o homem (Pulex irritans). "Eu levo cerca de três meses para adestrar o inseto, que vive dois anos", diz Adan Gertsacov, proprietário do Circo Acme, também nos Estados Unidos. 

Mas a palavra adestrar talvez não seja correta. "Uma pulga não é capaz de aprender como um cachorro", diz o entomologista Carlos Campaner, da Universidade de São Paulo. "Seu sistema nervoso é pouco desenvolvido." O que se faz é aproveitar os movimentos naturais do inseto. Mas isso pouco importa para quem está assistindo, seja na tela de televisão ou com uma lupa. As imagens são tão surpreendentes e incomuns que o show está garantido.



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