A FELICIDADE REINVENTADA - Prozac
Lançado na década de 80 pelo laboratório Eli Lilly, o Prozac revolucionou o tratamento contra a depressão. O mérito da chamada "pílula da felicidade" foi reduzir os efeitos colaterais que, até então, eram muito acentuados nos outros remédios antidepressivos, trazendo uma sensação de bem-estar para o paciente. Com o Prozac, diminuiu a ocorrência de efeitos como prisão de ventre, queda da pressão sangüínea, distúrbios cardíacos, ganho de peso e tontura. Estima-se que mais de 40 milhões de pessoas no mundo já tenham usado o medicamento desde o seu surgimento, em 1986.
O princípio ativo do Prozac é o cloridrato de fluoxetina. Ele faz parte de um grupo de medicamentos chamados de "inibidores seletivos da recaptura da serotonina". A serotonina é um dos neurotransmissores do cérebro e atua na comunicação entre as células nervosas - os neurônios. Inibindo a sua recaptura pelas células nervosas, o Prozac aumenta o nível de serotonina disponível no cérebro. Isso facilita a transmissão da informação entre os neurônios e alivia os sintomas da depressão. Os antidepressivos mais antigos influenciam vários neurotransmissores ao mesmo tempo e, por isso, podem trazer mais efeitos indesejáveis. Já o Prozac atua de forma específica na serotonina.
O Prozac também tem sido usado para o combate de outras desordens, como a síndrome do pânico, a bulimia e o distúrbio obsessivo compulsivo (DOC). Críticos alertam para o uso indiscriminado do medicamento, às vezes utilizado para resolver problemas como timidez, ansiedade e tristeza, que não deveriam ser tratados com remédios. Os efeitos colaterais conhecidos do Prozac são agitação, insônia, dor de cabeça, náusea e secura na boca. A aparente ausência de efeitos perigosos transformou o Prozac num remédio fácil de ser receitado por médicos.
Nos últimos anos, no entanto, alguns advogados de presos acusados de assassinato nos Estados Unidos começaram a alegar que seus clientes cometeram o crime sob a influência do medicamento. Houve também uma série de acusações de que o antidepressivo provocaria obsessões suicidas. Alguns pacientes chegaram a entrar com processo na Justiça contra a Eli Lilly. Os defensores do Prozac argumentam que as taxas de suicídio são mais altas entre pessoas que estão deprimidas e que a incidência de suicídio entre os que tomam Prozac não é maior do que entre os que tomam outros medicamentos antidepressivos.
Após o sucesso do Prozac, outros "inibidores da recaptura da serotonina", como Zoloft, Paxol e Nuvoz, apareceram no mercado. Nos últimos anos, foram lançadas também versões genéricas do medicamento, pois a patente expirou e laboratórios concorrentes puderam comercializar produtos com o mesmo princípio ativo do Prozac.
O impacto da descoberta
O Prozac revolucionou o tratamento contra a depressão ao reduzir os efeitos colaterais em relação a outros remédios antidepressivos. Seu sucesso estimulou o surgimento de drogas semelhantes no mercado
Virou estrela
Verdadeira febre nos Estados Unidos, o Prozac se tornou famoso no mundo inteiro por ser consumido por celebridades como o magnata do ramo imobiliário Donald Trump. Graças ao seu sucesso, o antidepressivo virou ele mesmo uma celebridade. Foi capa de inúmeras revistas e tema de diversos programas de rádio e de televisão. Apareceu até em uma citação do ator e diretor Woody Allen no filme Um Misterioso Assassinato em Manhattan (1993): "Não há nada de errado com você que não possa ser curado com um pouco de Prozac e um taco de pólo", diz seu cômico personagem. Mais recentemente, o medicamento foi tema do filme Amor, Curiosidade, Prozac e Dúvidas (2001), do diretor Miguel Santesmases, que adaptou um romance homônimo da espanhola Lucía Etxebarría, best seller na Europa. No mesmo ano foi lançado Nação Prozac, do diretor Erik Skjoldaejrg. Estrelado pelas atrizes Christina Ricci e Jessica Lange, o filme é baseado no romance autobiográfico de Elizabeth Wurtzels, ex-crítica de música da revista New Yorker. O livro conta a história de uma garota que passa por crises agudas de depressão e chega a tentar o suicídio, antes de ser tratada com Prozac.
Esse remédio prozac é muito polemico mesmo, sempre que leio uma matéria como essa aqui eu fico super impolgado e ao mesmo tempo já me lembro de outras que literalmente jogam ele lá pra baixo. Mas o importante é conversar com o médico, confiar nele e se tiver algum problema suspender o uso e conversar com o médico rapidamente.
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